domingo, 22 de dezembro de 2013

Joaquim Bastinhas em entrevista, faz uma análise da temporada em que celebrou 30 anos de alternativa


Joaquim Bastinhas terminou a temporada 2013 com 41 actuações, divididas por festivais e corridas de toiros, entre Portugal e França. Na temporada comemorativa dos seus 30 anos de alternativa, o cavaleiro de Elvas faz o balanço da mesma: “ foi uma temporada que me tocou especialmente não pela forma como correu, mas também pelo carinho que o público demonstrou perante mim. De norte a sul de Portugal, vivi momentos inolvidáveis. No plano artístico tudo correu na perfeição. A quadra em que apostei esteve á altura dos desafios, o qual me deu ainda mais confiança para além daquela que já sentia e isso deu-me uma motivação extraordinária, acabando inclusivamente por tourear mais corridas do que inicialmente tinha planeado fazer…

Trinta anos de alternativa, trinta espectáculos!?
Sem dúvida. Coadunava-se com os anos que levo como profissional do toureio. Mas como compreenderão uma coisa é o que idealizamos outra é a realidade. As empresas quiseram contratar-me, o que por um lado demonstra o interesse que mantenho em todos os cartéis que integro, mas acima de tudo que o público continua a querer “ver o Bastinhas tourear”. E repare é um público pluralista no tocante a idade. Inclui pessoas de todas as faixas etárias e isso é muito gratificante para um toureiro. Um artista saber que para além de manter o seu público, continua a conquistar novos adeptos é muito gratificante.
Isso significa missão cumprida?
Não de forma alguma! Em tauromaquia não existe esse tipo de linguagem… pelo menos para mim. Existe o tourear bem e por vezes o menos bem --- também acontece. O importante é cada vez que lidamos um toiro estarmos bem e se possível melhor que os outros. Esta ambição é importantíssima; quanto a mim é uma das grandes chaves para o sucesso de qualquer toureio. A experiência é muito importante, mas a ambição em toureio é fundamental. E para isso não existem idades. No toureio há a satisfação de terminar uma lide e o toureio ter a satisfação de sentir que rubricou uma boa actuação. Essa sim é a sua missão. Agradar e não defraudar o público, procurar sempre evoluir, adaptar-se ao toiro do momento, porque esses também têm mudado as suas características ao longo dos anos face ao gosto do público e o surgimento de novos toureiros. Todos estes desafios em meu entender não permitem que um toureiro possa utilizar o termo “missão cumprida”. Talvez no momento em que pense retirar-se das arenas e concisamente analisar todo o significado que a sua carreira pesou na tauromaquia, enquanto esteve no activo. Mas de qualquer forma, no nosso intimo, existirá sempre qualquer detalhe, mesmo sendo um pequeníssimo pormenor, que não se concretizou. Como sempre digo a perfeição está sempre um passo há frente se quisermos evoluir, tanto nas arenas como na vida!
Daí que tenha introduzido na sua tauromaquia os ferros em sorte de violino?
Já lhe dei a resposta a essa pergunta. Eu sempre fui fiel ao meu toureio, ou àquilo que eu sinto ser o toureio a cavalo á portuguesa. Um toureiro alargar o seu reportório só o valoriza porque vai mantendo o seu interesse junto do público. Agora não pode é desvirtuar a sua imagem, ou melhor abandonar a raiz do seu toureio e passar a praticar “aquele que está de moda”. O toureio tem que ter personalidade! E isso é da responsabilidade do toureiro, imprimir-lhe identidade! Depois “ir refrescando o seu reportório com alguma novidade” não me parece nada mal”! O público também aprecia e gosta de ver, até onde um toureiro consegue chegar!
Apesar de estarmos ainda em 2013 (no final), já existem algumas ideias para a próxima época de 2014?
Sim, logo que finalizo uma temporada, de imediato começo a pensar na seguinte. Poderão existir algumas novidades, se assim lhe posso chamar, em relação a este ano… na quadra… ainda é cedo para falarmos do assunto. Tudo está ainda em fase embrionária. Mas com certeza irão surgir ajustamentos, como sempre acontece de um ano para o outro. Vou aproveitar também para desejar a todos um feliz natal e um bom ano novo. E para o ano certamente iremos juntar-nos de novo, por esses caminhos e datas, do nosso Portugal taurino. Bom Natal para todos!




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