Na génese desta distinção pública e de reconhecimento, que nasceu a partir de uma comissão, a autarquia quis prestar tributo ao cavaleiro, agricultor, empresário e Homem de família que em 1978 veio residir para o Concelho de Monforte ao adquirir a Herdade das Esquilas e, posteriormente, constituir aqui família ao contrair matrimónio com Maria Guiomar Cortes de Moura de quem tem dois filhos, João e Maria.
Na cerimónia que se iniciou pelas 18 horas nos Paços do Concelho marcaram presença a família, autarcas, entidades civis e militares e amigos, como o cavaleiro Emídio Pinto, João Simões (antigo cabo do grupo de forcados do Aposento da Moita) Carlos Ferreira (antigo forcado do grupo de Santarém e médico ortopedista) e Manuel Luís Goucha, amigo da família, apaixonado pelo cavalo e que tem na Casa Caetano um seu cavalo com ferro da Companhia das Lezírias a ser ensinado pelo Mestre equitador Paulo Caetano.Nas intervenções depois do Presidente da Câmara, Gonçalo Lagem dar as boas vindas a todos os presentes, Francisco Morgado, crítico taurino e amigo assumido do homenageado, fez a apologia de Paulo Caetano, como cavaleiro tauromáquico cuja carreira acompanhou ao longo dos anos. Destacou com ênfase o carácter de Paulo Caetano como amigo do seu amigo, espírito empreendedor e que tem como pilar da sua vida, um conceito muito vincado da importância da família para alcançar todos os objectivos a que se propôs.
Uma das outras intervenções apreciada e com grande impacto foi a do Padre Joanes, responsável pela paróquia de Monforte. Estabeleceu o pároco o paralelismo do que aconteceu com o homenageado em sair da grande cidade e ser conquistado pela planura destas terras alentejanas, em particular pelo concelho e gentes de Monforte. Confessou o Padre Joanes que, também ele, vindo do outro lado do Atlântico (Brasil) de uma cultura e realidade completamente diferentes, se sentiu atraído por este pedaço de chão que é o Concelho de Monforte e os seus paroquianos. Diria ainda o Padre Joanes que no Alentejo o Homem não é grande frequentador da Igreja mas, que para ser um bom cristão, não é como condição única frequentar a Igreja. Com Paulo Caetano isso não acontece, disse o pároco, já que muitas vezes se encontram os dois apenas na Igreja. Reconheceu não ser um conhecedor da tauromaquia, mas realçou os predicados do homenageado, dizendo que é uma pessoa de carácter, idónea e religiosa. Teceu iguais comentários referindo-se à família do cavaleiro Paulo Caetano.
Gonçalo Lagem afirmou que o seu executivo apoiou deste a primeira hora esta iniciativa da comissão promotora desta homenagem, que foi votada por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal de Monforte. Disse o autarca que dar um nome à toponímia de uma rua, pressupõe cumprir com uma série de diligências que no caso presente foram cumpridas e até ultrapassadas. Quer a título póstumo ou em vida como é o caso, esse nome tem que ter atrás de si um passado e um presente que seja uma referência para todos. No caso de Paulo Caetano isso está mais do que cumprido, porque quer como cavaleiro tauromáquico com 35 anos de alternativa, quer como empresário, agricultor e Homem de família que escolheu este concelho para aqui se fixar, são mais do que motivos que o justifiquem.
Por fim Paulo Caetano encerraria este acto com que foi distinguido. Depois de recordar todos aqueles que o ajudaram a percorrer este caminho como os seus apoderados, bandarilheiros, moços de espada etc., da sua intervenção, destacamos algumas das palavras que já foram escritas no seu livro “De Costa voltadas para o Mar”. O homenageado voltaria a referir que quer ser recordado “Não por aquilo que fui, por aquilo que fiz mas por aquilo que senti nestes campos, nestas cores, neste cheiros sem os quais não sei ser feliz”. Algo emocionado, Paulo Caetano voltou a referir que a família e o amor são os pilares em que foi educado. Recordou o seu avô Padrão, o responsável pela sua afición e dedicação ao mundo do touro; o seu sogro com quem disse ter aprendido tudo o que hoje sabe sobre o campo, a agricultura e o respeito por esta terra que hoje é sua, desde que deixou a grande urbe e aqui fixou raízes. Salientou a importância de ter a seu lado nos bons e menos bons momentos da vida, uma Mulher como a sua esposa, e que espera ver a continuidade com a contribuição dos seus filhos para o crescimento demográfico e tradição na tauromaquia em Monforte. Agradeço por fim ao Presidente da Câmara Municipal de Monforte, Gonçalo Lagem, a todos os vereadores e comissão promotora esta homenagem que lhe foi prestada e o terem concordado consigo ser Monforte o palco exclusivo desta homenagem e desta exposição.
Depois da cerimónia no Salão Nobre dos Paços do Concelho, todos os presentes se deslocaram para a Biblioteca Municipal, onde foi inaugurada a exposição dos 35 anos de alternativa do cavaleiro Paulo Caetano. Aqui neste espaço (7 a 28 de Agosto), o visitante pode ter a noção através de cartazes, casacas, fotos, vídeo e muitos troféus, o que foi e representou Paulo Caetano para o toureiro em Portugal e além fronteiras, ao longo de 35 anos de alternativa.Após a inauguração da exposição a comitiva dirigiu-se a pé para a rua que desde ontem leva o nome de Paulo Jorge Padrão Caetano, ali bem perto da Praça de Touros de Monforte. O Padre Joanes realizou a bênção do acto, para depois o Presidente da Câmara e o Paulo Caetano, na presença de sua esposa, descerraram a placa toponímica desta rua, que irá perdurar nos tempos.
Por fim no jardim contíguo teve lugar um beberete onde, uma vez mais, brilharam os produtos produzidos no Concelho de Monforte como os queijos, enchidos e os vinhos e os convidados confraternizaram.
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