sexta-feira, 31 de março de 2017

Oa touros de Varela Crujo para o campo Pequeno

Trailer Ganadaria Varela Crujo from Campo Pequeno TV on Vimeo.

Ricardo Castelo: “Abrir a Temporada em Lisboa é um acontecimento Marcante!”

O cabo do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, Ricardo Castelo, considera que abrir a temporada de Lisboa, dia 6 de Abril, “é um acontecimento marcante que o grupo encara com grande sentido de responsabilidade”.
Por outro lado, Ricardo Castelo considera ser “uma honra por se tratar de uma temporada de especial significado para o Campo Pequeno, pois a praça comemora 125 anos de idade, uma data redonda”.
E acrescenta: “Uma data redonda para a empresa, mas também uma data redonda para o nosso grupo, visto que, este ano, comemoramos 85 anos de actividade”.
Daí que, conclui, “esta apresentação na primeira praça do país reveste para nós de um duplo significado: Festa pelos dois aniversários; Responsabilidade por abrirmos as comemorações dos 125 anos do Campo Pequeno”.
“Tudo faremos para, mais uma vez dignificarmos a figura do Forcado como figuras de cartaz, correspondendo assim à confiança que a empresa em nós depositou”, acrescentou.
O grupo de Vila Franca foi considerado o triunfador da temporada de 2016, no Campo Pequeno e Ricardo Castelo. A este propósito, Ricardo Castelo lembrou o significado que o Campo Pequeno tem para o seu grupo. “O Campo Pequeno e o grupo de Vila Franca têm sido parceiros de sucesso em momentos de grande responsabilidade e recordou que o grupo esteve presente na corrida do centenário da praça, em 1992.
“Foi uma corrida extraordinária e ainda hoje é das mais faladas no que às pegas e aos forcados diz respeito”, refere.
Ricardo Castelo recordou também o êxito de 16 de Junho de 2016 em que, como único grupo, pegaram seis poderosos toiros da ganadaria Canas Vigouroux, “um triunfo que foi reconhecido por muitos órgãos de comunicação taurina.
Sobre o actual momento do grupo, sublinha o facto de haver muitos jovens na formação actual, “pelo que a continuidade está assegurada, pois esses elementos jovens estão devidamente enquadrados pelos elementos mais antigos, garantindo assim a coesão necessária de toda a estrutura”.
Ricardo Castelo considera que a “para uma época histórica e numa praça da maior importância a nível mundial como temos o privilégio de ter na nossa capital, é importante que todos os aficionados respondam ao profissionalismo e empenho da empresa, com assiduidade”
Para Ricardo Castelo esta é a melhor forma de defendermos a nossa festa e a qualidade e diversidade dos cartéis apresentados pela empresa são motivos para estarmos presentes. Desejo a todos os artistas muita sorte e que Deus nos ajude a todos a por a fasquia num ponto muito alto no que diz respeito à qualidade dos espectáculos nesta praça de tão grande historial”.

O cartel da corrida é formado pelo cavaleiro João Moura, os matadores Juan José Padilla (espanhol) e Roca Rey (peruano) e os Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, capitaneados por Ricardo Castelo. Lidam-se 6 toiros, 2 para cavalo de Mário e Herdeiros de Manuel Vinhas e 4 para a lide a pé de Varela Crujo, Herds.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Juanito e novilhos de Paulo Caetano em Higuera de Vargas

No dia 15 de Abril o cartel na localidade de Higuera de Vargas (Badajoz) tem a componente lusitana. Lidam-se novilhos de Paulo Caetano e entre os novilheiros para os lidar, está João Silva "Juanito", que alternará com Luis Manuel Terrón, ambos alunas da Escola de Badajoz

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Touros na Califórnia por influência de emigrantes Açorianos

A notícia surge como se fosse um fenómeno. Para nós portugueses, há muito que as touradas na Califórnia são uma constante em algumas localidades ligadas a Festas Religiosas. Os seus impulsionadores são portugueses que um dia deixaram os Açores e rumaram à terra do "Tio Sam".
Os cartéis agora anunciados dizem respeito concretamente a Houston e California nos días 1 e 8 de Abril, respectivamente.
Em Houston na praça de touros "Espuelas de Plata" situada a sudoeste da cidade, actuarão Longinos Mendoza, Ignacio Garibay, Arturo Macías, Fermín Espinosa ‘Armillita’ e o novilhero Andrés Suarez del Real, com astados de Mendoza.
Na California, com gado de distintas procedências, anunciam-se os cavaleiros Alberto Conde, Paulo Jorge Ferreira e o practicante Manuel Sousa jr. Pegam os forcados amadores de Turlock e Escalon.

Corrida do Tomate, PALHA BLANCO 7 de Maio 2017

Exemplar de José Luis Sommer d'Andrade
Este é um exemplar que está apartado para a corrida de Toiros de dia 7 de Maio na PALHA BLANCO, um toiro da ganadaria com a divisa de José Luis de Vasconcelos e Sousa de Andrade.
Relembramos o cartel para esse dia: Cavaleiros - Francisco Palha - Jacobo Botero - João Salgueiro da Costa
Forcados - Vila Franca de Xira - Alcochete
Toiros - Branco Núncio - António Silva - Eng. José Luis Vasconcelos e Sousa d`Andrade - Eng. Jorge de Carvalho - São Torcato - Passanha Sobral
Neste Concurso de Ganadarias na PALHA BLANCO, estão em disputa os troféus bravura e apresentação, que serão atribuídos por um júri oportunamente anunciado.
Estará ainda em disputa na sua 3ª edição, o Troféu João Vila Verde para o melhor grupo em praça, sendo o júri constituído pelos Senhores: João Franco, João Cortes, António Manuel Cardoso (Néné), Jorge Faria (GFAVFX) e Diogo Sepúlveda (GFAS).





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Os GRANDES acontecimentos tauromáquicos voltam ao alto Alentejo

Esta é a mensagem que a empresa TOIROS + pretende passar ao dizer que "é diferente, acredita na verdade do TOIRO com trapio, com nobreza , com raça e com força" e que "apresentará no dia 1 de JULHO na praça de toiros de SANTO ANTÓNIO DAS AREIAS um imponente curro de toiros da ganadaria de S. TORCATO, estando o mesmo desde já apartado e cuidado com a dedicação do seu proprietário –Joaquim Alves.
Mas a TOIROS + com o respeito que o público merece, porque é o grande júri dos grandes acontecimentos, está a preparar uma corrida mista, onde na parte equestre a veterania e a juventude estarão em confronto e, na arte de Montes, poderá ser a surpresa da temporada 2017.Nas jaquetas das ramagens um dos grupos que mais internacionalizações realizou nas últimas temporadas, e outro que rivalizara na defesa da tradição.
Além de uma magnífica noite de toiros, desfrutará de uma beleza única, proporcionada pela histórica vila de Marvão, pela simpatia das gentes Santo António das Areias, pela sua gastronomia e produtos regionais.
Termina por incentivar os aficionados com o seu comunicado ao afirmar: "Venha aos toiros, porque será uma corrida de toiros com a chancela da TOIROS+" .

quarta-feira, 29 de março de 2017

Llerena celebrará o seu II Bolsín Taurino com a presença da Escola de Toureio do Montijo

O acto de apresentação teve lugar na cidade de Llerena com a presença de representantes das varias instâncias taurinas.
A localidades de Llerena terá uma nova edição do Bolsín Taurino entre 31 de Março e 1 de Abril e contará com a participação dos alunos das escolas de Camas (Sevilha), Montijo (Portugal) Centro Internacional Taurino Alto Rendimiento (CITAR- El Juli)), Guadalajara, Salamanca, Toledo e Badajoz


Fernando Palha recordado na Revista Campos y Ruedos

A Revista Campos y Ruedos edita a sua newsletter em que conta com 450 subscritores e mais de um milhar de seguidores no facebook, dedica parte da sua edição de Março à figura do ganadeiro Fernando Palha. Os seus touros da "Quinta da Foz" tinham grande cartel em França e os aficionados franceses não esquecem a figura ímpar deste Homem que para além de um grande aficionado e ganadeiro teve o seu lado filantropo enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira.

terça-feira, 28 de março de 2017

O falecimento do Maestro Manolo Cortés e "O encontro casual com uma figura do toureio...

Fiquei chocado com o recente falecimento do Maestro de Ginés, Manolo Cortés, o qual vi tourear muitas vezes na sua Sevilha, na sua Maestranza que o admirava.
As oportunidade de o ver surgiram no final dos anos setenta, princípio dos oitenta. No escalafón pontuavam nomes grandes como Curro Romero, José Luis Galloso, Manzanares (pai), Paco Alcalde, Paquirri, Rafael de Paula, Manolo Vasquez e El Viti (estes dois já na recta final), entre outros mais.
Manolo Cortés foi um toureiro de “pellisco”, dessa arte “agitanada”, tocado pela varinha dos eleitos. A composição da figura a “despaciosidad”, o tourear fora do touro, davam-lhe um lugar de previlégio junto dos aficionados.
Depois de retirado apoderou alguns toureiros e ajudou outros como o mexicano David Silveti.
Passados muitos anos (Inverno de 2011) voltei a encontrar o maestro inesperadamente por terras de Monforte, onde esteve num tentadero nos Irmaãos Garçón e que publiquei no Planeta dos Touros com este titulo:
O encontro casual com uma figura do toureio...

A região do norte alentejano é uma zona agrícola e ganadeira. Não é por isso difícil nesta época em que os toureiros preparam as suas temporadas, depararmo-nos com alguns deles que por aqui andam a fazer tentaderos.
Numa destas tardes, em Monforte, no Restaurante “Contra Barreira”, do bandarilheiro Hugo Silva, fui encontrar um dos toureiros que muito admirei. Tratou-se de Manolo Cortés, o toureiro de Gines, intérprete de um toureio de perfume sevilhano, de fino corte e duende.
Estivemos a conversar e recordámos tardes suas que eu presenciei, em especial em Feiras de Sevilha, nos anos setenta/oitenta, onde era figura indispensável nos cartéis de Deodoro Canorea.
Falámos também de uma extraordinária tarde sua em Vila Franca, em que inundou o ruedo da Palha Blanco com o seu toureio de muitos kilates.
Manolo Cortés com o mexicano David Silveti
Estava Manolo Cortés acompanhado pelo novilheiro mexicano David Silveti (que nesta temporada actuava no Campo Pequeno) e estiveram na finca Dª Ana, de Luís Garzón (antes propriedade de João Moura), aqui em Monforte.
Depois da conversa, Manolo Cortés e David Silveti pousaram para a foto e ficaram agradados com o facto de puderem chegar aos aficionados através deste blogue.

Manuel Cortés de los Santos
- Nascimento: Gines 11/06/1949
Primeiro festejo sem cavalos em Santisteban del Puerto a 8 de Setembro de 1965 com Carnicerito de Úbeda.
Debutou com cavalos na temporada de 1966, em Cortegana, a 10 de Maio. Festejo misto com Alvaro Domecq e Rafael Romero. Novilhos de Campos Peña.
Toureou 25 novilhadas em 1966 e 25 em 1967. A primeira cornada surgiu em Castellón em 1967 a 28 de Maio.
Alternativa: Valencia 14/03/68; Cartel: Antonio Ordóñez, Diego Puerta e Manolo Cortés. Touro da alternativa: “Reventador”. Ganadería de Urquijo.
Confirmação: Madrid 14/05/1968. Cartel: Antonio Ordóñez, Miguelín e Manolo Cortés. Ganadería de Urquijo.
Que descanses em Paz Maestro... e que possas tourear para os "anjos no céu" como o fizeste na Terra.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Morante - Para os paladares mais requintados, no que ao toureio concerne

Empresário espanhol da Praça de Estremoz apresenta cartel para 29 de Abril


Cumpriram-se 23 anos de alternativa de José Luís Gonçalves

Cumpriu-se no passado dia 19 (Dia do Pai) 23 anos em que o desditoso José Luís Gonçalves tomou a alternativa em Badajoz. Foi em 1994 e teve como padrinho Juan Mora e de testemunha Finito de Córdoba, o touro do doutoramento chamava-se “Artista” da Ganadaria de Hdros. de José Cebada Gago.
Foi um dia lindo como escrevi na altura. Todo um caminho que fiz a teu lado Amigo. Nunca te irei esquecer, nem essa ideia que foi “fatídica” de participares nesse show que em nada acrescentaria à história do toureiro português que melhor vi interpretar a “Arte de Montes” e que naquela tarde inolvidável de novilheiro em Madrid, tão bem foi cantada naquela linda crónica do saudoso maestro da crítica taurina no ABC, Vicente Zabala.
Num abraço, fundimo-nos com as lágrimas nos olhos naquele eventual adeus às arenas em Santo António das Areias. É com lágrimas nos olhos que volto a escrever este pequeno apontamento que não poderás ler. No entanto, eu e os teus Amigos verdadeiros, nunca te vamos esquecer, quer como toureiro, quer como Homem.

Campo Pequeno em destaque na imprensa espanhola

O Gerente dos Espectáculos Taurinos da Empresa do Campo Pequeno, Rui Bento Vasques, concedeu duas interessantes entrevistas à imprensa espanhola da especialidade, nomeadamente às revistas Aplausos e 6Toros6.
Nestas duas entrevistas o matador de touros retirado, actual Gerente do Campo Pequeno e apoderado, fala do presente e do futuro da primeira praça do país e do futuro das touradas em Portugal.
Para Rui Bento Vasques, estamos numa época de transição que em muito se fica a dever às figuras do toureio que têm passado ultimamente pelo Campo Pequeno.


Praça de Toiros de Coruche no dia 27 de Maio

A Empresa De Caras, Tauromaquia, Lda. Apresenta mais duas das seis ganadarias que irão integrar o cartel do concurso de ganadarias a ter lugar na Praça de Toiros de Coruche no dia 27 de Maio 2017, cujo cartel conta com as presenças dos Maestros António Ribeiro Telles e Luís Rouxinol, comemoram em 2017 trinta e quatro e trinta anos de alternativa respectivamente. Remata o cartel o jovem cavaleiro Salgueiro da Costa que se apresenta em Coruche como cavaleiro de alternativa. Os Grupos de Forcados Amadores de Coruche, (José Macedo Tomás) e de Alcochete, (Nuno Santana). - foto|Correio do Ribatejo

SOUSEL MANTÉM A TRADIÇÃO – CORRIDA DE TOIROS DE 2ª FEIRA DE PÁSCOA

A tradicional Corrida de Toiros de 2ª Feira de Páscoa em Sousel é uma das corridas mais carismáticas do nosso país.
Numa realização conjunta entre a Junta de Freguesia de Sousel e a empresa Tauroleve a Praça de Toiros Pedro Louceiro recebe no próximo dia 17 de Abril pelas 17:00 horas a tradicional corrida integrada na Romaria de Nossa Senhora do Carmo no qual contará com a presença dos cavaleiros Marco José, Paulo Jorge Santos e o praticante Parrerita Cigano, estando as pegas a cargo dos Amadores de Montemor e Caldas da Rainha. Os toiros para esta corrida pertencem à divisa alentejana de Silva Herculano.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Afinal o que é que pretendemos do touro actual

Terminadas as Fallas de Valência, chegados à última corrida, levantou-se a polémica sobre o indulto do touro “Pasmoso” de Garcigrande: Indulto ou não!?
Hoje com mais de 50% da cabaña brava assente no encaste Domecq, assistimos à lide de touros, onde é permanente a preocupação de não picar muito, cuidá-los, não lhe baixar muito a mão para não caírem. Enfim uma série de circunstâncias que levam muitas vezes ao desespero dos aficionados e, sobretudo, do publico menos entendido.
Perante este cenário quando saí um touro como o “Pasmoso” de Garcigrande, que empurrou no cavalo, acometeu sempre com impetuosidade, se bem que nem sempre andou muito humilhado, discutiu-se pelos comentadores (Canal Toros) se era touro para indulto, ou não.
Parece-me enquanto aficionado, que estes touros têm que voltar para o campo. Dar ao ganadeiro a possibilidade de curar o touro e voltar a tentá-lo. Depois logo se vê se deve ou não ir padrear.
O monoencaste levou-nos ao momento actual. As figuras não querem lidar outros encastes e Madrid insiste no “mastodonte” com muitos quilos, não importando o trapio que nada tem a ver com o peso.
Assim é difícil levar a emoção às bancadas através da arte de tourear com o tipo de touro que se está a lidar hoje. Pode-se tourear hoje melhor do que nunca mas, é necessário ver lidar muitos touros, para se ver um bravo, com fundo e duração.

Estreou no Campo Pequeno TV VIDA DE MAIORAL – Carlos Fernandes

Já está disponível no Campo Pequeno TV mais um programa da série Vida de Maioral, desta vez sobre Carlos Fernandes da Ganadaria do Eng. Luís Rocha.
Um dia de trabalho na Herdade da Machôa e muito sobre o fascínio da criação do toiro de lide.
Subscreva o Campo Pequeno TV, disponível no MEO e NOS, por apenas 7.50€ / mês, e com a possibilidade de ver uma grande variedade de programas, sobre múltiplos assuntos da tauromaquia nacional e corridas que fizeram história em Lisboa.
Veja o Trailer em: https://vimeo.com/208819280

Reinicio das aulas e inscrições abertas para a Academia do Campo Pequeno

Se queres ser toureiro, inscreve-te na Academia de Toureio do Campo Pequeno. As aulas começam dia 22 de Março, às 17 horas.
O horário é quartas e sextas-feiras das 17h00 às 20h00 e aos sábados das 10h00 às 13h00.
A docência é assegurada pelo Matador de Toiros António João Ferreira, co-adjuvado pelo Bandarilheiro Américo Manadas.
Solicita a tua ficha de inscrição através do e-mail: tauromaquia@campopequeno.com.

quinta-feira, 16 de março de 2017

A Feira de Valência sob o signo da homenagem à memória de Manolo Montoliu

Monumento a Montoliu junto à Praça de Valência
No dia 1 de Maio, passam 25 anos sobre a trágica morte (Sevilha 1 de Maio de 1992, quadrilha de José Maria Manzanares, touro Cabatisto de Atanázio Fernández), daquele que foi matador de touros mas, sobretudo, um grande bandarilheiro.
Simón Casas o produtor tauromáquico como gosta de ser conhecido, empresário da praça de Valência, decidiu em boa hora, reunir a afición valenciana em torno da efeméride dos 25 anos da morte de Manolo Montoliu.


Esta efeméride tem para mim uma história, pela forma como um dia me cruzei com Manolo Montoliu. Decorria o ano de 1987 e o saudoso Ludovino Bacatum, então representante dos Choperas em Portugal, entrou um dia na redacção da Novo Burladero e propôs ao João Queirós, eu ir a Salamanca fazer a feira daquele ano. Disse que trataria de tudo e que quando lá chegasse (à praça), era só identificar-me.
Estava de férias em Arronches e daqui parti com a minha mulher de madrugada rumo a Salamanca. Chegado à praça, dirigi-me ao responsável pela comunicação social e, para meu espanto, disse-me que não sabia de nada. Estupefacto, e como não havia as possibilidades de comunicação que existem hoje, e, por outro lado, nunca tive paciência para ficar à porta das praças à espera que a empresa decida se posso ou não fazer o meu trabalho (divulgar a Festa que todos temos que defender), disse ao senhor para não se preocupar.

(Praça de Aranda de Duero antes da cobertura)
Voltei para o carro onde tinha comigo o último número da revista Aplausos, e disse à minha mulher para ver se havia alguma corrida perto de Salamanca para irmos ver. Para nosso espanto, no dia seguinte começava a Feira de Aranda de Duero (Feria de Nuestra Señora de las Viñas). Ainda com a particularidade de ser lidada uma novilhada de Cunhal Patrício (do meu caro Amigo e Senhor Isidoro Maria de Oliveira), toureava o Rui Bento Vasques de novilheiro com o Niño de La Taurina (Aranda de Duero -Burgos. Novillos de Cunhal. Chicuelo de Albacete, ovacionado. Rui Bento, cuatro orejas, Niño de la Taurina, dos orejas y rabo, y vuelta), apoiado pelo Maestro Gregório Sanchez e o Vitor Mendes (Toros de Luis Albarrán- buen juego. Roberto Dominguez, ovación, una oreja; Tomás Campuzano, dos orejas y Vitor Mendes, ovación, dos orejas y rabo con salida a ombros – Diário ABC). Não pensei duas vezes. Apontei a Valladolid e em pouco tempo estava na Praça de Aranda a falar com o empresário, simpatiquíssimo que até ficou aborrecido comigo por eu ter comprado bilhete para a minha mulher. Tratou de me dar o “pase de callejón” para a corrida e no dia seguinte para a novilhada.
(Antoñete com Montoliu e Martín Récio)
No dia da corrida de Vitor Mendes, fui ao pátio de quadrilhas para o cumprimentar e falarmos um bocadinho, quando ele me disse: Fernando deixa-me apresentar-te o Manolo Montoliu e o Martín Récio que agora vêm na minha quadrilha, depois de estarem com o Maestro Antoñete.
Cumprimentei-os e o Vitor disse-lhes que era um amigo, aficionado e periodista português da mais prestigiada revista nacional. Não esqueço estas palavras e de ter tido a oportunidade de conhecer este grande toureiro que mal pensava eu, em 1992 via a sua trágica morte. As crónicas e fotos saíram na revista Novo Burladero de Setembro de 1987.
(O porte de um grande bandarilheiro)
Manolo Montoliu era a personificação do toureiro, dentro e fora da praça. O seu andar a passo para os touros, com os braços caídos e as bandarilhas a apontarem para a arena. Quarteava-se e reunia na cara dos touros com a verdade que deve ter a arte de bandarilhar. O mesmo executa hoje o seu filho, José Manuel Montoliu que lhe seguiu as pegadas e que é a imagem viva de seu pai.
Valência, os seus aficionados e Simón Casas, não esqueceram de homenagear nesta Feria de Fallas, Manolo Montoliu. Bem hajam!


Portada do ABC com a cornada fatal

domingo, 12 de março de 2017

Toureio a pé em destaque no Festival da Rádio Campanário

Vê-se tão pouco toureio a pé em Portugal que, quando aparece num cartel, é quase um acontecimento. Aquilo que devia ser normal e que aos poucos se vai perdendo. O grande Manuel dos Santos, manteve durante anos os espectáculos mistos e eram um êxito.

A Rádio Campanário teve esse mérito ao incluir a componente do toureio a pé no seu festival e, o resultado, não defraudou os aficionados ao toureio eterno. Ao toureio de Pedro Romero, Guerrita, Gallito, Belmonte ou Manolete e que chegou aos dias de hoje com um grande naipe de figuras do toureio e jovens promessas. Assumo que foi esta a componente que me levou a Vila Viçosa.
Logicamente que defendo o toureio à portuguesa, quando ele não é repetitivo, ou cópias de cópias. Quando é puro e personalizado...

Saíram para a lide a cavalo exemplares de Maria Guiomar Cortes Moura, Calejo Pires, Romão Tenório e de Pedro Gutierrez "Nino de La Capea (que esteve presente) o encaste Murube. Para a lide a pé foram três os exemplares de Manuel Calejo Pires (encaste Domecq). Nos lidados a cavalo, destaque para o de Romão Tenório (que permitiu volta ao ganadeiro de Arronches) e de Capea, lidado por Leonardo Hernández.
Rui Fernandes esteve por cima das condições de lide do exemplar de Maria Guiomar Cortes Moura. O seu conhecimento do touro e dos terrenos, permitiram a Rui Fernandes uma lide em que não houve grandes momentos de toureio a cavalo mas, a actuação asseada, que nestas condições é o que se impõe.
Manuel Telles Bastos teve que se aplicar, para contrariar as dificuldades do encastado mas com complicações exemplar, da Herdade dos Cabreiros, com a divisa de Manuel Calejo Pires. Sacou da “escola da Torrinha” e sobrepôs-se às dificuldades, deixando um ou outro ferro a merecer os aplausos do conclave, sem poder atingir grandes momentos.
João Moura Jr. recebeu
 o de Romão Tenório, dobrando-se bem, que de início foi "andarín", não com o tranco característico dos murubes mas, incomodativo porque não se fixava. Porfiando João Moura Jr. conseguiu que o seu antagonistas se templasse, permitindo-lhe uma lide com ferros frontais, com entrada ao pitón contrário, remates toureiros e os galopes a duas pistas. Uma lide que chegou ao público pela entrega final do de Romão Tenório e pela actuação do de Monforte, que permitiu no final volta à arena ao cavaleiro, ganadeiro e forcado.
Leonardo Hernández, deixou dito na arena da Praça de Vila Viçosa porque é um dos três rejoneadores mais importantes do país vizinho. Raiou a grande altura na lide do bom exemplar de Pedro Capea.
Um toureio variado, preocupando-se em citar e colocar os ferros de frente, com verdade e sempre bem rematados. Veio depois a parte do rejoneo com as levadas da montada, a colocação das bandarilhas curtas e a rosa, com desplantes da montada na cara do novilho. Leonardo deixou grandes expectativas para o mano-a-mano com Diego Ventura em Madrid.
Na lide a pé, o novilho com menos condições foi o de Uceda Leal, que veio substituir o anunciado Ortega Cano. Excelente com o capote, acabou por submeter o de Calejo Pires na sua muleta, em que o novilho saia com a cara por cima do estaquilhador.
Tinha muitas teclas para tocar o segundo da mesma divisa e lidado por Morenito de Aranda, um toureiro que o público de Madrid admira. Poderoso com a muleta aos poucos foi embarcando o novilho que acabou por humilhar, não podendo apertar muito no baixar a mão por estar escasso de forças. Morenito toureou para ele, sentiu-se e transmitiu isso ao aficionado mais atento.
Igualmente o terceiro e último da tarde/noite que tocou a Manuel Dias Gomes, tinha os seus problemas embora nobre. Manuel esteve variado com o capote lanceando por Chicuelinas e Lopezinas. Na muleta foi uma faena de menos a mais. Na parte final com o novilho mais templado, esteve centrado e assente. Sacou muletazos por ambos os pitóns mas, os naturais tiveram um sabor especial, com o toureiro abandonado e repousado.
Os Forcados de Évora (uma pega à primeira e outra à segunda) e Académicos de Elvas (uma à primeira e outra à terceira) não tiveram grandes problemas nas pegas.
Dirigiu Agostinho Borges e registou-se meia casa forte, perto dos três quartos, em tarde de sol mas muito fria.