segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Foram “figuras” nas praças… sem tourear

Tempos houve que, a grande maioria dos presentes numa praça de touros eram aficionados, conhecedores e exigentes. Entre esses aficionados, hoje esquecidos no tempo e só recordados por aqueles cuja idade alcança essa época, estavam “figuras” entre os aficionados.
(El Diamante Rubio, frente à Real Maestranza)
Em Sevilha "El Diamante Rubio" com o seu bastão, marcou uma época nos tendidos da Real Maestranza e nas praças de Andaluzia em especial. Os seus comentários oportunos e por vezes sarcásticos, eram temidos por toureiros, mesmo as mais destacadas figuras da sua época. Respeitado por profissionais e mesmo empresas. Contam os que se recordam de Luís Gómez Sanchez. "El Diamante Rubio", um gitano singular de Granada, que cobrava de todos os toureiros. Contam que tinha o recorde de orelhas entregues a toureiros pela sua “generosidade” em puxar pelo público. Mas que foi uma “figura” lá isso foi.
Quando se fala em Madrid e na Monumental de Las Ventas, todos fazem referência às exigências do Sector 7, que apoia muito os que têm qualidade e estão começando, como fazem a vida negra às figuras ricas, quando não se justificam. São notoriamente anti-encaste Domeqc mas, por outro lado, são também os culpados dos mastodontes que hoje saem ao ruedo de Las Ventas.
(Rosco no tendido 7 de Las Ventas)
Este sector tão exigente tem um líder: o famoso e temido “El Rosco” que comanda uma legião de seguidores com os seus lenços verdes, os seus comentários por vezes desfasados, como por exemplo a exigência constante do toureiro ter que se cruzar e ligar os muletazos (o que é impossível).
Também nós em Portugal, tivemos uma voz que se fazia escutar nas diversas praças do nosso país: O Manolo “das broncas”, essa figura de cigarro ao canto da boca, amigo de toureiros mas exigente. Tinha a fama de “trincar" as suas entradas nas praças”, quer com toureiros como com empresas, mas foi a nossa “figura” entre aficionados, num tempo em que havia mais exigência sobre os toureiros e mais gente entendida.
Infelizmente hoje aplaude-se o que é mau e assobia-se o que se devia apenas silenciar. Outros tempos de mais público e menos aficionados.

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