domingo, 3 de maio de 2015

Estremoz - Os touros de Herdºs de Manuel Cary condicionaram em parte o Mano-a-mano

Se alguma expectativa havia em torno deste mano-a-mano Moura Caetano vs João Maria Branco, ela foi-se desmoronando ao longo da lide dos quatro primeiros touros dos Herdºs de Manuel Cary. Corrida com apresentação suficiente para a praça de Estremoz mas, de um comportamento estranho. Os primeiros quatro exemplares foram desesperantes para cavaleiros e público. Buscaram as tábuas, saiam distraídos dos cites dos cavaleiros e, alguns deles, adiantavam-se aos cavalos, provocando toques nas montadas de Moura Caetano e de João Maria Branco.
Nos capotes dos bandarilheiros investiam com nobreza, com investidas humilhadas e por direito. Para os forcados empurraram com força mas permitiram aos grupos dos Amadores de Montijo, Arronches e Redondo uma tarde em que se puderam exibir a bom nível.
“No hay quinto malo”, como dizem os espanhóis. Foi precisamente com o quinto da tarde que João Moura Caetano conseguiu explanar o seu toureio, conseguindo por momentos recrear-se nas sortes, luzindo as suas montadas de maior nomeada. Não conseguiu contudo o toureiro de Monforte ter um lote de touros para se impor neste mano-a-mano.
Apenas o sexto e último dos de “Cary” esteve mais próximo de um touro a permitir o triunfo. João Maria Branco aproveitou esse facto e conseguiu empolgar o público com o seu toureio de entrega… e alguma emoção, em ferros mais ajustados em que prescindiu das batidas ao pitón de fora. Se houve vencedores ou vencidos neste mano-a-mano: julgo que não. O que houve foi um touro, um único touro que permitiu fazer o toureio com expressão artística de uma arte tão portuguesa como é o toureio a cavalo na sua verdadeira dimensão.
Na participação dos grupos de forcados, destaque para o grupo de Arronches que pegou os dois touros à primeira através de Manuel Cardoso e Fábio Mileu e os Amadores do Montijo, também com duas pegas à primeira, sendo solistas Hélio Lopes e João Paulo Damásio.
Pelos Amadores do Redondo pegaram Carlos Polme à terceira e Paulo Nogueira à primeira tentativa. Dirigiu o espectáculo o delegado técnico Marco Gomes, registando-se algo como meia lotação da praça preenchida.





















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