Já lá vão uns bons anos que, como aficionado, e então com maiores responsabilidades na imprensa da especialidade, manifestei a minha posição sobre os mano-a-mano, entre modalidades antagónicas no toureio. Não pode haver competição entre um matador de touros e um cavaleiro. Haja bom senso...
Vitor Mendes era então figura do toureio, com uma Porta Grande em Madrid, com um primeiro lugar no escalafón em Espanha e veio ao Campo Pequeno para uma mano-a-mano com João Moura. Outra figura do toureio, só que um a pé e o outro a cavalo.
Nem tampouco nessa ocasião houve o bom senso de primeiro fazer o paseillo e depois as cortesias à portuguesa. Não, pura e simplesmente Moura a cavalo, e ao lado, como se fosse um "pajem" de uma Tourada de Gala, lá ia o Vitor Mendes. Falei na ocasião com o maestro Vitor Mendes e dei-lhe a minha opinião sincera, baseada numa amizade de muitos anos. De muitos quilómetros feitos na geografia espanhola para o ver tourear desde os tempos de novilheiro. Recordo que lhe disse “Tu como figura do toureio, o que tinhas que fazer era chegar à empresa e dizer: No dia tal, com a ganadaria tal, para alternar como uma outra figura do toureio mundial… mas matador de touros”. Recordo também que me perguntou se estava a falar a sério. Disse-lhe que entre os verdadeiros amigos a verdade tem que ir sempre por diante, e não a palmadinha nas costas. Ficou amuado durante uns tempos mas depois passou-lhe.
Agora em pleno século XXI (dia 2 de Junho de 2015), sou confrontado com a mesma situação. Sei que aos empresários portugueses por vezes falta-lhes a inspiração (imaginação), mas respeito-os pelo esforço que fazem pela Festa. Sei também que é preciso rentabilizar…e nada como um mano-a-mano, mesmo em modalidades diferentes dentro do toureio. António Telles e Pedrito de Portugal em Vila Franca de Xira. Diego Ventura e “El Juli” (com os Garcigrandes debaixo do braço) no Campo Pequeno. A história repete-se…
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