domingo, 31 de agosto de 2014

A noite foi dos “Caetanos” na tourada comemorativa do aniversário dos Amadores de Arronches

Amadores de Arronches comemoraram o 15º Aniversário
Se alguma coisa nos apraz registar nesta tourada comemorativa do 15º Aniversário dos Amadores de Arronches, que teve lugar na noite de 30 de Agosto, foi a volta à arena do ganadeiro Paulo Caetano. Quando isso acontece (nem sempre) é porque houve o bom comportamento do touro quando à bravura e isso enriquece a Festa. Nem sempre concordamos com as voltas antecipadas dos ganadeiros, pois julgamos ser mais coerente serem dadas no final, atendendo ao comportamento global dos seus touros. Sendo assim, os dois novilhos/touros de Paulo Caetano, segundo e quarto, galoparam com tranco, tiveram sobretudo nobreza e permitiram aos aficionados desfrutar da essência do que deve ser o touro de lide... e a volta para o ganadeiro.
No conjunto dos exemplares lidados, os de São Martinho, foi mansote o primeiro a doer-se e procurar os terrenos de dentro, deixou-se lidar o segundo e menos voluntarioso o lidado em terceiro lugar. Quando aos de Paulo Caetano, apenas o último, com mais trapio, foi mais reservado e não teve a nobreza dos seus irmãos de camada.
O cartel misturava alguma veterania de Tito Semedo, que esteve irregular na lide do primeiro, pelas características do de São Martinho (muito bem ao recusar a volta à arena, mostrando e bem, ser o primeiro crítico da sua prestação), para no segundo (Paulo Caetano) aproveitar de alguma forma esse tranco no galope que lhe permitiu subir o nível da sua prestação.
Entendeu e bem João Moura Caetano o primeiro do seu lote, com o ferro da casa. Nos compridos como é habitual nas suas actuações deu vantagem ao hastado, deixando-o vir de largo para lhe colocar três compridos, dois a favor da querença.
Com os curtos recreou-se sobretudo nos galopes a duas pistas que invertia num palmo de terreno arrancando os aplausos do público - que preenchia meia casa forte da praça de Arronches - para depois ir de frente e deixar a ferragem com uma pequena batida. 
O segundo do seu lote (São Martinho) prestou-se menos ao luzimento do toureiro de Monforte, por ser mais reservado mas, João Moura Caetano, sacou dos seus recursos e das suas montadas para manter um nível exibicional a que vem habituando os aficionados.
Fechava o trio de cavaleiros Tiago Carreiras que pese dispor de um conjunto de montadas que lhe podem permitir a evolução no sentido positivo, esteve irregular na cravagem com o primeiro de São Martinho e, no segundo (Paulo Caetano), com mais presença e algo reservado nas investidas, houve muita entrega mas faltou soluções, ou discernimento, para conseguir uma actuação que esteve ao seu alcance e deixou escapar.
Para os grupos de forcados – que brindaram pegas ao grupo aniversariante – a noite foi de tranquilidade. Pelos da Azambuja pegaram Valter Soares à primeira e Tiago Barreto à segunda tentativa. O cabo dos Amadores de Arronches, Ricardo Nunes, deu o exemplo ao pegar o primeiro do seu grupo nesta data de aniversário e fê-lo à primeira, exactamente como Manuel Cardoso que também se fechou bem ao primeiro intento de pega.
João Bandeiras à primeira e Tiago Fernandes à segunda, foram os “solistas” pelos Académicos de Elvas. Público e o director (Rogério Jóia) foram generosos, como quase sempre, na concessão de voltas à arena. Exuberante o cornetim num espectáculo onde deve ser discreto e não protagonista em busca de aplausos. Aqui os protagonistas têm que ser o touro e os toureiros.
Como nota final apenas deixar o registo de três aficionados franceses que acompanhámos. Um deles a prepara um livro de fotos sobre as várias tauromaquias no Mundo (François Bruschet) e que estiveram desde o fardar do grupo de Arronches até ao final da tourada, a registar em fotos e vídeo esta forma singular da nossa tauromaquia. Também um casal polaco (amigo destes franceses) assistiu pela primeira vez a uma tourada e saíram maravilhados com o movimento, cor e coragem dos rapazes das jaquetas das ramagens. 







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