sábado, 2 de maio de 2015

Elvas - Pedro Salvador aproveitando o touro que lhe tocou e Marco Bastinhas impondo-se com grande entrega às dificuldades do Passanha, com Nuno Toureiro (G.F. Monforte), marcaram a pauta desta noite.

- Nuno Toureiro dos Amadores de Monforte o "herói" da noite -
Esperava-se mais público no Coliseu de Elvas. Em conta devemos também ter que pela tarde houve tourada em Montemor e, no dia seguinte (sábado), outra em Estremoz integrada na FIAPE 2015. Estes podem, ser factores que levem o aficionado e o público em geral, a não poder assistir a todos os espectáculos que desejaria.
Os touros com a divisa de Passanha, deixam sempre apreensivos toureiros, forcados e até mesmo os espectadores. Embora sem a agressividade de outros tempos, ainda trazem no seu encaste dificuldades que foram patentes em alguns exemplares.
- A maestria de Bastinhas, tapando um touro complicado - 
Os muitos anos de toureio como figura cimeira, o seu conhecimento do touro, terrenos e da lide que o público quer ver, Joaquim Bastinhas meteu o público no bolso com recortes toureiros, ferros de palmo e o inevitável par de bandarilhas "exigido" pelo público. Mas não está só no que chega ao público, está na capacidade de um toureiro, tapar um touro que exigia disposição, entrega e conhecimento.
Há poucos dias antes tínhamos visto Tito Semedo em Arronches e francamente não nos entusiasmou. Hoje porém surpreendeu. Recebeu à porta gaiola, dobrou-se muito bem nos médios com o touro e deixou um par de ferros a merecer o aplauso do público e o reconhecimento do cronista. Como firma do seu toureio, rematou muito bem com um ferro em sorte de violino em terrenos de dentro.
- Tito Semedo com actuação mais ajustada ao seu valor - 
Não começou da melhor forma Sónia Matias com a montada em situação de aperto pela investida brusca do "Passanha". Teve capacidade e recompôs-se. Com a sua entrega habitual chegou ao público com uma actuação plena de movimento e superação. Também ela, mas nos médios, deixou um ferro em sorte de violino com grande aplauso do conclave.
Não era fácil o touro de Ana Batista, mais tardo nas saídas para os cites, agarrado ao piso (como dizem os mexicanos) e com tendência para as tábuas. Não foi uma das grandes noites de Ana Batista, mas esteve com dignidade perante as condições adversas.
- Depois do susto Sónia reencontrou-se em lide emotiva - 
As batidas menos pronunciadas permitindo mais ajuste nas sortes, sem tirar muito o touro da linha de embroque, foi a receita de Pedro Salvador. É um toureiro de carisma, que eventualmente podia ter conseguido uma outra projecção. Chegou ao público com grande facilidade pelas sortes executadas, rematadas com piruetas na cara do touro.  
O gravanzo negro tocou a Marco Bastinhas. Primou por se defender em tábuas o "Passanha", mas encontrou pela frente um toureiro que, tarde após tarde, se vêm afirmando, querendo ser figura do toureio a cavalo. Tentou repetidas vezes sacar o touro para terrenos de fora mas, como todos os touros têm lide, optou por aquilo que com grande discernimento viu que o touro necessitava. Citou de largo, atacou o touro entrando pelo seu terreno, obrigou-o a investir e deixou a ferragem de grande mérito. Foram momentos de emoção, como deve transmitir o toureiro para as bancadas. O público entregou-se ao cavaleiro de Elvas com fortes aplausos e uma volta triunfal em final do espectáculo. Temos toureiro "para rato".
- Pedro Salvador em lide com ligação e emotiva - 
Nas pegas há sempre a expectativa de ver o comportamento dos “Passanhas” para com os forcados. O veterano do grupo de Monforte, Luís Aranha, abriu pelo seu grupo. O touro metia a cara mas depois colocava o forcado em baixo. É sempre uma situação difícil que Luís Aranha resolveu ao segundo intento. Ainda do grupo de Monforte viria a grande pega da noite com Nuno Toureiro a ser o protagonista. O Passanha investiu com grande codícia e empurrou até às tábuas, distribuindo derrotes estoicamente aguentados pelo forcado.
- Lide menos conseguida de Ana Batista perante o Passanha -
Para Paulo Maurício do grupo de Elvas, o touro não metia a cara por direito, atirando derrotes que fez com que só consumasse a pega à terceira tentativa. Já o seu companheiro Luís Machado encontrou menos dificuldades e fechou-se à primeira.  
Pelo grupo da cidade dos estudantes (Coimbra) Rui Martins fechou-se à primeira e José Freire à 2ª. Foi a primeira vez que vimos nesta temporada o grupo de Coimbra que nos pareceu ser um grupo coeso e estar à altura das circunstâncias.
Dirigiu o espectáculo Marco Gomes com o Dr. Guerra como assessor veterinário.



 - Marcos Bastinhas mostrou os seus argumentos para ser figura -




- Pega dos Amadores de Monforte, o grupo da noite no Coliseu de Elvas -

- Académicos de Elvas a pegar em casa com responsabilidades acrescida -

- Da cidade dos estudantes,chegou um grupo coeso com um caminho para percorrer - 




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