terça-feira, 9 de agosto de 2016

Morante não tem razão…quanto ao touro de hoje

Confesso-me como Morantista assumido, porque nesta coisa do toureio, sempre preferi o Olé ao Ai. Ou seja, o toureiro artista, o que estrutura a faena na frente do touro, àquele que traz a faena pensada no quarto do hotel. 
No entanto não posso concordar com a recente afirmação de Morante de La Puebla, quando afirmou que "hoje está-se a criar o touro mais para o toureiro com muita técnica". Quer com isto Morante dizer, penso eu, que em prejuízo do toureio de pellisco, do toureiro artista. Ora é aqui que não estou de acordo com esta afirmação. Hoje está-se a criar o touro que as figuras hoje, como ontem, sempre exigiram. Começou-se pelo "touro artista", cuja nobreza a raiar muitas vezes a mansedumbre, desiludiu muita gente. Touros "aborregados", o monoencaste, sem aguentarem a sorte de varas e presos por alfinetes, caindo durante as lides. Logo vieram os "correderos”, porque diziam que os touros são atletas de alta competição e, para aguentaram as faenas de cinquenta muletazos de hoje, era necessário que corressem duas ou três vezes por semana.
Chegados aqui, com mais ou menos resultados, os ganaderos com o direito que lhes assiste, querem lidar em Madrid. Aí estão os veterinários e o célebre Sector 7 a impor o "mastodonte", o touro saído de tipo, que nada tem a ver com a sua morfologia originária do seu encaste. Por tudo isto, respeitado Maestro, não estou de acordo consigo.

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