O Coliseu de Elvas recebeu a primeira tourada deste S. Mateus no dia 18, com uma boa entrada de público. No cartel Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, João Moura Caetano e Marcos Tenório, para lidarem uma corrida de Murteira Grave na comemoração do 10º Aniversário dos Forcados Académicos de Elvas que pegaram em solitário.
Os exemplares da Galeana cumpriram de uma maneira geral, denotando alguma escassez de força, naturalmente mais acentuada pelo piso muito solto, mais mansotes o 1º e 5º que saltou as tábuas.
Do resultado final da tourada ressaltam as actuações de João Moura Caetano e Marcos Bastinhas, dois jovens a pedir passo para, num futuro próximo, serem cabeças de cartel em touradas em que se impõe a renovação.
Joaquim Bastinhas esteve por cima do seu touro, escasso de forças e de casta. A veterania foi factor de peso para uma actuação que, para além do estereótipo tanta vez usado “esteve em Bastinhas”, foi mais do que isso. Esteve esforçado numa actuação possível que rematou com o habitual par a duas mãos sempre aclamado.
Ultimamente Rui Salvador não tem sido muito beneficiado com os touros que lhe tocam lidar. Deste feita, teve pela frente um “Grave” com qualidade, empregando-se num galope compassado, acudiu aos cites e permitiu uma actuação de muita classe a Rui Salvador, em que sobressaem três ferros curtos de muito boa execução e remate.
O terceiro foi um touro com trapio mas reservado nas investidas, ao qual Vitor Ribeiro teve que lhe pisar os terrenos com muito valor e decisão. Foi uma actuação emotiva da qual o público esteve sempre pendente. O cavaleiro de Almada deixou os ferros em reuniões ajustadas que foram premiadas com fortes aplausos.
As condições do “grave” que tocou lidar a João Moura Caetano, que serviu mas tardo nas saídas para os cites, permitiu ao de Monforte uma actuação empolgante. Nos compridos deu vantagem e, sobretudo com o “Passapé”, quando o colocou a escassos metros do touro, empolgou. Com uma tranquilidade pasmosa da montada, entrou ao piton contrário e, quando parecia que a colhida estava eminente, deixava os ferros e saia limpamente. Foi o delírio com o público a aplaudir em pé.
Marcos Tenório saiu à arena do Coliseu com “gatos na barriga” disposto a triunfar. Com o mansote 5º que até saltou as tábuas, provocando o pânico nos “residentes” da trincheira, esteve decidido e com alegria. Foi uma actuação com ligação, aproveitando algum génio (não casta) do touro. A actuação sempre em crescendo, atingiu o auge quando em sorte de violino deixou um espectacular ferro curto, para repetir a receita desta vez com um ferro de palmo na mesma sorte. Como filho de peixe sabe nadar, veio por último um par a duas mãos em terrenos de compromisso, precisamente onde o touro tinha saltado as tábuas. Foi o delírio…
Para encerrar o festejo veio a anunciada lide a duo entre Bastinhas, pai e filho. Antes porém, lesionou-se o touro por incúria de alguém que fechou a porta dos curros na cara do animal que ao rematar se lesionou, sendo substituído pelo sobrero. Foi uma lide em que sobretudo ressaltou o conhecimento mútuo dos cavaleiros, quer na colocação em praça, como na colocação dos ferros aproveitando os ressaltos. No final, pai e filho abraçados sobre os cavalos deram volta aplaudida.
Os Académicos de Elvas, regressados da Venezuela, quiseram comemorar os seus 10 anos de existência perante os “graves”. O saldo foi positivo ao pegarem quatro touros à primeira através de David Barradas, Roberto Ameixa, Joaquim Guerra e Pedro Pimenta. Tiago Fernandes fechou-se à segunda e Gonçalo Machado à terceira tentativa.
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| Rui Salvador em bom plano frente ao "Grave" |
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| Uma das pegas dos Académicos na noite do 10º Aniversário |
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| João Moura Caetano manteve o nível das últimas actuações |
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| Marcos Tenório foi profecta na sua terra |
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| Joaquim Bastinhas deixa um ferro curto no touro a duo |
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| A volta depois da lide a duo de Joaquim e Marcos Bastinhas |
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| Moura Caetano e Marcos Tenório pedem passo para a renovação do toureio equestre |
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