sábado, 15 de outubro de 2016

A polémica do maltrato aos animais e as suas contradições

Carlos Ruiz Villasuso escreveu este artigo em resposta à actuação de um anti-taurino com grande visibilidade (TV) em Espanha de seu nome Risto Mejide. Do muito que tenho lido e escutado na defesa da Festa, este é um bem estruturado texto que retrata a hipócrisia de muita gente que há por aí, auto-proclamando-se defensor dos animais quando, na prática, os usam para seu belo prazer, não respeitando ética, moral ou lá o que seja, que lhes dê autoridade para impor os seus objectivos.

“Tempos são de tomar vinho, mau por mau, que não por snob novo, ao mesmo tempo, tempo é de tomar por erudito, insígnia, ícone e inteligente o tosco, o vulgar, o histriónico o vende mães. Tempos são de ser estrela, sendo de cera. E tempo e espaço concedem quando o discurso é 
afectado e usufruto e não expressão de princípios ou sentimentos. Assim as coisas, o maltratado passa a ser maltratador e o maltratador, maltratado.
Não me ocorre, então, se fosse cão dobermann racional, dizer ao tipo sentado como dono com o seu relógio negro. Que seria melhor usar a sua alma para ser cão de foto-anúncio, em lugar de usar o cão como imbecil do retrato. Porque quem pergunta ao cão, se leva os dividendos da sua imagem, quem lhe deu autorização para ser tonto de feira, que se tanto ama o animal, porquê o usa com a usabilidade de amo e não de amar, um uso para o seu bolso.
Que tipo de amigo dos animais quem os castra, lhes corta as partes, para ser dócil na foto ou em casa, ou para cagar à hora em ponto no passeio com uma correia ao pescoço, ou para cobrir quando os genes do tosco maltratador querem que fornique. De uma nova zoofilia estamos a falar. De uma hipocrisia de amo que trata de mudar o “amo” pelo outro amo, o de “amar”, sendo o que unicamente ama é a fama, a pasta, o dinheiro, o ouro e o mouro. A máfia chamando a polícia.
O maltratador chamando direitos às suas práticas de maltrato. Esse branco imaculado que esconde o negro de ser amo, de mutilar o cão para poder dominá-lo. E chamar amor à dominação de amo.
Maltratador porque denúncia maltrato, não só é quem maltrata, senão quem engana. Quem se enfada, se engana com a agravante de fazer tomar por belo o feio, quando é só um gesto meio grave e meio agudo, vulgar de livro de Catón (orador romano) com verbo dedicado à poesia sem rima do euro, sem mais ideologias que o seu ego, nem mais fronteiras que a vaidade. Um tonto de branco com cão negro, a condizer com o seu relógio negro, num jogo de tronos, que por cima acredita, não é tonto, senão o paradigma do idiota perigoso”.

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