Em noite de Benfica na televisão – com esta equipa não há quem nos ganhe… (?) – e também uma tourada televisionada, era de supor grande dificuldade de acesso de público às bancadas da praça alentejana de Alter do Chão. Com todas estas contrariedades, a tourada de Alter acabou por se impor e registou-se uma meia casa forte.
O espectáculo foi agradável com um curro de Passanha, igual de apresentação e irregular de comportamento. Houve touros encastados mas outros tardos, mansotes, distraídos e com pouca força. Quanto a nós, não justificou a chamada à arena do ganadeiro.
Graças às actuações de Joaquim Bastinhas e Vitor Ribeiro, sempre muito ligados a encherem a cara de cavalo aos touros, sobretudo nos segundos dos seus lotes, não foi tão notória essa nuance.
Joaquim Bastinha que tem um manancial de recursos, no primeiro que se deixou mas por vezes tardo e com algumas recargas, deixou os ferros da ordem que rematou com o par a duas mãos muito ajustado. No segundo tapou o touro com uma lide inteligente, com muita ligação e pisando-lhe os terrenos. Alegria quanto baste. Conhecimento que chegam e a papeleta resolvida pelo cavaleiro de Elvas que viria a finalizar com um par a duas mãos e mais um ferro de palmo.
A moralização e as montadas são meio caminho andado para chegar aos triunfos. Vitor Ribeiro está como dizem nuestros hermanos en momento dulce, e fez gala disso mesmo.
Duas lideis por momentos en rejoneo com galopes a duas pistas, outras invertendo por dentro esses mesmos galopes e recurso a ferros a sesgo quando o primeiro foi para tábuas. Com o segundo ficou para recordar, para além da brega aquele ferro citando, encurtando terrenos e fazer como que um “quiebro duplo” para deixar o ferro que levantou as bancadas.
João Soller Garcia mostrou alguma falta de placeamento, sobretudo no início das lides, para depois de se acoplar vir de menos a mais. Isso foi notório no primeiro do seu lote. Já no segundo depois de ultrapassar essa fase inicial, desenvolveu uma lide agradável, aproveitando esse tranco que o touro tinha e investida franca. Deixou ferros de boa execução que ia borrando no final da lide.
Os Passanhas em alguns momentos revelaram essa dureza que os caracteriza para os forcados. Os Amadores de Alter que se encerraram na sua terra com os seis touros sentiram isso mesmo. No cômputo geral foi uma boa prestação com duas pegas à primeira, duas à segunda, uma à terceira tentativa e uma espectacular pega de cernelha. Esta contou com a ajuda preciosa do campino que é de aplaudir. Não há que parecer, há que ser campino em todos os momentos.
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