- Nuno Toureiro dos Amadores de Monforte o "herói" da noite - |
Esperava-se mais público no Coliseu de Elvas. Em conta devemos
também ter que pela tarde houve tourada em Montemor e, no dia seguinte (sábado),
outra em Estremoz integrada na FIAPE 2015. Estes podem, ser factores que levem
o aficionado e o público em geral, a não poder assistir a todos os espectáculos
que desejaria.
Os touros com a divisa de Passanha, deixam
sempre apreensivos toureiros, forcados e até mesmo os espectadores. Embora sem
a agressividade de outros tempos, ainda trazem no seu encaste dificuldades que
foram patentes em alguns exemplares.
- A maestria de Bastinhas, tapando um touro complicado - |
Os muitos anos de toureio como figura
cimeira, o seu conhecimento do touro, terrenos e da lide que o público quer
ver, Joaquim Bastinhas meteu o público no bolso com recortes toureiros, ferros
de palmo e o inevitável par de bandarilhas "exigido" pelo público.
Mas não está só no que chega ao público, está na capacidade de um toureiro,
tapar um touro que exigia disposição, entrega e conhecimento.
Há poucos dias antes tínhamos visto Tito
Semedo em Arronches e francamente não nos entusiasmou. Hoje porém surpreendeu.
Recebeu à porta gaiola, dobrou-se muito bem nos médios com o touro e deixou um
par de ferros a merecer o aplauso do público e o reconhecimento do cronista.
Como firma do seu toureio, rematou muito bem com um ferro em sorte de violino
em terrenos de dentro.
- Tito Semedo com actuação mais ajustada ao seu valor - |
Não começou da melhor forma Sónia Matias
com a montada em situação de aperto pela investida brusca do
"Passanha". Teve capacidade e recompôs-se. Com a sua entrega habitual
chegou ao público com uma actuação plena de movimento e superação. Também ela,
mas nos médios, deixou um ferro em sorte de violino com grande aplauso do
conclave.
Não era fácil o touro de Ana Batista, mais
tardo nas saídas para os cites, agarrado ao piso (como dizem os mexicanos) e
com tendência para as tábuas. Não foi uma das grandes noites de Ana Batista,
mas esteve com dignidade perante as condições adversas.
- Depois do susto Sónia reencontrou-se em lide emotiva - |
As batidas menos pronunciadas permitindo
mais ajuste nas sortes, sem tirar muito o touro da linha de embroque, foi a receita de Pedro
Salvador. É um toureiro de carisma, que eventualmente podia ter conseguido uma
outra projecção. Chegou ao público com grande facilidade pelas sortes
executadas, rematadas com piruetas na cara do touro.
O gravanzo
negro tocou a Marco Bastinhas. Primou por se defender em tábuas o
"Passanha", mas encontrou pela frente um toureiro que, tarde após
tarde, se vêm afirmando, querendo ser figura do toureio a cavalo. Tentou
repetidas vezes sacar o touro para terrenos de fora mas, como todos os touros
têm lide, optou por aquilo que com grande discernimento viu que o touro necessitava.
Citou de largo, atacou o touro entrando pelo seu terreno, obrigou-o a investir
e deixou a ferragem de grande mérito. Foram momentos de emoção, como deve
transmitir o toureiro para as bancadas. O público entregou-se ao cavaleiro de
Elvas com fortes aplausos e uma volta triunfal em final do espectáculo. Temos
toureiro "para rato".
- Pedro Salvador em lide com ligação e emotiva - |
- Lide menos conseguida de Ana Batista perante o Passanha - |
Pelo grupo da cidade dos estudantes
(Coimbra) Rui Martins fechou-se à primeira e José Freire à 2ª. Foi a primeira
vez que vimos nesta temporada o grupo de Coimbra que nos pareceu ser um grupo
coeso e estar à altura das circunstâncias.
Dirigiu o espectáculo Marco Gomes com o
Dr. Guerra como assessor veterinário.
- Pega dos Amadores de Monforte, o grupo da noite no Coliseu de Elvas - |
- Académicos de Elvas a pegar em casa com responsabilidades acrescida - |
- Da cidade dos estudantes,chegou um grupo coeso com um caminho para percorrer - |
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