domingo, 26 de setembro de 2010

Montijo, 25 de Setembro – Homenagem Nacional a José João Zoio

Regressar à Praça do Montijo, foi regressar a um universo de recordações e emoções. Foi nesta praça, à frente dos seus destinos no final dos anos setenta, integrando uma comissão gestora da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, que tive a maior e mais enriquecedora experiência como aficionado. Foi precisamente neste praça que tive a oportunidade de integrar José João Zoio em muitos dos seus cartéis. Ao entrar ali, nesta manhã com a praça vazia, consegui vislumbrar o José João, montando o Sabik num ferro monumental. Esfreguei os olhos e acordei para a realidade. E a realidade não foi de forma a deixar-me como aficionado satisfeito. Estava tudo reunido para ser uma grande Homenagem Nacional que, ao fim e ao cabo, não deixou de ser feita mas, com uma moldura humana (1/3 de casa) que não seria a desejável para quem foi tão grande como Homem e como Toureiro. Faltou talvez um marketing mais agressivo, uma publicidade melhor conseguida em termos visuais e sonoros…
Um impressionante curro de touros do Eng.º Rui Gonçalves que, na generalidade, (condicionados por todas as lides a duo), teve pouca mobilidade, alguns mais parados, adiantaram-se aos cavalos e muito duros para os forcados.
Para os mais entrados na idade foi um regalo ver em praça, mesmo sendo só nas cortesias, as figuras de José Samuel Lupi, Álvaro Domecq, José Cortes, Luis Miguel da Veiga e Frederico Cunha.
Seria fastidioso falar de todas as actuações, em especial sendo a duo. Dentro deste conceito vimos verdadeiramente António Telles e o seu sobrinho Manuel Telles Bastos.
Rever Manuel Jorge (quem sabe não esquece) ao lado de António Brito Paes; Joaquim Bastinhas com o seu filho Marcos em lide fazendo gala dos pares a duas mãos. E que dizer desse valor imenso de Rui Salvador naquele ferro em terrenos cambiados secundado por Duarte Pinto com grande decisão; ou de João Salgueiro a quem não pesam os anos e de seu filho Salgueiro da Costa com aquele ferro temerário com o touro colado a tábuas. Para finalizar, Gilberto Filipe e Manuel Lupi, toureiros locais a quem faltou entendimento mas que não estiveram menos empenhados na sua participação nesta homenagem a um toureiro a que não viram tourear.
A dureza dos touros do Eng.º Rui Gonçalves levou a emoção às bancadas, com três grupos que nunca se fizeram rogados perante a adversidade e com algumas lesões, que deram trabalho aos meus caros amigos Drs. Barroso e Gabriel Braço Forte, que gostei de rever.
Por Santarém pegaram Luis Sepúlveda (1ª) e António Imaginário (4ª). Pelo grupo de Lisboa o seu cabo Pedro Maria Gomes (3ª) e João Lucas (3ª) que dobrou Gonçalo Gomes, com duas tentativas anteriores. Pelos Amadores de Alcochete pegaram Luis Saramago (3ª) e Hugo Silva (3ª). Durante o intervalo a Comissão de Honra, acompanhada por diversas individualidades convidadas, entregaram programas em seda aos participantes nesta justa homenagem a um dos grandes do toureiro nacional que, como nota de destaque, contou com a presença na barreira do Secretário de Estado da Cultura

Galeria de Imagens
(Fotos-Fernando Marques



































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