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No ano em que Joaquim Bastinhas comemora 30 anos de
alternativa, a praça de touros de Santa Eulália voltou a abrir as suas portas no
dia 8 de Junho, para a realização de um festival a favor da Associação
Humanitária de Santa Eulália.
O tempo com alguma chuva mesmo à hora do espectáculo retirou
público que, mesmo assim, preencheu um terço da bonita praça alentejana.
Lidou-se um curro da divisa de Santa Maria (Parladé) do Eng.º
Lobo de Vasconcelos que foram nobres, com pouca cara e alguns exemplares
escassos de força que o piso da praça também não ajudou.
Joaquim Bastinhas foi alvo de uma singela homenagem pelos
seus 30 anos de alternativa e abriu o festival lidando um touro que por vezes
não se fixava e apertava para os terrenos de dentro. A veterania e o carisma de
Joaquim Bastinhas sobrepôs-se a estas dificuldades com uma lide sóbria, com
cadência, consubstanciada num conhecimento que a sua já larga carreira lhe outorga.
Sónia Matias que também já vai sendo uma veterana nas lides
taurinas, aproveitou as investidas templadas do de Santa Maria para com recurso
à variedade fazer-se aplaudir, sobretudo nos dois ferros em sorte de violino em
terrenos de algum compromisso.
Brito Paes optou por tentar um toureio a primar pelas
tentativas de galopes a duas pistas, quando o touro pelo seu som e colocação,
requeria mais um toureio frontal. Quando o tentou o touro permitiu outro tipo
de lide e poder recrear-se nas sortes.
Marcos Tenório que coloca sempre grande entrega nas suas lides
esteve algo irregular de início, para depois ir a mais, em especial com um
ferro curto em que colocou todo o seu empenho. Mais centrado no último terço da
lide, deixou um excelente e ajustado par de bandarilhas com a sua marca e
fez-se aplaudir.
Foi meritória a atuação de Duarte Pinto, perante um touro
que nos deu a sensação de ter algum problema de visão pela forma como saia das
sortes e nos finais dos lances nos capotes. Esteve esforçado e deixou alguns apontamentos
da sua forma de sentir e interpretar o toureio. Convidou o ganadeiro a dar a volta à arena. Em nossa opinião a corrida distinguiu-se pela nobreza e não pela bravura. O público aceitou... e é soberano.
Encerrou o festival Marcelo Mendes com um touro que lhe
serviu para um toureio variado, com alguma concessão às bancadas, com números característicos
do rejoneo, mas que o público aplaudiu. Andou ligado em determinado momento com
o cavalo com ferro das Silveiras, muito expressivo na cara dos touros. Pecou
por aceder à velha estória de “mais um ferro” e veio a menos.
De forma resumida foi um festival entretido, onde a nobreza
dos touros não colocou problemas aos cavaleiros, neste misto da veterania de
Bastinhas e Sónia, aliado à irreverência dos jovens toureiros que tão
necessários são para a renovação.
Seis touros e seis pegas ao primeiro intento. Por Portalegre
pegaram André Grilo e Carlos Martins; foram solistas pelos de Monforte, João
Vieira e Vítor Carreiras, enquanto pelos Académicos de Elvas pegaram João
Bandeira e António Machado.
O espectáculo que teve ritmo foi dirigido por Agostinho
Borges e realizou-se em duas horas e meia
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