segunda-feira, 2 de maio de 2016

Estremoz - Marcos Bastinhas e Pedro Espinheira vencem prémios para a melhor lide e melhor pega

A tourada realizada em Estremoz no passado dia 30 de Abril, anunciada como a 2ª Grande Corrida das Adegas e integrada na FIAPE, tinha tudo para ter uma melhor assistência de público.
Um cartel imaginativo com três dos melhores intérpretes da sorte do par de bandarilhas como são Luís Rouxinol, Filipe Gonçalves e Marcos Bastinhas. No entanto, pouco mais de um quarto de entrada de público nas bancadas da renovada praça estremocense.
Este é um novo "fenómeno" sobre o qual nos devemos debruçar. Há uns anos atrás, uma tourada integrada numa feira ou festa, era sinónimo de uma boa assistência de público. Hoje, pelo contrário, parece que este facto retira público (não aficionados) das praças. Feiras como esta da FIAPE, um casal que pode pagar 40 euros para duas entradas de sol na tourada e estar exposto ao calor, vai para a feira, como e bebe e, se calhar, ainda lhe sobra dinheiro.
Com a divisa de José Luís Vasconcelos e Souza D'Andrade saíram ao ruedo alentejano um curro bem apresentado - bonito de trapio o burraco que saiu em primeiro lugar - já quanto a raça, andaram escassos.
Luís Rouxinol tocou-lhe o pior lote. Com o primeiro, o tal burraco parado, e o segundo a procurar o refúgio dos terrenos de dentro. A veterania e recursos do cavaleiro de Pegões, acabou por tapar em especial o segundo mas, na realidade o cavaleiro esteve por cima dos seus oponentes.
Filipe Gonçalves tem a facilidade de chegar ao público, pelo seu toureio de movimento e pisar terrenos por vezes de compromisso. No primeiro do seu lote, mais encastado, esteve algo irregular na escolha dos terrenos e na cravagem. Perante o segundo, mansote a ir para tábuas, Gonçalves esteve com grande decisão na parte final da lide e apontou dois emocionantes ferros em terrenos sesgados, em que era necessário entrar pelos terrenos do touro com grande exposição.
No conjunto das duas lides, Marco Bastinhas foi sem sombra de dúvida o triunfador da tarde. O seu lote, não sendo fácil permitiu ao cavaleiro de Elvas estar sempre muito centrado com os touros, eleger bem os terrenos e não cair no exagero de trazer os touros para tábuas, e as suas lides foram bem estruturadas. Deu vantagens aos touros quando estes o permitiram e pisou-lhe os terrenos quando teve que lhes provocar as investidas. Toureio alegre, variado e emotivo foi o que Marcos Bastinhas ofereceu aos que se deslocaram à praça de Estremoz. Os três cavaleiro fizeram gala dos seus recursos nos pares a duas mãos que colocaram nos seus touros. 
Dos três grupos de forcados em competição, pelos Amadores do Ribatejo pegaram João Espinheira à segunda e Pedro Espinheira à primeira - a pega vencedora. Nuno Toureio à primeira e Dinis Pacheco à segunda, foram os solistas pelo Grupo de Monforte. Pelos Amadores do Redondo, Hugo Figueira e Rui Grilo consumaram à primeira.
Quanto à atribuição da melhor pega, e com todo o respeito pelo júri, permito-me discordar. Uma pega não é boa só por ser vistosa. Uma pega começa desde que o forcado salta a trincheira, cita, pisa terrenos e se fecha na cara do touro. Até pode a melhor pega não ser ao primeiro intento, agora a decisão e dificuldade da pega de Dinis Pacheco, podia ser analisada de outra forma. É preciso ter uma grande alma para ir buscar o touro àqueles terrenos. Mas esta é, como disse com todo o respeito, a minha opinião.










A tourada foi dirigida por Marco Gomes que esteve muito bem ao colocar ordem na trincheira, onde por vezes deixa de ser um local de trabalho, mais parecendo uma avenida movimentada.
Nota - Aos nossos visitantes apresentamos as nossas desculpas de só hoje colocarmos a crónica mas, outros afazeres impediram-nos de sermos mais breves.

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