sábado, 31 de julho de 2010

30 de Julho - Coliseu do Redondo

Vitor Ribeiro procurou dar vantagem ao touro
O bonito Coliseu do Redondo abriu as suas portas para receber um interessante cartel.
Como atractivo principal o grupo de forcados locais a pegarem os seis touros Pinto Barreiros.
O ganadeiro Joaquim Alves (Pinto Barreiros) envio para o Redondo uma corrida rematada, por ventura com demasiados quilos e que o forte calor que se fez sentir ao longo do dia e noite, prejudicou o seu comportamento. Na generalidade serviram para o toureio com excepção do primeiro e sexto que foram mansotes, com investidas nobres mas com uma preocupante falta de força os restantes quatro.
O triunfo incontestável pertenceu a Vitor Ribeiro no conjunto das duas lides, em que andou sempre muito ligado aos touros. O destaque foi para o grande ferro que apontou no seu primeiro. Colocado nos terrenos de chiqueiros, Vitor Ribeiro deu vantagem ao touro deixando-o arrancar e aguentando para colocar um ferro de belo efeito e emotivo.
No segundo cuja debilidade tirou algum brilhantismo à lide, deixou o último da série de curtos com uma paragem na cara do touro para depois, com uma leve batida, apontar o ferro.
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Um dos ferros de Marcos Tenório ao seu segundo touro
Rui Fernandes podia eventualmente estar mais esforçado perante o manso primeiro do seu lote, porque estes também têm lide. Quanto a nós, se tem colocado o touro nos tércios, junto aos curros, e entrar pelo corredor como fez uma vez, teria deixado os ferros da ordem sem baixar os braços perante as verdadeiras dificuldades que o touro apresentou. Redimiu-se no seu segundo como uma lide bem ao seu estilo: os galopes a duas pistas que tanto agrada ao público (?) e os cites com o seu habitual balanceio por vezes descoordenado.
O pior lote tocou a Marco Bastinhas. O primeiro que de alguma forma serviu tinha investidas com uma cadência complicada: ora empurrando, ora ficando-se ao meio das viagens e por vezes colocava-se ao lado do cavalo. O jovem Marcos Bastinhas andou ligado e deixou ferros que o público aplaudiu, em especial na fase final em que rematou a lide com um ferro em sorte de violino e um de palmo. Perante o seu segundo e último do festejo, não conseguiu grande luzimento (embora estivesse esforçado), por não poder debelar as dificuldades de um touro manso e que se colocava pela frente do cavalo.
Os Forcados Amadores do Redondo ao festejarem o seu 10 aniversário, não começaram da melhor forma a sua actuação com as várias tentativas de cernelha falhadas. É essencial a colocação da parelha de cernelheiros. Como me disse um dia o meu amigo Simão Comenda, o centro da praça é onde está a distância igual para todos os pontos. Sem grande correrias é esperar o momento oportuno, regra geral entre o pátio de quadrilhas e os curros para entrar com decisão… se o touro for entre os cabrestos.
Nas restantes cinco pegas estiveram muito bem, com especial destaque para a pega ao sexto e último touro.



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Rui Fernandes leva o touro em galope a duas pistas

Feira de Bilbao (Espanha)

A Feira de Bilbao é uma das mais importantes feiras do norte de Espanha que decorre no mês de Agosto.
Click na imagem
Os bascos nutrem pelo espectáculo dos touros um carinho especial e esmeram-se na constituição dos cartéis da sua feira. Nesta edição de 2010, mesmo com a crise mundial e que afecta sobremaneira Espanha, não impede de estarem presentes as mais importantes figuras do escalafón como demonstra o cartel que aqui deixamos


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Catalunha proíbe Touradas

Antiga Praça de Touros de "Las Arenas" Barcelona
O Parlamento da Catalunha votou a favor da proibição das touradas nesta região autónoma com 68 votos contra, 55 votos a favor e 9 abstenções. Esta medida terá efeito a partir de Janeiro de 2012, proibindo aquela que é uma das mais seculares das tradições espanholas e um sinal da sua própria identificação no Mundo, que trás ao país vizinho todos os anos milhares e milhares de estrangeiros atraídos pela Fiesta Nacional, basta olhar para o caso de Pamplona.
Os que são a favor das touradas prometem levar o assunto ao tribunal Constitucional, e o Partido Popular já revelou a intenção de avançar com uma proposta legislativa a nível nacional que proíba este tipo de proibições. “Proibir as corridas de touros numa altura de crise é loucura”, sublinhou Rafael Luna, membro do PP.
Por outro lado, os empresários taurinos podem avançar com um pedido de indemnização ao Governo regional na ordem dos 300 milhões de euros.
Fernando Masedo presidente da Escolas de Toureio afirmou que “este é um ataque à nossa liberdade, a uma actividade económica privada. As pessoas são livres de assistir ou não às touradas”.
Também Alicia Sánchez Camacho, Presidente do Partido Popular da Catalunha, disse tratar-se de “um dia triste”. Não se pode estar a favor ou contra uma Festa dos Touros”.
Perante a posição dos políticos é fácil chegar à conclusão que a “traição” veio de alguns deputados do PSOE da Catalunha, os mesmos que em período eleitoral se aproximaram de empresários e toureiros para captar os seus votos e que no momento decisivo, devem provavelmente se ter escondido nas abstenções.
A Catalunha é uma região poderosa e rica, com a sua própria língua e cultura e há quem veja nesta proibição uma forma de se destacarem do resto do país e, com esta proibição, exercerem pressão sobre o Governo de Espanha.
Já o Presidente regional da Catalunha, José Montilla considerou que a medida correcta seria deixar as touradas seguir o seu percurso natural, e um dia poderiam acabar ou não, como uma ordem natural dos tempos, em vez de legislar pelo seu fim e negar às pessoas o direito de escolher ir ou não ir a uma praça de touros. José Montilla afirmou mesmo “ Eu votei contra a proibição das touradas porque acredito na liberdade”.
Este ataque ao Planeta dos Touros é um sério aviso à navegação e ao qual os portugueses devem estar atentos, porque nem sempre está em causa o gostar ou não das touradas, porque são os políticos os que decidem e, muitas vezes, outros valores mais altos se levantam. É que a antiga Praças de ”Las Arenas” de Barcelona foi demolida para ali se levantar um Centro Comercial.

Alteração no cartel da Terrugem (Elvas)

COMUNICADO

A empresa que gere os destinos da praça de Toiros de Terrugem ( Elvas ) informa:
Por motivos de a cavaleira amadora Maria Mira não ter sido autorizada pela IGAC (Inspecção Geral Actividades Culturais) a tourear dois (2) Toiros, mas somente um (1) na corrida de 07 de Agosto 2010 ás 22h30 nas Festas de Santo António da Terrugem, onde no cartel estam as cavaleiras Sónia Matias e Ana Batista, entra agora a cavaleira praticante Verónica Cabaço para a lide de um (1) toiro.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Tauromaquias Populares – Base e alimento da Festa dos Touros


As tauromaquias populares quer em Portugal como em todo o Planeta dos Touros são escola de aficionados que, mais tarde, serão os futuros espectadores que nas praças julgam, com algum conhecimento, tudo aquilo que se passa numa arena. Em Portugal as esperas, entradas e largadas de touros, bem como o “forcão” na Beira,
são as tauromaquias populares mais conhecidas e, sobre elas, já se debruçaram escritores.
Há porém uma outra tauromaquia popular no Alentejo que não pode ser esquecida e que, de alguma maneira, é preponderante na cativação de novos aficionados e fonte inesgotável na formação de futuros forcados: a Vara Larga.
Com este tipo de tauromaquia popular, para além do aspecto meramente tauromáquico está também aliada a componente solidária, pois na grande maioria das vezes a sua receita destina-se a instituições, paróquias ou colectividades.
As imagens que aqui deixamos dizem respeito a um desses espectáculos realizado em Arronches e cuja finalidade foi precisamente ajudar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tourada na Foz do Sizandro

Foto - António Lúcio
Marcelo Mendes foi profeta na sua terra, praticamente a jogar em casa triunfou com muita força na Foz do Sizandro, bem junto à praia e perante mais de ¾ de entrada. Aproveitou o bom andamento do primeiro de Felicidade Dias e tirou-lhe o máximo partido, andando muito ligado e conseguindo recortes perfeitos muito ovacionados e terminando com um par de bandarilhas que deixou o público em alvoroço. Diante do que fechou praça teve uma actuação muito popular, colocando ferros meritórios diante de um Irmãos Dias que dava pouco sítio, no entanto o cavaleiro do oeste deu-lhe a volta e esteve muito popular, sagrando-se máximo triunfador. Alternou com Luís Rouxinol e Ana Batista que também estiveram em bom nível, tal como os Amadores de Tomar e Coruche.

Esta actuação antecede a participação na 3ª Corrida da Revista Ruedo Ibérico Algarve, que será já na próxima quarta-feira, 28 de Julho pelas 22h15 na Monumental de Albufeira, numa noite onde irá alternar com Luís Rouxinol, Ana Batista e o matador “Parrita”, estando as pegas confiadas aos Amadores de Cascais e Arronches diante de toiros de Condessa de Sobral.

Próximas actuações dos Forcados Amadores de Arronches

O Grupo de Forcados Amadores de Arronches, terá duas importantes corridas de touros na próxima semana.

Na quarta-feira dia 28 de Julho, pelas 22h15m irá estar presente na IIIª Corrida de Touros "RuedoIbérico" - Algarve, que se realizará na Praça de Touros Monumental de Albufeira e onde actuarão os Cavaleiros Luís Rouxinol e Sónia Matias e o Cavaleiro Praticante Marcelo Mendes, na parte apeada o Matador de Touros Sérgio dos Santos "Parrita". Lidam-se touros de Condessa do Sobral, e serão pegados pelos Amadores de Cascais e Arronches, comandados respectivamente, por Pedro Marques e Ricardo Nunes.
No Domingo dia 1 de Agosto, pelas 19h30m os amadores de Arronches irão participar numa importante corrida de touros na Praça de Touros de Marbella, Espanha. O Cartel será contiuido pelo Rejoneador Curro Bedoya e pelos Cavaleiros João Moura Jr. e Manuel Lupí, lidando touros de "El Cahoso", a intervenção do Grupo de Forcados Amadores de Arronches será em três touros, um de cada actuante a cavalo.
Os Amadores de Arronches entram em Agosto com 13 espectaculos realizados, 10 em Portugal e 3 em Espanha, prevendo-se mais 10 até final da temporada.

Touros em Valadares (Informação do G.F.A.A.)

O Norte (MUITO) Aficionado.

Realizou-se dia 24 de Julho, sábado, mais uma corrida de touros a norte do país, em Valadares concelho de Baião. Fizeram as cortesias os Cavaleiros Agostinho Silva, Joana Andrade, José Carlos Portugal e o Espada Morenito de Portugal. Lidaram-se touros de Luís Sousa Cabral, que deram bom jogo no geral, destacando-se pela positiva o de Joana Andrade e pela negativa o lidado a só por Agostinho Silva. Meia casa foi a lotação preenchida numa tarde de muito calor e com vários espectaculos a decorrer ao mesmo tempo da Corrida de Touros.
Abriu a tarde Agostinho Silva e Joana Andrade, numa lide a duo sem entendimento e abusando na ferragem comprida a um touro nobre e escasso de forças.
Morenito de Portugal, é um fenómeno de popularidade no norte. De capote pouco se viu, nas bandarilhas esteve asseado e na muleta mostrou promenores de bom nível e alfguma falta de placeamento, fruto das poucas oportunidades dadas pelas empresas.
Agostinho Silva, fechou a primeira parte do espectaculo com uma actuação esforçada, mas com o pouco colaborador hastado de Luís Sousa Cabral, a adiantar-se um disparate causando momentos de grandes apuros resolvidos sempre com desembaraço, por parte do cavaleiro.
Joana Andrade teve uma boa actuação com bons ferros em sortes frontais, rematando com um violino, que muito chegou às bancadas, foi premiada e despedida debaixo de forte ovação.
Morenito de Portugal veio para triunfar, e se de capote não consegui brilhar, no tércio de bandarilhas foi o delírio e delícias do público, com dois pares de verdade e de excelente nota, a um "sousa cabral" que apertava e seguia, e terminou tentando executar o "número" da cadeira, que não resultou, emendando-se com um excelente "violino", fazendo levantar as bancadas. Na muleta, a má escolha dos terrenos e a seriedade do hastado, causaram duas "voltaretas" ao espada. Morenito a mostrar que pode e merece muitas mais oportunidades, porque qualidades há
Fechou a tarde, a jogar em casa, tal era o número de seguidores, o cavaleiro praticante José Carlos Portugal, aproveitou da melhor forma o colaborante novilho que lhe tocou em sorte. Andou bem nos compridos, foi de frente nos curtos e terminou, não com um, não com dois, mas sim com três "violinos de palmo", em que a praça respondeu com grande euforia e gritos de "TORERO, TORERO, TORERO".
Os Amadores de Arronches tiveram tarde fácil, aproveitando para rodar rapaziada, e foram solistas, Leonel Frade Chaves, estrou-se a pegar à segunda tentativa, Filipe Redondo à primeira numa pega perfeita, fechando Manuel Barradas à segunda. De salientar que o touro de Agostinho Silva não foi pegado, por se ter inutilizado.
Dirigiu com o reconhecido acerto o Sr. António dos Santos

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cartaz de Touros

Cartéis para o mês de Agosto no Campo Pequeno


A empresa do Campo Pequeno organiza, durante o mês de Agosto, três corridas de toiros e uma novilhada de promoção aos novos valores do toureio.

Dia 5 de Agosto, na corrida de Homenagem ao Emigrante, actuam os cavaleiros Joaquim Bastinhas, Ana Batista, Marcos Bastinhas e a praticante Isabel Ramos. Pegam o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura, Académicos de Elvas e os Amadores do Redondo. Serão lidados 6 toiros de David Ribeiro Telles.
A novilhada de promoção de novos valores está marcada para 12 de Agosto e nela participam os cavaleiros praticantes Tiago Martins e Mateus Prieto, bem como os promissores novilheiros Nuno Casquinha, Daniel Nunes, João Augusto Moura e Manuel Dias Gomes. Pegam os forcados amadores do Clube Taurino Alenquerense. Lidam-se 6 novilhos de Murteira Grave.
A 19 de Agosto, realiza-se o tradicional Concurso de Pegas, numa corrida em que se estreia no Campo Pequeno o grupo de forcados amadores de Mazatlán (México) e toma alternativo o cavaleiro venezuelano José Luís Rodriguez.
O cartel é o seguinte: Cavaleiros: Sónia Matias, António Brito Paes, Paulo Jorge Santos, Ribeiro Telles Bastos, Duarte Pinto e José Luís Rodriguez. Forcados Amadores de Mazatlán (México), Alter do Chão e Beja. Serão lidados 6 toiros de Manuel Coimbra.

Regresso do Toureio a pé a Lisboa


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Antonio Ferrera volta a Lisboa
Os bilhetes para as duas corridas estão incluídos na promoção de Verão do Campo Pequeno, como aliás sucedeu já com a corrida de 22 de Julho e representam um preço cerca de 15 por cento inferior ao da tabela habitual. A novilhada terá preços populares, variando entre os 10 Euros e os 30 Euros.
Para 26 de Agosto anuncia-se uma grande corrida mista que marca o regresso ao Campo Pequeno do Maestro João Moura (pai) depois de duas temporadas de ausência. Terá por companheiros de cartel o matador de toiros português José Luís Gonçalves que se despede das arenas justamente no local onde, em 1982, se vestiu de “luces” pela primeira vez. Alternará com o matador espanhol António Ferrera que repete em Lisboa por direito próprio depois do grande triunfo obtido a 17 de Junho. Pegam os forcados amadores do Aposento da Moita do Ribatejo. Os toiros para a lide a cavalo pertencem à ganadaria Passanha (2) e à ganadaria de Falé Filipe (4) para a lide a pé.


Video - Morante com "enbrujo" e toureria

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Debute sem picadores de Aluno da Escola de Toureio José Falcão

Aluno da Escola José Falcão, Tiago Santos apresentou-se em Espanha em novilhada sem picadores.




Excelente derechazo de Tiago Santos
No dia 19 de Julho, Tiago Santos debutou na famosa Feira de Julho em Valência, em novilhada da Federação Internacional de Escolas Taurinas.

Tiago mostrou vontade, mas algum nervosismo devido há categoria da praça e diante de uma aficion das mais entendidas do mundo, não conseguiu alcançar o triunfo tão desejado, deu mostras da sua verdura, mas em ambos os novilhos conseguiu, bons muletazos e um quite por chicuelinas extraordinário. Bem nas bandarilhas e com a espada era a primeira vez que matava, conseguiu superar essa sorte tão difícil.
Lidaram-se novilhos de Nazário Ibañez, para Román da Escola de Valencia, ovação e orelha; Miguel Matamoros da Escola de Badajoz, silêncio e volta e Tiago Santos da Escola de Toureio José Falcão, silêncio e ovação.

Cartaz de Touros

Corridas de toiros na Arruda dos Vinhos/Festas de Nossa Senhora da Salvação



A Sociedade Campo Pequeno, SA e a Tertúlia “O Piriquita”, levam a efeito duas corridas que integram as Festas de Nossa Senhora da Salvação, a realizar nos dias 16 e 17 de Agosto, na Arruda dos Vinhos

16 Agosto, 22 Horas
Cavaleiros

João Moura
João Ribeiro Telles Júnior
Tiago Carreiras

Forcados Amadores de Vila Franca de Xira e Coruche
Toiros de Herdeiros de Conde de Cabral


17 de Agosto, 22 Horas - XIII Concurso de Ganadarias

Cavaleiros

António Telles
Luís Rouxinol
Marcos Bastinhas

Forcados Amadores de Santarém e de Montemor
Toiros de: Pinto Barreiros, Vinhas, Conde de Cabral, Antonio Charrua, Ruy Gonçalves e Pégoras

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um dia na Galeana (Murteira Grave)


Devia a publicação desta reportagem ao meu amigo Dr. Joaquim Grave. Reportagem que foi feita na Galeana para ser inserida numa publicação e que não chegou a concretizar-se. O Dr. Joaquim Grave, para além de ganadeiro, forcado e escritor é, acima de tudo, um Bom Aficionado e um óptimo conversador.
Recebeu-nos com a amabilidade que lhe é peculiar numa manhã de Verão e mostrou-nos o efectivo da sua ganadaria. Depois, num espaço de tertúlia, mantivemos uma longa conversa sobre o panorama actual da Festa dos Touros em Portugal.
Hoje, através deste Blogue de aficionado para aficionados, aqui ficam as imagens mais significativas dessa reportagem fotográfica.



Sobre a Ganadaria Murteira Grave

Fundação: 1944

Estreia: 29 de Junho de 1950 em ÉvoraDivisa: Azul e Amarelo.
Sinal: Orelha esquerda rasgada e direita despontada até 2009 e sem qualquer nas orelhas (orisano) no presente
Antiguidade: 21 de Junho de 1964 (1º festejo na Monumental de Madrid)



A ganadaria Murteira Grave foi fundada por Manuel Joaquim Grave (avô do actual proprietário) em 1944, quando comprou 25 vacas e um semental, com o nome Fabeto, a José Lacerda Pinto Barreiros. As reses ferravam-se nessa altura com o ferro G, inicial de Grave.
De 1944 a 1955 a ganadaria anunciava-se com o nome do seu fundador. Entre 1955, ano em que Manuel J. Grave morre e 1958, a ganadaria anuncia-se em nome de seus herdeiros. Em 1958 passa definitivamente para nome de Joaquim Manuel Murteira Grave, filho do fundador, que nesse mesmo ano compra o ferro actual (Espora) da Unión de Criadores de Toros de Lídia que pertencia a Ignacio Sánchez Ibarguen.
Em 2002, Joaquim Manuel Murteira Grave faz partilhas e a ganadaria passa para seu filho Joaquim Manuel de Vasconcellos e Sá Grave, actual representante e proprietário.

Sangues intervenientes na formação e evolução da ganadaria:

Iniciou-se em 1944 com 25 vacas e um semental com o nome Fabeto de José Lacerda Pinto Barreiros com procedência directa de Gamero Cívico (Parladé).
Em 1958 compraram-se 18 vacas e um semental (Sargento, nº 46) a Juan Guardiola Soto, filho de D. Juan Guardiola Fantoni e Doña Concepción Soto, também de procedência Parladé via Gamero Cívico (Ferro Y). Nos anos seguintes compraram-se mais vacas e outro semental a Dona Concepción Soto.
Em 1974 entram dois sementais (Tortolillo, nº 40 e Alcalaíno, nº 38) com o ferro Rincón da ganadaria Carlos Núñez.
Em 1985 introduz-se um semental (Claro, nº 32) comprado a José Luís Vasconcellos (Sommer d’Andrade), antes Coimbra, da linha pura de Tamarón.
Em 1987 compra-se a António Muñoz, um semental (Caprichoso, nº 10) com o ferro de Paquirri de encaste Núñez, linha Villamarta.
Em 1994 chegam 2 sementais de Juan Pedro Domecq y Solís (Gamberro, nº 29 e Borracho, nº 79).
Em 1995 compram-se 30 vacas com o ferro de Rincón (15 Rincón + 15 Villamarta) e o semental (Ave Fria, nº 100) aos Herdeiros de Carlos Núñez
Em 2003, introduzem-se dois sementais de Jandilla, Verdulero 19 e Botijero 112.
Em 2009 entra outro semental de Jandilla, Temporero n.º 39.Em resumo, pode-se dizer que a ganadaria é uma mistura parladeña com a base inicial da linha Gamero Cívico – Guardiola Soto e com aportações de sementais dos principais ramos de Parladé. Trata-se pois de um encaste próprio onde se procura manter um tipo de toiro sério e com trapio com um comportamento bravo e encastado.





Cartaz de Touros

terça-feira, 20 de julho de 2010

Forcado e Armstrong símbolos na Volta à França em bicicleta

Ao ver a etapa da Volta à França em bicicleta, uma das mais duras em plenos Pirenéus franceses, que terminou na cidade de Pau de gratas recordações para mim, foi-me permitido ver dois símbolos portugueses. O primeiro a Bandeira Nacional, o segundo um espectador, naturalmente emigrante português, que vestia a rigor um fardamento de forcado.
Esta imagem foi motivo de troca dos mais diversos comentários através das redes sociais (Facebook e Twitter), entre os telespectadores e os comentadores do Eurosport.
É extraordinário como se pode identificar um povo através de um simples fardamento.
Igual que este espectador vestido de forcado e a Bandeira Nacional representaram num fugaz momento um país, o ciclista Lance Armstrong representou também, aos 38 anos de idade, depois de todo o seu historial como atleta, o símbolo da coragem nesta etapa também ela mítica.

Cartaz de Touros

Faleceu o jornalista e crítico taurino Saraiva Mendes

Faleceu hoje, terça-feira, dia 20 de Julho, em Lisboa, o Jornalista e Crítico Tauromáquico Américo Saraiva Mendes

Natural da Golegã, Américo Saraiva Mendes, era casado com a Senhora Dona Maria Antónia Palma Saraiva Mendes e pai de duas filhas.
Jornalista profissional, deixou um vasto e significativo legado por jornais e revistas, como a Época, Diário Ilustrado, Flama, Diário Popular e Correio da Manhã.
Na rádio, nas décadas de sessenta e setenta, do século passado, assegurou no programa Talismã, aos domingos de manhã, uma página de tauromaquia que ficou célebre pelo seu apontamento Diz-se, diz-se tanta coisa que alguma será verdade…
O corpo irá hoje, pelas 18.00 horas, para Câmara Ardente, na Basílica da Estrela e, amanhã, quarta-feira, dia 21 de Julho, pelas 15.00 horas, será celebrada Missa de Corpo Presente.

Cartaz de Touros

Albufeira, 28 de Julho às 22h15

III Corrida da Revista Ruedo Ibérico/Algarve

Touros – Condessa de Sobral

Cavaleiros:

Luis Rouxinol


Sónia Matias

Marcelo Mendes


Matador

Sérgio Santos “Parrita”


Forcados:
Amadores de Cascais e Amadores de Arronches
                                                                                                                 Fotos: Vitor Besugo

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cartaz de Touros

Caldas da Rainha, Sábado 24 de Julho 21h30
CORRIDA DO CDS

6 Touros Vale do Sorraia

Cavaleiros
António Telles
Vitor Ribeiro
Pedro Salvador
Brito Paes
Duarte Pinto
João Soller Garcia

Forcados
Amadores de Montemor e Caldas da Rainha

domingo, 18 de julho de 2010

Cartaz de Touros

As fotos dos touros para o Campo Pequeno

As fotos dos toiros da ganadaria Murteira Grave que serão lidados na próxima quinta-feira, dia 22, no Campo Pequeno, numa corrida que não será televisionada. Recordamos que a Ganadaria Murteira Grave foi a vencedora do Galardão Campo Pequeno 2009 para o melhor curro.

Tal como em 2009, os seis imponentes “Murteira Grave” serão pegados pelo Grupo de Forcados Amadores e Montemor, grupo que, pela sua actuação nessa corrida, ganhou os Galardões Campo Pequeno para o melhor grupo de forcados e para a melhor pega de caras (João Cabral).
Nesta corrida actuam os cavaleiros Luis Rouxinol e Vitor Ribeiro e o cavaleiro praticante Salgueiro da Costa.

sábado, 17 de julho de 2010

Viver o San Fermín

É assim todos os anos. É uma paixão não só pelos touros como pelo próprio ambiente que estas festas de Navarra proporcionam.

Para aqueles que assistem pela primeira vez aos seus “encierros” poderá parecer algo bizarro a forma como estes decorrem. O arriscar uma cornada que pode ser mortal, durante uns escassos minutos, roçando os pitóns dos touros das mais acreditadas ganadarias, não faz sentido para o comum dos mortais. É necessário viver por dentro esta experiência para se poder ajuizar esta “fiesta”, quiçá a maior de cariz popular, que só encontra paralelo nas nossa largadas ou entradas de Vila Franca de Xira, Alcochete ou Moita, tem que na realidade haver uma certa cultura taurina. Ir aos primórdios da Festa dos Touros ou, fazer uma simples leitura da obra de Ernest Hemingway sobre estas Festas de San Fermíns e as suas vivências em Pamplona.
Sem dúvida que sem as peñas taurinas, Pamplona não era a mesma coisa, em especial na praça de touros. Este ano divergências entre as ditas peñas e o Ayuntamiento levaram aos protestos. Primeiro com cânticos e pancartas de protesto, depois, pura e simplesmente a ausência das bancadas. Esse imenso espaço deserto e a ausência de cânticos fizeram a diferença. Deu para compreender o espírito dos San Fermín

Hierarquia

Num destes dias, em que a comida aconchega o estômago de uma outra forma, estava eu a almoçar num restaurante em Monforte, onde se reúnem alguns aficionados e saltou para a conversa o tema do respeito, da hierarquia no toureio…como em tudo na vida.

Isto porque falávamos da forma em como hoje as quadrilhas se deslocam para as corridas, muitas das vezes, cada um dos bandarilheiros chega no seu próprio transporte à praça ou ao local onde se vestem e, terminado o espectáculo, na maioria das vezes, cada um segue o seu destino.
Recordava eu com o meu amigo Eng.º Evaristo Cutileiro (antigo forcado do Grupo de Évora), antigos bandarilheiros como o António e Manuel Badajoz, José Tinoca, Manuel Barreto, Abel Cascão, Guilherme Pereira, enfim, uma plêiade de homens que se vestiram de prata e que, no toureio, deixaram de uma ou de outra forma, a sua marca, independentemente do seu valor ou arte.
A um canto do restaurante, almoçava também o bandarilheiro monfortense da geração mais contemporânea, Hugo Silva, que referia a forma quando ele começou como todos se dirigiam com respeito aos bandarilheiros como António Badajoz ou outros. Eram vistos como maestros desta profissão, e o respeito e a admiração criava um certo distanciamento, se bem que eram esses mesmos bandarilheiros que lhes transmitiam os conhecimentos da lide, o conhecer o toiro, o cavalo e os terrenos.
Nada mais verdadeiro. Hoje com o proliferar das escolas de toureio, todos querem ser matadores de toiros, uma ambição louvável. Infelizmente na sua grande maioria não atingem esse patamar e ficam-se por bandarilheiros, mas sempre, salvo honrosas excepções, com alguma soberba por vezes incontida, não aceitando conselhos de ninguém nem respeitando os mais veteranos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Portalegre, 9 de Julho - Mouras versus Caetanos

As rivalidades são a seiva que alimenta a Festa dos Touros. Monforte, vila aficionada deste Alentejo, terra de cavaleiros, bandarilheiros, ganadeiros e criadores de cavalos, tem no seu seio duas dinastias de toureiros aparentados, mas nem sempre de fortes laços de relacionamento artístico. Esta circunstância faz com que os aficionados ali estejam divididos entre mouristas e caetanistas.
Na velhinha praça de Portalegre, na noite de 9 de Julho (após o apagão da iluminação da praça), trocaram-se abraços, brindaram-se lides entre Mouras e Caetanos, na presença de muitos aficionados que preencheram, mesmo em tempo de crise, três quartos da sua lotação pelo interesse do cartel que já outros tinham pensado e que a Gestoiro (Tendeiro) agora levou á prática.
Lidou-se uma corrida de D. João Passanha, regular de apresentação, com tendência para tábuas e chiqueiros, que por vezes se adiantou aos cavalos e tarda e dura na saída para os forcados.
O génio do toureio de João Moura, logo no seu primeiro, deu o mote à corrida: competição sem trampa. Cada um jogou com os trunfos de que dispunha e o de Monforte foi, uma vez mais, o protagonista da noite. O conhecimento dos cavalos, dos touros e dos terrenos jogaram a seu favor, numa lide que independente da cravagem dos ferros foi o primado do toureio mouristas.
Paulo Caetano defrontou o segundo que por vezes se adiantou à sua montada. Dentro do classicismo que procurou ao longo da sua carreira, numa evolução constante e fiel a princípios dos quais não abdica. Os tempos tão essenciais no seu toureio e os câmbios de terrenos para corrigir defeitos que o touro aportava, só são perceptíveis ao aficionado mais conhecedor e que o grande publico por vezes não entende.
As dinastias mantêm a festa. Moura e Caetano projectam-se e depositam nos filhos a continuidade.
João Moura Caetano, por vezes a navegar entre duas águas, em busca do seu conceito de toureio, esteve dispostos. Aproveitou a investida pronta do seu touro para o deixar vir de longe e colocar os compridos emotivos. Ao seu gosto, dando vantagem ao touro. Nos curtos houve ligação, ritmo e chegou às bancadas numa lide conseguida, como há muito não lhe víamos.
Um touro reservado e agarrado a tábuas, não é matéria fácil para triunfar. João Moura Jr. mostrou-se decidido a debelar esta condição atacando o touro em terrenos de compromisso, provocando-lhe a investida e deixando-lhe os ferros para todos os gostos, tendo sempre que encher a cara de cavalo ao touro para que este não buscasse o refúgio das tábuas. Filho de peixe sabe nadar...
As lides a duo nem sempre resultam. Hoje a caírem no desuso. Na maioria dos casos são conceitos de toureio diferentes, formas de interpretar antagónicas e não se podem levar as lides estudadas de véspera. Há que tourear com o coração, com sentimento e conhecimento, Foi o que vimos com a lide de João Moura e seu filho. O touro procurou os terrenos dos chiqueiros logo de início… e foi ali que acabou. Um touro tapado, e bem, pela maestria de João Moura. João Moura Jr. sacou um cavalo ferro Francisco Romão (que promete) para deixar um comprido muito ajustado, com o pai sempre atento aos cortes e preparações. Simplesmente empolgante.
Igualmente complicado o touro que tocou a Paulo Caetano e seu filho João, por procurar os mesmos terrenos que o seu irmão de camada. Com um estilo mais pausado, dentro da linha que Paulo Caetano concebe enquanto cavaleiro, os dois ginetes, lado a lado sacavam o touro para terrenos de fora para colocar a ferragem. Lide correcta mas menos emotiva por conceitos diferentes. É aqui que reside a beleza do toureio: a sua diversidade.
Os “passanhas” quase sempre foram tardos e duros nas saídas para os forcados. Por Santarém pegaram David Romão à 4ª tentativa, Manuel Roque Lopes à 1ª e João Vaz Freire ao segundo intento.
Quanto ao grupo de Portalegre, Miguel Zagalo, José Rodrigues e Ricardo Almeida, todos pegaram à segunda tentativa. O grupo da casa passou por momentos difíceis quando um seu forcado ficou inanimado na arena depois de uma ajuda, sendo prontamente assistido pela equipa médica de serviço à praça.
Com muito acerto e essa postura de matador de touros que nunca o abandonará, como não abandona o seu chapéu cordobés, dirigiu o meu querido amigo, maestro António dos Santos.

A motivação

Nos cerca de 50 anos que levo a ver touros com consciência de aficionado venho, ao longo de todo este tempo, adaptando-me ao progresso, às tecnologias que foram surgindo. Da velhinha máquina de escrever Royal, ao linotipista e às zinco gravuras das antigas gráficas, cheguei aos computadores e, agora, ao mundo dos blogues. A paixão pelo espectáculo dos touros e, ao mesmo tempo, alguma desilusão pelo abastardar da arte, em especial do toureio a cavalo, leva-me a que coloque, nesta nova forma de comunicação que são as redes sociais, o meu pensamento, as minhas criticas e os meus desabafos. Esta é a intenção que me move.