sexta-feira, 3 de julho de 2015

51ª Corrida TV- Apontamentos desde o sofá

(A emocionante pega de Marcelo Loia)
Eu como se calhar milhões de portugueses assisti ontem à 51ª edição da Corrida TV, sentado no sofá de casa. Para mim ao princípio era uma situação estranha, estar sentado no sofá a ver esta como outras touradas no Campo Pequeno, onde em tempos, não muitos longínquos era fiel espectador in loco.
As imagens televisivas têm o condão de nos mostrarem pormenores que, na maioria da vezes, passam ao lado do espectador, mesmo o mais atento. No entanto, evidências são evidências e não as podemos contestar.
O comportamento dos touros de Ernesto Louro de Castro, era assim que se denominava a ganadaria nos tempos em que a Dª Laura, esposa de Ernesto de Castro e mãe de António Luís, actual proprietário, marcava a pauta nos seus tentaderos, um dos mais respeitados da cabana brava portuguesa. Quando assim não era, lá vinha a bengala da Dª Laura, impor o respeito aos que estavam na tapia à espera de meia vaca para darem os seus muletazos.
Os "Castros" com o seu encaste Atanásio (via Tamaron/Conde La Corte) têm o condão de não serem aborregados, são touros na verdadeira acepção da palavra. Para o bem e para o mal, levando a emoção às bancadas. Não são tontos, os seus quatro anos e o seu sentido, fez-se presente ao esperarem e adiantarem-se nas várias actuações, e nas pegas dos três grupos.

(Rouxinol e Loia os triunfadores)
É incontestável que o grande triunfo da noite foi para o grupo do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, em especial com a pega do cabo Marcelo Loia. Triunfo também de Luís Rouxinol, com todo o seu historial a avalizar um toureiro que não engana -como o algodão: É sempre Rouxinol na sua versão mais pura: frontal, lidador e a conectar com o público com facilidade, goste-se ou não se goste do seu estilo.
Destaques pela positiva e pela negativa. Pela positiva mesmo com a transmissão registou-se uma boa entrada; o cabo do Aposento da Chamusca Pedro Coelho dos Reis, deu uma verdadeira lição de conhecimento do touro e eleição dos terrenos na segunda pega do seu grupo, o que não é muito visto noutros líderes de grupos.
Pela negativa e lá vêm as imagens a negar os factos. Quando os comentadores (os meus amigos José Cáceres e Vasco Lucas) e bem, referiam que a actuação de Filipe Gonçalves carecia de outra abordagem, porque insistia nas batidas e faltava-lhe touro. Por isso teria que ir mais recto, dobrara-se pela esquerda (o que fez pouco…ou nada), daí os toques e o touro a adiantar-se às montadas. Vai daí, o delegado técnico (vulgo director de corrida), que não conheço pessoalmente e não duvido da sua capacidade técnica para dirigir o espectáculo, já como aficionado e suponho que o é, surpreendeu-me ao colocar o lenço branco concedendo música a uma actuação, cujos comentadores e eu corroboro, não merecia essa distinção. Claro que isto são apontamentos de quem esteve sentado no sofá…(fotos-Emílio de Jesus)

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