sábado, 15 de outubro de 2016

Aportação à Tourada de Gala à Antiga Portuguesa no Campo Pequeno

O Planeta dos Touros quando entrou no mundo dos blogues, foi para que o seu autor pudesse de forma descomprometida, tecer comentários, crónicas, opinião e recordações de uma já longa vida de aficionado que, sempre preservou a sua forma de ver e estar na festa.
Por isso mesmo, se calhar muitos não concordem com o seu conteúdo, até porque lhe podem apontar a sua falta de actualidade, não existir aqui bajulação ou o tal apreciado social…
("Los Cuatro Jinetes del Apóteosis" voltaram a juntar-se)
Hoje já não tenho a "pedalada" de há uns anos atrás, quando, ultrapassávamos mais de uma centena de touradas ou corridas, entre Portugal e Espanha. Até porque há pouca motivação. Falta romper em Portugal uma figura que nos arraste de praça em praça.
Não quero no entanto deixar passar a oportunidade para deixar uma breve aportação (vale o que vale) à tourada com que o Campo Pequeno encerrou a temporada lisboeta.
Em primeiro lugar, porque a homenagem a José Samuel Lupi, merece da minha parte essa atenção.
(Com os irmãos Piúça na Barroca D'Alva)
Foi na sua Herdade da Barroca D'Alva que bebi algum do pouco conhecimento que tenho deste mundo dos touros. Calcorreava  a pé do Bairro do Mouco no Montijo, atravessando o Bairro do Areias para ir à Barroca, assistir aos treinos do Maestro Lupi, às tentas, derribas e tudo o que ali se passava. Era ali estimado, como se fosse das famílias dos campinos Piúças e Figueiredo, com os quais aprendi muito sobre esse bravo e bonito animal morfologicamente. Criei uma amizade com o Luís Lupi, que ainda hoje se mantêm aqui neste Alentejo para onde viemos ambos viver.
(Espartaco honrou com a sua presença José Lupi)
(António Gregório e José Lupi no "exílio pós 25 Abril" na Venezuela)
Nos anos em que José Lupi integrava "Los Cuatro Jinetes del Apoteósis", esperávamos na Pastelaria Mimosa ou no Café Portugal (no Montijo), ansiosos a chegada do António Manuel Gregório que, com Rogério Amaro (pai) eram os seus bandarilheiros, para sabermos notícias. Na sua forma peculiar de falar, o saudoso e enorme bandarilheiro que foi António Gregório, lá nos dizia: "bem (em tal praça) cortámos 2 orelhas". Era assim. Falava sempre no plural, como devia ser, pois o Maestro Lupi necessitava da sua quadrilha, da sua quadra (do seu Sueste, cantado num bonito texto por Manolo Molés), para obter os êxitos.
Recordo a propósito, uma corrida que vi em Sevilha nesses tempos, em que o António Gregório saiu a colocar o touro de José Lupi e soou uma tremenda assobiadela. Rematou o touro nos médios com duas "chicuelinas" e saiu debaixo de uma tremenda ovação.
Justíssima e em boa hora esta homenagem a José Samuel Lupi (com a presença dos irmãos Peralta e Álvaro Domeq), a quem se ficou a dever o abrir de portas a todos os cavaleiros que o procederam depois por praças de Espanha.
Vi a tourada através da RTP, como milhões de portugueses e foi um bom espectáculo, ao qual devemos dar realce à presença nas bancadas, desse figurão do toureio como foi António Ruiz "Espartaco". 
(Fotos-Pedro Batalha/mundotoro e Arquivo)

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