terça-feira, 17 de agosto de 2010

Associação de Jornalistas Taurinos. Sim ou não (!?)

Num "desafio" (pensamentos) lançado por Flávio Oliveira, actual director do site tourobravo.com, que pretende dinamizar, não fiquei indiferente às suas questões pertinentes e dei este meu pequeno contributo.


Li com atenção o teu artigo que acho interessante, sobretudo as interrogações que são pertinentes.
Ao contrário daquilo que julgas, talvez pela idade, já houve algumas tentativas para reunir numa associação aqueles que, embora de uma forma pouco organizada, têm a “missão” de informar sobre os acontecimentos taurinos em Portugal.
Penso que foi pelos anos oitenta que um grupo, do qual fui um dos impulsionadores, tentou criar uma associação que englobasse os críticos/cronistas, fotógrafos e escritores de tema taurino. Penso que o nome era esse mesmo: Associação de Críticos, Fotógrafos e Escritores Taurinos – ACFET.
Na ocasião, foram endereçados convites para uma pequena abordagem à criação desta entidade que teria forma jurídica através de estatutos que iriam regular a actividade. Esse primeiro encontro teve lugar em Vila Franca de Xira, na redacção do jornal taurino que então dirigia o João Mascarenhas.
Infelizmente só compareceram meia dúzia de colegas. Então, como agora, surgiram as interrogações. Eu, pessoalmente, encontrei algumas respostas e não foi necessária grande reflexão. Estavam e estão instalados interesses na Festa no que à comunicação social concerne, que a muitos não interessa que se modifiquem. Interesses a nível de toureiros e empresas e que estão mais do que referenciados.
A grande maioria dos críticos (?) hoje existentes falta-lhes cultura taurina. Não querem ser desagradáveis para com os toureiros nem para com as empresas. Não querem ou não podem, ser imparciais, porque nos órgãos de comunicação onde escrevem, ou falam, não lhes pagam para desenvolver a sua actividade – mesmo sem estar regulada.
Esta situação não lhes permite, na maioria dos casos, pagar as suas entradas e estão condicionados a estarem ou não, nas simpatias dos empresários e toureiros que sempre lhes arranjam os “passes de trincheira”.
Como condições para criar uma associação que servisse os interesses da classe, em primeiro lugar todos, mas todos, os que de alguma forma exercem esta actividade, deveriam ser possuidores da carteira de jornalista especializado. Esta é uma categoria que a própria comissão da carteira prevê. Em segundo lugar, deveriam estar credenciados pelo IGAC para terem acesso às praças - com os críticos nas bancadas e só os fotógrafos e operadores de imagem nas trincheiras. Isso acontece com os jornalistas desportivos que estão credenciados pelas associações e federação de futebol.

Muito mais havia para reflectir mas, por hoje já aqui fica matéria que julgo suficiente.

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