terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Vitor Mendes revive (e faz reviver) em "68 Pasos" momentos da sua carreira

Ao ver o programa “68 Pasos” do Canal Plus Toros, com Marco Rocha e José Pedro Prados "El Fundi", onde participou como convidado Vítor Mendes, abriu-se como que um livro na minha frente que já não folheava há muito tempo.
Como todas as estórias também esta teve um princípio. Conheci o Vítor Mendes ainda ele de amador numa garraiada em Vila Franca de Xira. Estava na trincheira da Palha Blanco com o meu saudoso Amigo Manolo Correa Flores, o espanhol como todos o conheciam e vimos aquele rapazola desenvolto, até um pouco atrevido com os garraios, com capote e bandarilhas. Recordo que lhe perguntámos como se chamava e se queria ser toureiro. Disse-nos que o seu nome era Vítor Mendes e que queria ser bandarilheiro.
Depois deste dia tudo foi diferente. Estive sempre atento ao seu percurso. Primeiro como bandarilheiro nas novilhadas de António de Portugal e Parreirita Cigano. Veio o Bacatum e o Oliveira  como representantes no início como novilheiro, para depois seguir com Gonzalito. Acompanhei-o muitas tardes como novilheiro, sobretudo na sua etapa em Espanha.
Recordo um dia em que toureou de novilheiro em Jerez de Los Caballeros. Depois da novilhada em que triunfou, fomos dar uma volta pela feira e comermos um gelado, quando fomos surpreendidos pelo Gonzalito com uma saca de ração, onde levava uns jamóns (presuntos) que era uma das suas perdições e comprava em tudo que era sítio. Muitas histórias tinha para contar pela amizade que ao longo dos anos fomos cimentando. Um dia talvez…

Manolo Montoliu
Agora o que me tocou nesta presença de Vítor Mendes no “68 Pasos” foi quando evocou a memória de Manolo Montoliu. Trouxe-me à memória uma feira de Aranda de Duero que presenciei com a minha mulher durante umas férias em Espanha. Íamos para assistir à Feira de Salamanca. O Bacatum quando soube que eu ia de férias para Espanha para ver umas corridas, sugeriu ao Queirós que eu podia ir a Salamanca e fazer a reportagem da feira para o Burladero. Ele (Bacatum) pela proximidade com os Choperas tratava de tudo. A minha entrada e autorização para o callejón. Quando lá cheguei nada estava tratado. Como não havia nenhum português incluído nos cartéis, disse à minha mulher para ver na revista Aplausos, onde é que havia uma feira com a participação de portugueses. Afinal em Aranda de Duero, que até nem era muito longe, toureavam Vítor Mendes como matador, Rui Bento Vasques como novilheiro e uma corrida de Cunhal Patrício. Mais que perfeito, nem pensámos duas vezes e lá fomos para Aranda de Duero. O empresário portou-se como um verdadeiro senhor e fez questão que eu estivesse no callejón da empresa e ali assisti à feira. No dia em que toureou Vítor Mendes, no pátio de quadrilhas, este fez questão em apresentar-me como amigo, à sua quadrilha, que eram só (*) Manolo Montoliu e Martín Récio. Pouca coisa. Esta tinha sido a quadrilha que acompanhara antes o Maestro António Chenel “Antoñete”. Quis o destino que posteriormente assistisse em Sevilha à cornada mortal de Montoliu. Foi bonito de ver e escutar as recordações de Mendes que continua a ser admirado em Espanha por companheiros e profissionais da comunicação da especialidade.

(*)El día 2 de marzo de 1986, primera corrida de la Feria de La Magdalena, vestido de gris plomo y oro toma la alternativa de manos de Julio Robles y en presencia de Juan A. Ruiz "ESPARTACO" al cederle el maestro ROBLES la muerte de "Correcostas", número 57, negro zaino y de 471 kl. de peso que lucia la divisa de Socorro González Sánchez-Dalp.

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