segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pedrito… o “Desejado”



Regressou às arenas portugueses (Setúbal) o matador de touros Alexandre Pedro “Pedrito de Portugal”, assim o baptizou um dia João Mascarenhas.
Pedrito de Portugal teve, e ao que parece continua a ter, esse não sei quê que arrasta as massas, o que é diferente dos aficionados que infelizmente ao toureio a pé somos poucos.
Conheço o Pedro desde miúdo quando se iniciou nestas andanças e os seus primeiros êxitos em França pela mão de Mário Coelho. Fui Amigo de seu pai o saudoso Roque Silva, toureiro e grande aficionado. Coloquei-o numa novilhada no Montijo, com António Ferrera a favor do Núcleo da Cruz Vermelha. Por isso mesmo, estas linhas antes de escritas foram bem pensadas.
Tive a oportunidade de escutar as declarações de Pedrito ao Sol Toiros TV (Carlos Papafina) e essas declarações deram-me que pensar. Perante o grande número de público na Carlos Relvas, deduzo que Pedrito ainda têm esse condão de arrastar essas tais massas anónimas para o ver tourear.
No entanto algo nas suas declarações me levou a escrever este artigo que não passa da minha opinião enquanto aficionado. Quem escutou as declarações de Pedrito e não conhece o seu percurso, devia saber que não está perante o toureio em que a sorte lhe foi madrasta, que não teve sorte, porque arte e valor tinha... É que “Pedrito de Portugal” teve tudo ao seu alcance para continuar e podia ser o “Pedrito do Mundo dos Touros”.
 Apoderado em Espanha por um Senhor de seu nome Vitoriano Valência, toureou nas primeiras praças de Espanha e da América, esteve nas feiras mais importantes… mas com o touro, touro, veio a menos. Com o falecimento de seu pai, um endeusamento descabido, em especial junto do jet-set - que não aficionados - promovido por uns quantos que depois se viriam a afastar. Mal aconselhado foi-se apagando do estrelato. Porque nisto do touro o Homem quer, Deus dispõe e o touro descompõe… O balão esvaziou. As oportunidades eram cada vez menos e Pedrito foi caindo no esquecimento. 
Na Moita matou um touro como se isso em Portugal lhe valesse de algo. Valeu-lhe uma fabulosa multa, porque no aspecto meramente taurino nada veio a acrescentar senão uns dias nas páginas dos jornais e telejornais. Teve no entanto um alento para relançar a sua carreira e no México, na praça de Insurgientes, a maior praça do mundo, abriu a porta grande ao cortar duas orelhas a um touro e por ai se ficou.

Não há muito fez-se algum ruído sobre o seu relançar da carreira no Peru (Acho), que ficou por aí mesmo.

Pedrito disse nesta pequena entrevista que depois de Setúbal tem mais uma corrida em Portugal e possivelmente mais uma em Espanha (?). Com todo o respeito pelo profissional e em memória de seu pai, apenas posso dizer que continua pelos vistos a ser o “Pedrito de Portugal” mas jamais será esse “Pedrito do Mundo” taurino que todos ambicionávamos vir um dia a ter. Fernando Marques

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