segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Filipe Oliveira já não está entre nós

Fiquei surpreendido quando no sábado, em Arronches, se fez um minuto de silêncio e fiquei a saber que tinha falecido prematuramente o Filipe Oliveira, o irmão do Manuel Jorge de Oliveira.
Tive grande proximidade com a família Oliveira com o Ti Joaquim Oliveira, que vibrava como ninguém com as actuações do seu filho Manuel mas, o Filipe ali estava sempre ao lado do seu irmão.
Como toda a família, o Filipe era uma excelente pessoa e um grande aficionado. A vida por vezes prega-nos estas "cornadas". 
As condolências à família. Que descanse em Paz o bom do Amigo Filipe Oliveira.

domingo, 30 de agosto de 2015

Emoção na despedida do cabo Ricardo Nunes na tourada de Arronches

Foi uma noite de emoções fortes. O público respondeu à chamada para a despedida de Ricardo Porto Nunes, como Cabo dos Amadores de Arronches. Noite em que passou o testemunho a Manuel Cardoso que, já há muito tempo, era consensual esta passagem de chefia no grupo alentejano.
Muitos amigos, familiares, actuais e antigos elementos do grupo juntaram-se nesta noite de um grande calor humano e atmosférico, que ainda ameaçou chuva.
Ao longo da nossa já dilatada vida de aficionado, já vimos muitas alternativas, cortes de colecta e despedidas de cabos de grupos de forcados mas, temos de confessar, que com esta “mise en scène”, quase como que um “reality show”, ainda não tínhamos presenciado.
No momento da despedida apagaram-se as luzes da iluminação da praça para se acenderem luzes multicor a iluminar o centro da arena, onde houve entrega da jaqueta, bem como entrega de muitas lembranças, quer de particulares como da Câmara Municipal de Arronches e Junta de Freguesia de Assunção. Lá encima na parte mais alta da bancada, um forcado cantou um fado, em cujos versos havia toda uma história de um condutor de Homens (Ricardo Nunes), do Amigo e confidente. Aquele que fez com que se fardassem e fossem pegar os touros como se não houvesse um amanhã, dizia o poema.

Ricardo Porto Nunes levou ao longo dos anos a que o grupo dos Amadores de Arronches, começasse a ser tido em conta. Pegou por muitas praças do nosso país, fez uma longa carreira em praças de Espanha, algumas delas de importância; pegou nos Açores na Ilha Terceira, só lhe faltou colocar o seu grupo a pegar no Campo Pequeno. Essa é a sua grande mágoa, aquilo que lhe fica a faltar no seu currículo como cabo deste grupo a que dedicou muitos anos da sua vida.
Esta foi a parte bonita, aquela que nos diferencia na nossa forma peculiar e particular de entender a nossa tauromaquia. Depois há que analisar a tourada propriamente dita.
Lidou-se um curro da ganadaria de Paulo Caetano, irregular de apresentação e comportamento. Quanto à apresentação, os de menos presença tapavam-se por terem mais cara, mais abertos de pitóns, os de melhor presença pecavam por serem corneapertados, terem menos cara. Deixaram-se lidar com destaque por mais bravote o segundo de Tito Semedo (que o director de corrida Marco Gomes, concedeu volta ao ganadeiro) e mais mansote, com as embolas a tapar-lhe a visão, o que encerrou o espectáculo, lidado em último lugar por Rui Salvador, já que quando saiu na ordem se desembolou e correu turno, ou seja, seguiu a ordem de lide.
Quanto às actuações dos cavaleiros de uma forma geral estiveram por cima dos hastados.
Rui Salvador com a solvência e entrega que todos lhe conhecemos, teve bons momentos de toureio no seu primeiro e resolveu com conhecimento da lide, que era necessário pisar os terrenos ao seu segundo que quase só investia à voz.
Tito Semedo esteve com a entrega habitual. Com aquela facilidade de chegar ao público com um toureio onde impera a ligação, não há tempos mortos e variedade na lide. Andou ajustado nas sortes, teve um terceiro ferro curto muito bom no segundo touro e com os remates em sorte de violino, levou o público a aplaudir forte.
João Moura Caetano dá todas as vantagens aos touros na ferragem comprida. Cita de praça à praça, deixa chegar o touro quase à jurisdição, para com uma batida deixar os compridos. Isso foi notório uma vez mais nesta noite nas lides de ambos os touros. Estiveram presentes os galopes a duas pistas, o sacar o touro com a garupa das montadas para os terrenos de fora, para depois citar de frente e ajustar-se nas sortes, onde houve um ou outro ferro menos conseguido no que à colocação diz respeito. É incontestável que o cavaleiro das “Esquilas” tem o seu público que o acompanha e estimula, em especial nas praças desta região.
Isso foi um facto nesta noite em que não defraudou mas, faltou a emoção por essa falta de “chispa” que os touros não tiveram.
Já o dissemos e voltamos a afirmar: A noite foi dos Amadores de Arronches por tudo o que esta tourada encerrava. Não sendo um curro duro, houve exemplares que empurraram forte. Pegaram nesta noite que fica como um marco na história do grupo, Filipe Redondo, João Rosa, Ricardo Nunes, Manuel Cardoso, Paulo Florentino e de cernelha Fábio Mileu e Diogo Serpa. No final o grupo saiu da praça debaixo de forte ovação.
Para finalizar só um pequeno reparo. A tourada tem como cenário um circulo, por vezes essa meia-lua de sol e sombra. Por favor não se esqueçam no futuro, que os espectadores do sol, também pagam bilhete e são parte importante do espectáculo. Não custa nada voltarem-se também para estes sectores para mostrarem as lembranças recebidas... e para que também possam fotografar.
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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

No melhor pano cai a nódoa…ou puro protagonismo

Há poucos dias neste mesmo blogue, escrevi que Matias Gonzáles é (era) um bom aficionado.

Ou no melhor pano caia a nódoa, ou este senhor leva demasiado à letra os regulamentos e o perfeccionismo. Não tem justificação o “roubo” das duas orelhas a “El Juli” hoje em Bilbao, com a faena cumbre ao seu segundo touro. Um touro que de princípio ninguém dava um duro por ele. "El Juli" com maestria, conhecimento e esse valor tremendo que o mantém como figurão do toureio, submeteu o touro à sua poderosa muleta, obrigou-o a romper para a frente, humilhar e depois bordou o toureio.
O público "louco" pelo esforço do toureiro. pediu as duas orelhas mas, este senhor, sentado lá desde o auto do poder que um regulamento lhe dá, negou-lhe essa merecida orelha. Uma orelha que lhe abria a porta grande, que justificou com a sua maestria, jogando a vida no ruedo de Bilbao.
É inadmissível que lhe negasse a segunda orelha, porque a estocada ficou um pouquinho descaída. Nem tampouco nesse rincón do Maestro António Ordóñez, que foi uma grande figura do toureio e saiu por muitas portas grandes matando os touros assim.
Matias pode ser um grande aficionado mas hoje, faltou-lhe a sensibilidade para colocar o regulamento para trás e dar um empurrão à Festa. Julian López “El Juli” não necessita hoje, por hoje, de portas grandes, porque está rico, é figura do toureio… e toureia por prazer.
Este mesmo senhor justificou assim o ano passado o outro “roubo” a Miguel Angel Perera, em entrevista ao CANAL +: Apesar de ter dito que “o toureiro fez uma faena muito boa e o touro era bom, não chegou”. Mediante os seus critérios "não merecia as duas orelhas". Isto porque para ele a espada ficou um "bocadinho ao lado". Voltou este ano a ser o protagonista da Feira de Bilbao e foi um mau aficionado, porque lhe faltou sensibilidade num espectáculo que é feito de momentos, de emoções e sobretudo de jogar a vida perante um touro.

P.S. - Para não faltar à verdade nesta minha opinião, devo dizer que já vi este mesmo presidente sacar, quase simultâneamente, os dois lenços brancos para conceder as duas orelhas. No entanto numa análise mais atenta, elas foram concedidas ou a novilheiros ou toureiros mais modestos, porque foi sempre mais duro com as figuras consagradas.

João Moura Jr. - Cinco orelhas nas duas últimas corridas

O cavaleiro João Moura Jr. cortou cinco orelhas nas duas últimas corridas em que participou, nos dias 22 e 25, respectivamente em Valência de Alcántara (Cáceres) e San Bartolomé de Pinares (Ávila).
Na terça-feira, dia 25, num mano-a-mano com Hector Barcenilla (orelha-orelha), Moura Jr. cortou uma orelha ao toiro que abriu praça e as duas ao segundo do seu lote.
Os toiros pertenciam à ganadaria de Antonio San Roman.
No sábado, dia 22, em Valência de Alcántara cortou uma orelha a cada um dos toiros do seu lote, pertencentes, como os restantes, à ganadaria de Bernardino Piriz.
Alternou com o espanhol Manuel Manzanares (silêncio-orelha) e com o seu irmão Miguel Moura (silêncio-ovação). No final das duas corridas, João Moura Jr saiu em ombros.

Ganaderos antecipam mano-a-mano João Moura Jr – João Ribeiro Telles Jr

As prestigiadas ganadarias Pinto Barreiros, Murteira Grave e António Charrua são as que vão fornecer a “matéria-prima” para o sensacional mano-a-mano entre os cavaleiros João Moura Jr. e João Ribeiro Telles Jr. que terá lugar no Campo Pequeno, a 3 de Setembro, onde serão lidados dois toiros de cada uma.
Do ponto de vista histórico, qualquer delas tem na sua origem o encaste Parladé que, desde os alvores do século XX tanto influenciou a evolução do toiro de lide em Espanha e Portugal
No que vai da temporada de 2015, “Pinto Barreiros”, “Grave” e “Charrua” registam já assinaláveis triunfos, traduzidos não só em chamadas à arena dos respectivos representantes, como no regresso ao campo de alguns dos exemplares lidados, que aguardam a sua vez de padrear.
Joaquim Alves de Andrade, proprietário da ganadaria Pinto Barreiros, refere a qualidade dos toiros enviados para o Cartaxo, em Junho, e para Idanha-a-Nova, a 31 de Julho Transmitida pela RTP), salientando o facto de o toiro 341 lidado no Cartaxo, ter regressado ao Campo.
Joaquim Grave (Murteira Grave) confessa a satisfação pelo comportamento da sua ganadaria, nas corridas lidadas em Reguengos, Santarém e Campo Pequeno, sublinhado contudo, como o maior triunfo, o obtido no dia 17 de Agosto em Coruche. “Até agora aproveitei dois toiros para sementais, um de Reguengos e outro de Coruche e só não aproveitei mais devido à extrema exigência de critérios com que faço a gestão da minha ganadaria”.
Gustavo Charrua (António Charrua) refere também o bom momento da sua ganadaria e destaca o curro de toiros lidado em São Manços, no início da temporada, do qual aproveitou também um toiro para semental.
Três ganadarias com características diferentes, apesar do tronco comum e três ganaderos confiantes em que os toiros que vão mandar para o Campo Pequeno reúnem todas as condições para proporcionarem um grande espectáculo de arte e emoção. “Desejo que seja uma grande noite de toiros” diz Joaquim Alves de Andrade, enquanto Joaquim Grave espera que “os toiros de 3 de Setembro venham na linha do que tem sido o comportamento da ganadaria e proporcionem bons triunfos a cavaleiros e forcados, pois o triunfo deles será também o meu” e, por seu turno, Gustavo Charrua vaticina haver “matéria-prima para um grande êxito artístico”.
Quanto aos grupos de forcados, os três ganaderos são unânimes em destacar a história de ambos e o facto de várias gerações da mesma família de forcados terem passado pelos dois grupos, considerado-os como “referências inquestionáveis na arte de pegar toiros”. Esperam também que essa rivalidade sã, mas aguerrida entre os dois grupos, esteja mais uma vez patente na arena.
Quanto ao mano-a-mano entre João Moura Jr. e João Ribeiro Telles Jr., Joaquim Alves de Andrade considera serem “os dois cavaleiros que, neste momento, mais interesse despertam para o público e para o aficionado”, acrescentando que este mano-a-mano vem no momento exacto e no local certo: O Campo Pequeno”. Por seu turno, Joaquim Grave relembra que Joao Moura Jr. “vem ‘arreando forte’ como se diz na gíria, desde o início da temporada, ao passo que João Ribeiro Telles Jr tem vindo a recuperar terreno, pelo que este confronto artístico vem no melhor momento e, ‘para a questão sair a limpo’ nada melhor que no cenário do Campo Pequeno”. Por seu turno, Gustavo Charrua confia na experiência dos dois cavaleiros para tirarem o melhor partido dos respectivos lotes de toiros e salienta o “óptimo momento artístico de cada um deles, o qual justifica inteiramente este mano-a-mano”.

Clube Taurino Alenquerense – CTA com Comissão Administrativa

Por eventuais atropelos aos estatutos do Clube Taurino Alenquerense – CTA, recebemos da Comissão Administrativa do Clube o seguinte comunicado que passamos a transcrever na íntegra. Esta comissão enviou-nos para comprovar a veracidade dos factos a acta (PDF) da assembleia.


Para conhecimento geral a Comissão Administrativa do Clube Taurino Alenquerense (CTA), vem informar o seguinte:
Tendo um vasto número de associados do CTA constatando: Uma pública e notória ausência de qualquer actividade associativa do CTA; A infracção à lei e aos estatutos do CTA por parte dos seus últimos titulares dos órgãos associativos, consubstanciada na ausência de eleições periódicas, de acordo com os estatutos, para os órgãos do CTA; Que a ausência de eleições conduz à perpetuação de pessoas que se entendem como “donas” do CTA, ignorando que o clube é de todos os sócios; O total desconhecimento, pelo universo dos sócios, da situação administrativa e financeira do CTA, onde impera uma exclusão de sócios de forma arbitrária e não justificada; Um notório e público incumprimento do protocolo entre a Câmara Municipal de Alenquer e o CTA, por responsabilidade deste, facto que teve ampla repercussão na comunicação social regional; E, de um modo geral, uma acentuada perda de credibilidade, prestígio e reconhecimento do papel do CTA na vida associativa local e regional.
Decidiu esse grupo de associados convocar uma assembleia-geral, convocada e realizada nos termos legais, tendo, em síntese, deliberado: Destituir os anteriores titulares dos órgãos do CTA, caso alguns entendam estar ainda em funções, sendo a destituição efectuada nos ternos legais previstos no Código Civil (art.º 172.º n.º 2). Eleger uma comissão administrativa, com um mandato a durar pelo período de 180 dias.
A comissão administrativa é composta por José Jorge (1.º presidente da direcção do CTA), David Vicente (cabo do Grupo de forcados); Rita Delgado; Nuno Ventura; André Mata; Frederico Mata. A Coordenação e direcção da Comissão Administrativa será presidida pelo mencionado José Jorge.
Em face do exposto informa-se que: A partir do dia 6 de Agosto de 2015 a Comissão Administrativa do Clube Taurino Alenquerense é o órgão de gestão e direcção do CTA; A comissão administrativa é o único e exclusivo órgão para a tomada de decisões e para a vinculação do CTA perante quaisquer entidades públicas ou privadas.
Não serão tidas como válidas para esta Comissão Administrativa quaisquer decisões ou quaisquer tomadas de posição de outras pessoas, individualmente ou, alegadamente, em representação de órgãos do CTA, sem prejuízo de, caso tal aconteça, a Comissão Administrativa lançar mão de todos os meios e procedimentos legais ou judiciais, tendentes à reposição da legalidade e ao respeito pela integral legitimidade desta Comissão.

(Esta comissão enviou-nos para comprovar a veracidade dos factos a acta (PDF) da assembleia.)

Com saudações taurina.

A Comissão Administrativa do Clube Taurino Alenquerense


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Jovem agredida por se solidarizar com um portal taurino

Inmaculada Sequí, presidente de VOX em Cuenca, foi internada no Hospital Virgen de la Luz, depois de ter sido agredida por três indivíduos à porta do seu domicílio. 
A notícia assim, parece mais uma das que a diário lemos e vemos na imprensa, mas não, esta jovem foi agredida por se solidarizar com um twitter no portal mundotoro, pelo ataque informático que este sofreu no fim-de-semana. 
Urge colocar mão de ferro nestes inergumes que querem privar as pessoas da liberdade de expressão.

"La buena prensa"

Rui Bento no programa KIKIRIKI do Canal +
Dizem os espanhóis quando um toureiro tem uma certa facilidade em se relacionar com a imprensa que tiene buena prensa, ou seja, colhe a simpatia dos órgãos de comunicação pela sua disponibilidade.
Rui Bento Vasquez, logo quando passou a residir em Salamanca /Calle Segóvia), sempre teve esse estatuto de ser um toureiro com buena prensa, e nós presenciámos esse facto.
Depois de todos estes anos, continua a desfrutar junto da comunicação social da especialidade dessa facilidade. A prova provada, deu-a ontem, quando foi entrevistado por Marina Pérez de Ayala do Canal +, sobre o seu toureiro (Juan del Álamo) e a temporada na praça de Lisboa.
Defendeu e projectou a imagem de Juan del Álamo. Salientou que exactamente que como José Garrido, são toureiros de valor a quem há que dar passo em muitos mais cartéis importantes. Da praça de Lisboa, falou da forma auspiciosa como tem decorrido a temporada e dos cartéis, sem esquecer a presença de toureiros espanhóis como Pablo, Ventura, “El Juli” e claro Juan del Álamo.
Rui Bento Vasquez, continua a merecer dos media espanhóis esse estatuto de ter "Buena Prensa", e saber tirar partido disso mesmo.

Touros de Passanha e os cavaleiros Rui Fernandes, Marcos Tenório e João Telles Jr na Feira de Mérida


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Apresentação da Feira da Moita 2015

A empresa Aplaudir vai apresentar no dia 31 de Agosto, segunda-feira, pelas 19 horas, na Praça de Touros Daniel do Nascimento, na Moita, a Feira Taurina da Moita, edição 2015.
Na edição 2015 vão estar presentes grandes figuras do toureio mundial, como são o caso de Juan José Padilla, Pedrito de Portugal, Diego Ventura, Paulo Caetano, entre outros.
A apresentação contará com a presença dos toureiros, forcados e ganadeiros, que vão estar presentes no certame.

“Juanito” abre a porta grande na primeira da feira de Almeria.

João Silva “Juanito” aluno da Escola Taurina de Badajoz cortou duas orelhas na Feira de Almeria, abrindo a porta grande na lide de erales de Estebán Isidro. Alternou com Juan Carlos Benitez, Sérgio Roldán, Fran Ferrer, José Magaña e Toñete. 

domingo, 23 de agosto de 2015

Alter do Chão – Os “modestos” e jovens, também são capazes de proporcionar uma boa tourada

Fui até Alter do Chão para ver uma tourada daquelas que não fosse "sota, cavalo e rei". Era um cartel diferente, para além de ser com os chamados “modestos”, eram jovens que necessitam de oportunidades de tourear, para que haja essa renovação tão necessária. Que surja um ou mais nomes, capazes de levar gente às praças de touros.
No início a coisa até parecia tremida, quanto a público, porque a noite estava fria mas, com o chegar da hora, lá se compôs com meia casa forte, ou mesmo 2/3 dos lugares ocupados. Uma coisa é certa, quem foi a Alter do Chão viu tourear e um bom curro de touros de Proença. Bem apresentado, encastado, com o quarto da noite bravote a proporcionar a volta ao ganadeiro.
Tiveram emoção os touros a empurrar forte, pedindo toureiros e montadas à altura das circunstâncias, bem como aos forcados de Alter e Académicos de Elvas.
Muito boa a prestação de Marcelo Mendes no seu primeiro em que montado no “Único”, pisou terrenos de muito compromisso, com o cavalo a colocar a cara a escassos centímetros do touro, dobrando-se de forma extraordinária. Deixou ferros emotivos, em que colocou a “carne no assador” e fez vibrar o público com a sua lide. Não teve actuação tão conseguida no segundo porque o touro foi mais reservado mas, pediu a gritos, para ter lugar em mais cartéis.
Manuel Telles Bastos justifica o preço do bilhete só pelo simples (parece simples) facto de ser uma delícia vê-lo montado a cavalo e evoluir em torno do touro. 
Esteve à altura daquilo que é exigido a quem sai da Torrinha e se presta a tourear em público. Sentido de lide, cites de frente com ferros rematados ao estribo. Tudo isto conseguiu Telles Bastos mesmo com a brusquidão do primeiro. Aproveitou superiormente o seu segundo com uma lide clássica, sem abdicar da sua juventude e exuberância em mexer com o público. Merecidíssima a sua volta à arena na companhia do ganadeiro, que com grande sentido do que é dirigir uma corrida, não deixando de ser bom aficionado, o meu Amigo Rogério Jóia lhes concedeu. Aliás o director da corrida esteve impecável mesmo quando não autorizou o pedido de mais um ferro. Há um regulamento, um tempo a cumprir e já tinha condescendido na colocação de mais um ferro, que às vezes nada vem acrescentar às lides, antes pelo contrário. Há que saber quando se deve terminar. 
A irreverência de Rouxinol Jr., a escola que tem bebido de seu pai ao longo dos anos, dão-lhe mesmo como praticante (a quem se admitem carências), esse saber estar. Esteve soberbo na lide dos dois touros que pediam o traquejo de um profissional para resolver o empurrar forte dos “proenças” que por vezes se colocavam emparelhados com as montadas. Andou ligado, elegeu bem os terrenos e colocou ferros ajustando-se nas sortes.
Noite algo mais dura para os forcados de Alter do Chão com uma pega à 4ª tentativa, uma à primeira e uma boa pega de cernelha que, apesar de o touro demorar a encabrestar, foi emocionante. Bonito o detalhe do brinde aos seus companheiros Académicos de Elvas.
Os Académicos de Elvas pegaram um touro à segunda e dois à primeira tentativa. Houve brindes por parte dos cavaleiros e forcados que envolveram o próprio Rouxinol Jr., o empresário Jorge de Carvalho e o Presidente da Câmara de Alter do Chão.
Brevemente apresentaremos o vídeo da segunda parte desta tourada, nos Videos em Destaque.






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