Acordei e confrontei-me com esta triste realidade: faz hoje 20 anos que José Luís Gonçalves tomou a alternativa em Badajoz. Foi em 1994, no Dia do Pai. Teve como padrinho Juan Mora e de testemunha Finito de Córdoba, a Ganadaria foi de Hdros. de José Cebada Gago.
Foi um dia lindo. O fim de uma longa caminhada e o início de um outro ciclo. O apoderado Manolillo de Valência levava o toureiro português, nascido em Angola, a realizar o sonho. Como Amigo acompanhei o período antes da alternativa com grande intensidade. Foram tentaderos, touros à porta fechada. O senhorio com que nos recebeu na sua finca Rufino Calero. Enfim, as mil e uma peripécias que um restrito grupo de amigos viveu de perto.
Toda esta caminhada como Amigo se iniciou, quando o acompanhei na sua apresentação sem picadores em Badajoz. A tarde inolvidável de novilheiro em Madrid, cantada naquela linda crónica do saudoso maestro da crítica taurina no ABC, Vicente Zabala.
Depois da alternativa, fomos nesse mesmo ano, a Madrid, para a confirmação com uma corrida de Murteira Grave a 29 de Maio, em plena Isidrada. Como padrinho Mariano Jiménez e Luís de Pauloba de testemunha.
Num abraço, fundimo-nos com as lágrimas nos olhos naquele eventual adeus às arenas em Santo António das Areias. Felizmente que Rui Bento Vasquez, companheiro de profissão e Amigo, lhe deu a oportunidade de se despedir no Campo Pequeno (26 de Agosto de 2010). A simplicidade é dos Grandes, e António Ferrera, num gesto que devia pertencer à sua quadrilha, sacou-o a ombros.
Agora restam as saudades desses tempos que vivemos juntos. O sofrimento de saber como te encontras por causa de um terrível acidente fora das arenas. Não poderás ler estas linhas, mas nunca te esqueceremos… os teus verdadeiros Amigos.
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