sábado, 20 de maio de 2017

Corrida de la Prensa (Madrid) e 38ª Corrida da Imprensa (Lisboa)

Não fora a extraordinária faena de Talavante e, a corrida da Imprensa (com o Rei imérito Juan Carlos a assistir) na primeira praça do Mundo e tinha sido um fiasco com touros devolvidos por escassez de força e casta de Puerto de San Lourenço (Fraile). Mas o espectáculo dos touros é tudo isto... e muito mais. Algo que por vezes não se consegue explicar. É de viver, de sentir. Basta um lance, um passe ou uma faena de 15 muletazos e tudo muda. Marcos Sanchidrián consegue resumir assim o que se passou ontem em Madrid.
 “Apenas diez minutos. El tiempo que pasó entre el fracaso y la desidia. Entre la frustación y el triunfo. Entre la gloria y el llanto. El toreo es un misterio ingobernable. Pasiones encendidas que claman por descifrarlo con precisión de alquimista. El toreo nunca fue matemático, ni lógico. A veces tampoco cabal. El toreo es algo que no se cuenta, ni se pesa. El toreo duele en el pecho y en la barriga. El toreo, sí, es de los sentimientos”. (Marcos Sanchidrián –Foto|DR)
Fica-nos quando assistimos a esta corrida da Imprensa em Madrid, o sabor agridoce por no nosso "país taurino" de tanta mesquinhez, interesses ocultos e falta de empresários e políticos que o permitam, voltarmos a ter a nossa Corrida da Imprensa, pois hoje justifica-se mais do que nunca com o apoio da massificação da própria comunicação nas redes sociais.


A última corrida (com picadores) da Casa da Imprensa no Campo Pequeno


Não é que seja saudosista ou que seja daqueles que passam a vida a dizer que antigamente o espectáculo dos touros era melhor. Sempre houve bom e mau em todos os tempos. Mas o que não deixa de ser verdade é que hoje, com excepção da corrida do emigrante, foram-se perdendo corridas cujo simbolismo é por demais importante. Relembro a corrida da Casa da Imprensa ou o Festival a Favor do Fundo de Assistência do Sindicato dos Toureiros Portugueses.
Tive o privilégio de poder contribuir para este evento (3 de Agosto de 1995), assessorando esta corrida a convite do meu saudoso amigo e companheiro, o jornalista Manuel Vieira e "empurrado" pela Novo Burladero.
Mais não fizemos do que dar seguimento ao trabalho que já tinham feito o José Sampaio e o Raul Nascimento (apoderado de Paulo Caetano), entre outros. 
Nesta corrida homenageou-se Dª Conchita Cintrón, para o que lhe foi mandado fazer um traje curto que ostentou com garbo a Deusa Rubia, debaixo do chapéu cordobés que lhe tinha oferecido Juan Belmonte. Acompanhei Dª Conchita aos estúdios do fotógrafo Homem Cardoso, onde foi maquilhada e fotografada, tudo ao pormenor como a ocasião merecia.
O cartel foi de luxo e o último com picadores que teve lugar na praça lisboeta, como se pode constatar pelo cartaz. A foto da Deusa Rubia do Toureio, essa faz parte do meu álbum de recordações.

Sem comentários:

Enviar um comentário