terça-feira, 24 de março de 2015

O social em detrimento do toureio… e o protagonismo dos políticos

 - Monumental de Barcelona encerrada pelos políticos -
Há muito que venho afirmando que os piores inimigos da Festa, não são os anti-taurinos. Os piores inimigos da Festa já estavam dentro dela: os intervenientes e os políticos. Nos últimos anos, as coisas mudaram com os políticos a terem as rédeas do poder para, a seu belo prazer, dizer-nos o que devemos ou não presenciar em termos de espectáculos. Como devemos educar os nossos filhos e netos. Deixá-los escolher livremente se querem ser aficionados… parece ser proibido. No entanto, são metralhados com a violência que lhes chegam através de jogos nas Play Stations, telemóveis ou nos noticiários televisivos.
Na vizinha Espanha, onde o espectáculo dos touros está pendente do regionalismo, logo das promessas eleitorais, são ainda os partidos mais à direita que o vão defendendo. Aqueles que se advogam como os defensores do povo, como alguns da esquerda, nos momentos decisivos de proteger a Festa, há sempre alguma ambiguidade no momento de se afirmarem seus defensores. O PSOE ganhou as eleições na Andaluzia. Comunidade autónoma, onde mais enraizada está a tradição taurina. Vamos ver no que vai dar…
Por cá estamos a assistir a um pouco de tudo. Quanto aos políticos, basta dizer que, deste os tempos de Jorge Sampaio, se não estou em erro, nunca mais tivemos um Presidente da República a assistir a uma tourada no Campo Pequeno. Vimos um que outro Secretário de Estado, quanto muito. Temos contudo assistido isso sim, por parte de autarcas a alguma prepotência ao proibirem o espectáculo dos touros nos seus concelhos, ou casos como o de Estremoz que a todos nos devia envergonhar. Um toureiro por mais modesto que seja deve ter ao menos, um lugar na praça da sua terra para se mostrar aos seus conterrâneos, quando comemora uma efeméride. Em abono da verdade, há que felicitar outros por com arreganho, terem defendido a Festa nas suas localidades,
Mas os que estão na actual comunicação social da especialidade (eu incluído), temos uma grande cota parte da culpa em tudo isto, por não defendermos a Festa e formar novos aficionados através dos nossos escritos. Actualmente, por ignorância sobre a matéria, por falta de uma cultura taurina e até de algum descaramento, vimos, ouvimos e lemos, autênticas barbaridades. Agora passou-se na maioria dos sites e blogues taurinos, a dar mais importância ao que chamam de social, do que aos méritos dos toureiros, ganadeiros ou forcados. Em cada 10 fotos que publicam, seis são da Milú da Dádinha etc.. Esquecendo-se de formar os novos aficionados como massa crítica, dando-lhes matéria para reflectirem sobre o comportamento dos touros, logo sobre as prestações dos toureiros.
Por outro lado, há uma autêntica promiscuidade entre alguns artistas e os que deviamos manter uma certa distância para podermos escrever de forma descomprometida no momento de analisar as prestações dos toureiros, comportamento dos touros e, até dos empresários, sobre a montagem dos seus espectáculos. Muitas vezes trocando artistas como se fossem cromos, ou pagando o beneplácito da suposta critica, facultando-lhes entrarem nas suas praças e passearem-se pelas trincheiras (voltando as costas ao espectáculo), para a foto do famigerado social.
A continuar assim, vai-nos acontecer o que está a passar-se com o teatro, com o cinema e até mesmo com o futebol, que tirando os grandes jogos, o resto são estádios vazios. Nos touros, “enchem” as touradas mais mediáticas. Poucos cartazes sobre as bilheteiras com o apetecido “Não há Bilhetes”.

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