domingo, 15 de maio de 2016

À desilusão do curro de Falé Filipe, sobrepôs-se a capacidade de Rui Fernandes e Marcos Bastinhas

Não é de ânimo leve que se diz que o touro é o pilar principal da Festa. O curro enviado para Elvas pelo ganadeiro Falé Filipe, foi irregular de apresentação e bravura. Salvaram-se o terceiro e sexto. Os touros com mais tipo de investir e que cumpriram, infelizmente este melhor lote tocou ao cavaleiro/rejoneador (?) Jacobo Botero. No primeiro do seu lote (terceiro da ordem) andou a espalhar a ferragem pela arena, numa actuação desluzida. Com o último e sexto não o aproveitou porque andou desligado e se equivocou por vezes nos terrenos a eleger. Recorreu ao toureiro na linha do rejoneo, porque na realidade nem parece um cavaleiro feito e com alternativa em Portugal.
O primeiro de Rui Fernandes foi um manso de solenidade, a procurar descaradamente os terrenos de dentro e, pareceu-me, com alguns problemas de visão. Rui Fernandes com grande profissionalismo e traquejo, esteve por cima das condições de lide do morlaco, recorrendo aos ferros a sesgo. Voltou no segundo a fazer gala dos seus conhecimentos e, como o touro permitiu um pouco mais, com génio que não é o mesmo que bravura, teve momentos de toureio a chegarem às bancadas.
Marcos Bastinhas jogava em casa. Nas bancadas a família, com o regresso do seu pai Joaquim Bastinhas numa aparição pública muito brindada e saudada. Marcos arrimou-se no primeiro com a receita de que, para sacar partido ao touro, tinha que andar ligado, pisar-lhe os terrenos e atacar o touro. Foi o que o de Elvas fez e daí, resultou um toureio de entrega a chegar com grande facilidade às bancadas. Ao segundo igualmente complicado, esteve muito profissional e com a entrega que coloca sempre nas suas lides mas, o touro não permitiu a lide redonda que procurava para brindar o público da sua terra que preencheu cerca de meia casa deste coliseu que, com a sua cobertura, nos livrou de uma noite de frio.
Os touros de Falé Filipe se um ou outro mostrou debilidades (dois até se deitaram durante a lide), já para os forcados sacaram génio e puseram à prova os Amadores de Alcochete que realizaram duas pegas à primeira e uma à terceira tentativa. Quanto aos Académicos de Elvas consumaram duas pegas ao segundo intento e uma ao primeiro.
Dirigiu Marco Gomes que, em minha opinião, mandou tocar a música a Jacobo Botero com uma lide não merecedora. Devia também ter-lhe dado um aviso, quando colocou mais um ferro de palmo sem ele o ter autorizado. Marco Gomes que é um bom aficionado e amigo, pode contribuir para uma Festa melhor.










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