Tourada comemorativa do 15º Aniversário dos Forcados de Alter

A convite particular do meu amigo e empresário Jorge Carvalho, fui até Alter e à sua bonita praça para assistir à tourada comemorativa do 15ºAniversário do grupo da terra.

Sem ter sido um daqueles espectáculos que nunca mais vamos esquecer, teve coisas positivas e outras não tanto. A empresa (sem estar a ser simpático) escolheu um curro de touros de Proença, bem apresentados para esta praça, que se deixaram lidar sem grandes complicações para cavaleiros e forcados, se bem que todos eles, não sei se pela iluminação ou não, saiam de princípio distraídos sem se fixarem nos cavalos.

Era um cartel de gente jovem, tantas vezes reclamado pelos aficionados a quem há que dar oportunidades mas, o público preencheu cerca de meia casa forte, onde se esperava mais do que isso.
Alguém próximo do toureio que ficou como meu companheiro de bancada me disse tratar-se da terceira actuação de Tiago Carreias este ano. Acusou precisamente isso, a falta de tourear.

Com aquele espectacular cavalo de nome “Quirino”, guindou-se em pouco tempo ao estrelato para depois se apagar. Deslumbramento, falta de oportunidades ou falta de ambição? Não sei, mas o projecto ficou a meio. Gostámos francamente de dois cavalos: um com ferro Paulo Caetano e outro que julgo ter sido de João Moura. Duas ferramentas com que Tiago Carreiras, se quiser voltar e tiver as oportunidades para regressar, deve trabalhar. Sem deslumbrar esteve digno em alguns momentos com estes cavalos na segunda parte.

De Marcelo Mendes, um cavaleiro com interesse, ficou-nos na memória um toureio ainda não definito, que navega em duas águas: entre o clássico por vezes e as tendências de agora nos galopes a duas pistas e nas batidas exageradas, retirando por vezes a verdade às reuniões. Encantou-me aquele cavalo com sangue árabe que é uma autêntica muleta na forma como se dobra e templa as investidas dos touros. Quando foi de frente, sem as batidas, uma maravilha!
Com alternativa portuguesa o colombiano Jacobo Botero, personifica aquilo que há de bom no toureio mais ortodoxo que é o toureio luso e a ligação e o espectacular do rejoneo.

Com uma quadra à altura, meteu o público no bolso em alguns momentos, indo de frente aos touros com reuniões conseguidas. Perdeu-se a sorte campera da garrocha, trazida para o rejoneo por Javier Buendia, que não resultou mas ficou a variedade das sortes, o ritmo da lide e a alegria.
Quinze anos cumpriram o grupo de Forcados Amadores de Alter. O meu Amigo Rogério Joia, mandou que a Banda de Alter tocasse os parabéns ou grupo. Fica bem na verdade este detalhe, não sei é se o novo regulamento o permite…

Quinze anos a pegar touros e nesta noite em solitário, como é usual, seis touros para pegarem. Não houve dificuldades por parte dos “Proenças”, houve por vezes isso sim, alguma falta de coesão. No cômputo geral estiveram à altura dos seus pergaminhos. Parabéns ao grupo!

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