Cavaleiros – Luís Rouxinol, Moura Caetano e Telles Bastos
Forcados Amadores – Ribatejo, Chamusca e Monforte
Touros – Herdºs Branco Núncio, Paulo Caetano, Manuel
Coimbra,
Lampreia, José L. Cochicho e Canas Vigoroux
Um concurso de ganadarias é sempre um aliciante para o
aficionado. As várias divisas a concurso com os respectivos encastes e
pelagens, proporcionam motivo para uma apreciação mais profunda, analisando
sempre as lides em função de cada um dos encastes e comportamento dos seus
exemplares.
O melhor perfume apresenta-se sempre em frascos pequenos
Escutei esta frase já não sei quando da boca de uma mulher.
E quem melhor para definir estas coisas. Sem dúvida que o exemplar do meu caro
amigo José Luís Cochicho não primou pela apresentação, foi o mais terciado do
concurso mas, levava dentro, aquilo que é o touro bravo: Fixo nos cavalos,
pronto na investida, galopando, com fundo e nobreza. Com estes predicados foi o
justo vencedor por unanimidade do Prémio à Bravura.
Igualmente foi justa a atribuição do prémio para o Touro
Melhor Apresentado à divisa de Herdºs de António Lampreia, neste caso por
maioria. Não era o touro de hechuras que me possa seduzir, mas estava a par do
de Manuel Coimbra. Este “Lampreia” berrendo em negro, rematado de carnes foi
sem dúvida para a maioria do júri o de melhor apresentação.
Não foi um concurso em que a bravura imperou, antes pelo
contrário, na sua maioria foram algo desencastados, pouco fixos e, um ou outro,
mansote a procurar o refúgio das tábuas.
Rouxinol, Moura
Caetano e Cabo dos Amadores do
Ribatejo, deram prova de
humildade e autocrítica
É pouco usual estes gestos de humildade e autocrítica por
parte sobretudo dos toureiros – muitas vezes em voltas pendurados nos forcados.
Luís Rouxinol e João Moura Caetano
foram os primeiros a reconhecer que, as suas prestações nos primeiros dos seus
lotes, não foram conseguidas pelas características dos touros, por isso não mereciam esse prémio. Um gesto que os dignifica e contribui para uma Festa
com mais verdade.
Quando ao Cabo dos do Ribatejo já é habitual neste, e em
muitos forcados, serem os primeiros críticos das suas actuações.
Numa análise final, os cavaleiros estiveram por cima das
condições de lide dos seus oponentes. Luis Rouxinol com a entrega e soluções
que quase sempre apresenta; Moura Caetano fiel a um estilo próprio, que se pode
gostar mais ou menos, mas que é seu, ou qual imprimi personalidade, improviso e
carácter. Destacou-se pela qualidade do exemplar de Cochicho que lhe tocou em
segundo lugar. Com um toureio mais ortodoxo, com os princípios que se bebem na
Torrinha, Manuel Telles Bastos foi ele próprio, sem concessões à galeria e fiel ao seu conceito.
Pelos Amadores do Ribatejo pegaram Rui Godinho (4ª) e João
Guerreiro (2ª). Francisco Andrade (1ª) e Francisco Souto Barreiros (1º) pelos
Amadores da Chamusca. Pelos Amadores de Monforte foram caras Nuno Toureiro (2ª)
e Dinis Pacheco (1ª).
Em terra do toureio a
cavalo, vibrou-se com o toureio a pé
Em terra de cavaleiros tauromáquicos vibrou-se e aplaudiu-se
o toureio a pé. João Augusto Moura que há bem pouco tempo despertou o interesse
dos aficionados à arte de “Montes”; nós próprios que o acompanhámos no seu
debute em Sevilha naquele domingo de 7 de Junho, desde o quarto do Hotel Colón
até à Maestranza, voltou a reaparecer na sua terra e surpreendeu para quem está
afastado há já algum tempo.
Com um novilho da Torre de Onofre, com um bom pitón direito,
esteve assente e lanceou com gosto à verónica. Iniciou a faena no centro do
ruedo com um cambiado pelas costas e aproveitou o pitón direito para o submeter
em derechazos com gosto.
Depois de puntear
algumas vezes na muleta veio a menos pelo lado direito o de “Onofre”, contudo
João Augusto ainda lhe sacou um ou outro natural, baixando-lhe e correndo a mão.
Vibração nas bancadas em faena não redonda mas conseguida e de mérito, que
brindou a Luis Procuna.
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