domingo, 9 de agosto de 2015

Na Terrugem Veigas e Canas Vigouroux pediram “credenciais” aos toureiros

Tem sido assim nos últimos anos. Quem chega à Terrugem como foi o caso de ontem à noite para assistir à tourada integrada nas Festas de Santo António e não tem um lugar para estacionar, é levado a pensar que a praça estará cheia. Pura ilusão. Continua como nos últimos tempos, meia casa nas bancadas da bonita praça - que me trás sempre à memória o Dr. Francisco Botelho Neves, um dos grandes empreendedores na obra de restauro desta praça.
Posto este preâmbulo importa analisar a tourada. Dos seis Canas Vigouroux anunciados, vieram quatro (três lidados mais o sobrero) e três de Manuel Veiga. Na generalidade não deram grandes oportunidades de triunfo a quem quer que fosse. Os Veigas depois das primeiras investidas procuraram as tábuas e por vezes colocavam-se por diante dos cavalos. Os de Canas Vigouroux foram descaradamente em busca das tábuas. Destoou dos irmãos de camada ainda para pior, o lidado em sexto lugar, que “reservou” lugar nos terrenos de dentro e dali não saía.
O descerramento da placa no pátio de quadrilhas a assinalar os 20 anos de alternativa de Francisco Cortes antes das cortesias, quanto a mim, pesou no aspecto psicológico do cavaleiro de Estremoz. É que estas coisas tocam-nos sempre, ainda por cima um toureiro que tem sido esquecido pelas empresas. Precisava de triunfar forte Francisco Cortes até pelo seu compromisso em Setembro na praça da sua terra mas, as circunstâncias que já apontámos, aliadas à pouca qualidade dos touros não permitiram esse triunfo, Teve um ou outro ferro com mérito, esteve esforçado e muito profissional mas, faltou aquele triunfo que necessitava.
Ana Batista chegou à Terrugem com um sorriso na cara que nos últimos tempos não a acompanhava com frequência. Teve uma grande facilidade em analisar os touros que lhe tocaram. Esteve com grande discernimento com os touros a defenderem-se e por vezes a apertarem para dentro. Colocou a “carne no assador” e conseguiu a actuação mais empolgante da noite, sobretudo no primeiro quando entrou com decisão pelo corredor, para apontar um grande ferro.
João Moura Caetano aproveitou as primeiras investidas do Veiga, citando de largo para deixar o seu habitual ferro com a batida -não resultando a primeira tentativa. Colocou ainda um curto de boa nota mas, como diria o Maestro Antoñete, o touro fechou as persianas e foi para tábuas. Aí teve que se empregar o de Monforte para rematar a lide, deixando-lhe dois ferros em sorte de violino, quase a touro parado, quando este decidiu sair para os tércios. Se o primeiro foi complicado o que dizer do segundo. Um manso perdido “agarrado” a tábuas em que teve que recorrer às sortes sesgadas, pisando-lhe o pouco terreno que o touro lhe deixava (nem sempre saía) para colocar a ferragem. Incompreensivelmente o director de corrida não permitiu a volta. Tenho para mim que as lides são mais do que deixar ferros. As lides são também, saber superar as dificuldades dos touros e quando assim é, julgo serem também merecedoras da volta. Se antes toda a gente dava a volta, agora parece-me que o critério embora mais apertado, como deve ser, também não pode haver dualidade, digo eu! Que me desculpe o meu Amigo Agostinho Borges que é um grande aficionado, para além de director de corrida.
Não foram fáceis as ganadarias no que concerne às pegas. Por Montemor pegaram Luís Valério (1ª), Manuel Dentinho (3ª) e Francisco Barreto (1ª); por Monforte Luís Samarra (1ª), Carlos Pinhel (2ª) e Dinis Pacheco, muito bem à 3ª tentativa, em dobra a André Xarepe, que foi violentamente volteado saindo lesionado. De destacar a forma solidária como agiu o grupo de Monforte ante a prostração do seu companheiro no solo e o touro a investir.

Amadores de Montemor


 Amadores de Monforte




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