sábado, 27 de agosto de 2016

O "colapso" de Lopez Simón em Bilbao

Muitos dos que viram ontem a corrida de Bilbao, concerteza que se interrogaram sobre o que aconteceu a López Simón. O boletim clínico dizia que foi um ataque de ansiedade (alcalosis respiratoria). Parece uma coisa estranha num toureiro que a diário joga a vida. No entanto, por detrás do toureiro, dentro do seu traje de luces, está sempre o Homem, o ser humano que, por muito preparado que esteja, também tem sentimentos e emoções.
Aqueles que já um dia passaram por um estado anímico destes, como é um ataque de ansiedade, sabem que é muito difícil de controlar, porque abala o sistema nervoso.
Sigo López Simón desde os seus tempos de novilheiro. Comecei a vê-lo quando tinha como seu apoderado e “guia espiritual” o saudoso António Corbacho, o homem que foi mentor de José Tomás e Talavante em determinada altura.
López Simón é um jovem muito sensível, de uma interioridade que trespassa nas suas palavras quando entrevistado. Tem uma noção da vida muito sua. Refere-se ao touro muitas vezes que dizendo que "temos que respeitar o animalzinho que nos entrega a vida para podermos fazer arte". Isto não são frases feitas, antes pelo contrário sentidas. Ontem em Bilbao o público foi duro com os toureiros. Atribuiu-lhes as culpas da corrida se transformar num mano-a-mano, quando todos já pensavam por alguma pressão dos media, que Javier Jimenez de pois do seu triunfo em Madrid, iria substituir Andrés Roca Rey.
López Simón acusou para mim essa atribuição de culpa e disse-o nas suas palavras a David Casas. O colapso começou aí. Amanhã vai tourear seis touros e entregar os seus honorários a uma instituição. Leva 49 corridas feitas, muitos quilómetros percorridos, muito cansaço e a primeira temporada na frente do escalafón com a "obrigatoriedade" de triunfar todas as tardes. Tudo isto somado, justifica para mim o que aconteceu ontem em directo a López Simón. (foto-Manu de Alba)



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