Quando os touros com trapio e encastados transmitem a emoção
às bancadas, a Festa fica a ganhar. Se a tudo isto juntarmos a lotação da praça
de Portalegre com cerca de três quartos preenchida, então pode-se considerar
que mereceu o esforço da empresa Toiros +, porque esta praça merece ser
recuperada.
Os touros da Guardiola Fantoni com peso e trapio, mesmo alguns mansotes mas encastados, trouxeram a emoção ao espectáculo. O melhor lote tocou a Luís Rouxinol que no primeiro esteve correcto mas faltou-lhe mais ajuste nas reuniões, se bem que o touro foi a menos no último terço da lide. Com o segundo foi mais o Rouxinol próximo das grandes actuações. Variado, a chegar ao público… e a deixar a sua marca num ferro de palmo e nas bandarilhas a duas mãos.
Marcos Bastinhas compreendeu bem as dificuldades do seu
primeiro. Esteve com acerto nas distâncias e na eleição dos terrenos. Com um
toureio irreverente, a chegar ao público, colocando em cada ferro a verdade e
arriscando perante um touro que se adiantava e não permitia equívocos. Actuação
para aficionados e profissionais sem grandes concessões à galeria. Foi com esta
actuação que o cavaleiro de Elvas em dia de aniversário, arrecadou o prémio
para a melhor lide por unanimidade do júri. Perante o segundo a actuação foi de
mais a menos, quando comprometeu a montada e surgiu a colhida. Encastou-se e
rematou com um conseguido par de bandarilhas a duas mãos.
João Maria Branco superou as condições de lide do seu
primeiro que se defendeu em tábuas recorrendo com acerto às sortes sesgadas.
Muito bem num ferro curto em terrenos de compromisso junto aos curros Com o
segundo esteve correcto sem conseguir atingir grandes momentos, sobretudo pela
falta de emoção nas investidas do touro.
Os grandes momentos da noite ficaram-se a dever aos forcados,
que tiveram argumentos para se sobreporem à dureza dos Guardiolas pelos
violentos derrotes quando sentiam o forcado na cara, que se traduziram em
alguns momentos de pânico pelas colhidas e visitas à enfermaria.
Por Lisboa pegaram Manuel Guerreiro à segunda, Pedro Miranda
à primeira e João Lucas à segunda em dobra a Daniel Batalha que sofreu uma
forte colhida. Alexandre Lopes e Ricardo Almeida dos Amadores de Portalegre
fecharam-se ao segundo intento e Nelson Batista à primeira num grande pegão, em
que o touro levou o grupo às tábuas onde bateu forte. A solidariedade esteve
presente com a oportuna ajuda de um companheiro do Grupo dos Amadores de
Lisboa. Nelson Batista venceu o prémio para a melhor pega com toda a justiça e
o público obrigou o forcado a dar duas voltas à arena debaixo de fortes
aplausos com justa chamada ao elemento do grupo de Lisboa. O espectáculo foi dirigido com bom critério pelo delegado técnico Rogério Joia.
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