sexta-feira, 1 de maio de 2015

António Ferrera, toureiro de profissionais conquista prémios cobiçados, mesmo sem cortas as orelhas ao "Vitorino"

António Ferrera...toureiro de toureiros (foto-D.R.)
Depois da Feira de Sevilha em que Manzanares “carregou” aos ombros ser a principal figura em conjunto com Ponce a darem a suposta força que faltava à feira por ausência de El Juli, Morante, Perera e Talavante, afinal há muito para recordar.
A ter como um factor positivo as entradas a rondar a enchente, ou os três quartos da lotação da Praça da Real Maestranza que se registaram em algumas tardes.
Dos touros lidados destaque para Nuñes del Cuvillo, Fuente Ymbro ou Vitorino Martín. Nos toureiros, para além das duas faenas premiadas a Manzanares e do esforço feito numa das corridas pelo seu estado de saúde, há ainda que destacar as presenças de Finito de Córdoba (seis anos depois voltou a Sevilha), o regresso por uma tarde de Eduardo d’Avila Miura, para lidar a sua própria ganadaria, Manuel Escribano mas, sobretudo António Ferrera com o segundo touro de Vitorino de nome Mecanizado. Ferrera acabou por arrecadar os mais cobiçados prémios da Feira (Melhor Faena) sem sequer ter cortado as orelhas ao “Vitorino” naquela faena que ficará para a história. Se está certeiro com o estoque, tinha sido faena de duas orelhas. Destaque para a despedida de Fermín Bohórques e a 10ª Puerta del Príncipe, para Diego Ventura
De realçar a madurez de António Ferrera e o ponto que a sua tauromaquia atingiu. Tal plenitude que está um toureiro de toureiros. A colocação, o entender os touros, o temple, a ligação e rematar dos muletazos, fazem com que hoje os profissionais do toureio vejam em Ferrera, não o toureiro das corridas duras, algo acelerado - porque muitas dessas divisas duras, não permitem esse temple primordial no toureiro que Ferrera conseguiu a este Vitorino, com essa ligação que transmite às bancadas a emoção de uma lide.
Para mim como aficionado, amigo de seu pai e a ele que o conheço desde os oito anos, em que mesmo no estribo de algumas praças não conseguia ver o ruedo, é uma satisfação imensa ver tourear actualmente António Ferrera. Ver tourear e sobretudo escutar as suas palavras, que reflectem todo um passado de grandes sacrifícios. Dele e da família. Hoje desfruta como um “guerreiro” da sua finca e da sua ganadaria, porque se considera um Homem do campo, para além de Toureiro. Tinham razão o Maestro António Chenel "Antoñete".

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