domingo, 3 de outubro de 2010

Do “Inferno” ao Céu da "Puerta Grande de Las Ventas"


Juan Mora com o touro de Torrealta (Foto-mundotoro)

O que aconteceu na corrida de sábado em Madrid, nesta Feira de Outono, diz bem da grandeza e miséria do toureio. Em vinte minutos Juan Mora alcandorou-se a uma posição no toureio antes para ele impensável. Quase apagado do toureio, a empresa de Madrid acredita no seu regresso e dá-lhe esta oportunidade de ouro. O corte de três orelhas (duas no primeiro) aos touros de Torrealta já lhe valeram entrar na Feira do Pilar pela porta das substituições mas, por mérito próprio, e pode ser uma temporada importante a de 2011.
Conheci Juan Mora ainda um “niño” quando começava como bezerrista. Estava eu em Sevilha a assistir à feira, quando fui convidado (através de Pepe Luis Nuñez) por um grupo de aficionados venezuelanos que apoiavam o novilheiro Rafael Pirela, a assistir a um tentadero na serra de Huelva. Foi então que conheci e vi tourear pela primeira vez a Juan Mora. Daí para cá acompanhei com interesse o seu percurso como toureiro, e foi com grande simpatia que o vi apadrinhar José Luis Gonçalves na sua alternativa em Badajoz.
A sua faena sobretudo ao primeiro do seu lote esteve plena de madurez e toureria, com esse sabor das velhas tauromaquias. Aquela meia dúzia de naturais, na fase final da lide, e a estocada suprema trouxe ao toureio naquele momento a magia da Festa. A sua grandeza e miséria… cara e cruz de uma Festa intemporal.

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