domingo, 17 de agosto de 2014

Figueira da Foz e o novo regulamento

Como milhares, senão na casa dos milhões de portugueses, eu fui um dos que assistiu à recente tourada transmitida pela RTP desde a Figueira da Foz. Posso garantir que, essa circunstância, fez com que faltasse público noutros espectáculos exibidos à mesma hora (Arronches Festas da Paróquia). O Interesse da grande maioria dos portugueses pelas touradas é inegável.
Para além do aspecto artístico, do triunfo do colombiano Jacobo Botero - que tomou a alternativa no Campo Pequeno - mas faz questão de se assumir como rejoneador; para além do comportamento dos touros do Eng.º Luís Rocha (mansos encastados); para além da conquista do prémio para a melhor pega (Rui Martins do grupo de Coimbra); para além de tudo isto, importa debruçar-me um pouco sobre o novo regulamento que entrou em vigor. São para mim com aficionado, estas questões que me preocupam pelo mal que está dentro… e não fora da Festa. Não me preocupa muito se estava na bancada a Mimi, a Chana ou a Chinha.
Para além de ser uma completa idiotice do legislador, fazer entrar em vigor um regulamento a meio da temporada (todo o sector o contestou), de serem ouvidos os anti-taurinos e não todos os interessados num espectáculo que, para além da sua tradição é gerador de muitos postos de trabalho, detectei neste espectáculo da Figueira algumas lacunas.
Ao director de corrida (não inteligente, como se continua a chamar ou referenciar o local onde está sentado. Exemplo: o comentador referiu que o cavaleiro devia descair um pouco mais para o local da inteligência. Pergunto eu: onde será o local da falta dela?
“O novo diploma está em vigor desde esta terça-feira (11 Agosto), depois de ter sido aprovado em Conselho de Ministros de 27 de Fevereiro e publicado em "Diário da República" no dia 11 de Junho.
A entrada em vigor do RET é contestada pela Associação Tauromáquica de Directores de Corrida, aos quais também foram impostas novas regras no que respeita às cores dos lenços a exibir para a autorização da volta à arena (branco aos toureiros, castanho aos forcados e azul aos ganadeiros, in Expresso”.

Perante isto como é que se justifica que Mateus Prieto, com grande sentido de auto-crítica e humildade, reconheceu na pequena entrevista a Helena Coelho, que não foi uma prestação conseguida, venha depois a ser autorizado pelo Director de Corrida (Manuel Gama) a dar a volta à arena. Qual foi o critério de quem têm agora que decidir?
Diz-se com frequência que o espectáculo dos touros é um dos mais democráticos, porque é o povo que decide o prémio – no caso a volta à arena – dos artistas. Ou há uma perversão desse conceito, ou não sei para onde caminhamos. Será que todos os delegados técnicos do IGAC têm esse conhecimento profundo para puderam avaliar lides a cavalo, a pé, pegas e comportamento dos touros. Duvido um pouco disso!
Na minha modesta opinião enquanto aficionado, esta situação não passa pelo Director de Corrida com os seus lenços multicor ter o poder de decidir as voltas à arena. A questão é mais profunda e ela passa pelos que escrevem e falam de touros na comunicação social, educando o público sobre o que devem aplaudir, silenciar e exigir. Sei que para muitos isso é difícil. Uns por falta de "cultura taurina", outros porque é mais fácil estar de bem com todos. Fernando Marques|Fotos através da TV

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