domingo, 31 de outubro de 2010

A participação de Rui Bento Vasques no "Tendido Cero" da RTVE

 Vi e ouvi com redobrada atenção a participação de Rui Bento Vasques no programa “Tendido Cero” da RTVE(2) e nesta tarde invernosa, como que a anunciar o doloroso defeso, apetece-me falar um pouco da sua participação.
Conheço o Rui Bento desde os seus tempos de aspirante a novilheiro e acompanhei sempre de perto a sua carreira.
Em Espanha vivi jornadas que ainda hoje recordo, como a da já longínqua Feria de Aranda del Duero, em que como novilheiro alí triunfou com novilhos de Cunhal Patrício, onde também actuou Vitor Mendes, quando levava na sua quadrilha Manolo Montoliú e Martin Récio, como se fôra pouco…

Rui Bento Vasques, Director dos
Assuntos Taurinos do Campo Pequeno
Em Alenquer assisti à sua despedida como novilheiro e em Badajoz à sua alternativa. Na solidão do quarto de hotel mostrou-me o capote de paseo oferecido pelos aficionados italianos do Clube Taurino de Milão, se não estou em erro. Logo veio León e depois Orthez com a terrível cornada. Desloquei-me a Salamanca à Calle Segóvia, 10, onde vivia, para animá-lo quando recuperava da cornada. Tudo isto por amizade. Por isso estou à vontade para falar da sua personalidade enquanto toureiro e agora taurino.A Salamanca voltei para a sua despedida com os “patas blancas” e, uma vez mais, na solidão do quarto do hotel, houve confissões de um toureiro na hora da despedida para com o aficionado e amigo.
Sempre reconheci em Rui Bento Vasques uma grande capacidade de comunicação, um bom relacionamento com a imprensa em Portugal e Espanha. Era dos poucos toureiros que nos fazia chegar com assiduidade informação e fotos, naquela época em que não havia internet.
Por essa facilidade na comunicabilidade e domínio da língua espanhola, já sabia que Rui ia defender a capa e espada a sua dama (Campo Pequeno). Às perguntas de Frederico Arnás, Javier Hurtado e Carlos Ruiz Villasuso respondeu com conhecimento de causa. Realçou o trabalho feito no Campo Pequeno e em toda a sua envolvência, o apoio da administração e a afluência de público à praça lisboeta, mesmo em tempo de crise.
Analisou e projectou a situação do toureio e dos ganadeiros portugueses. Reconheceu como muitos reconhecem, que o êxito empresarial do Campo Pequeno assenta essencialmente na tourada à portuguesa, com cavaleiros e forcados. Sabe que é difícil registar maior afluência de público com as corridas mista, com cavaleiros, forcados e matadores ou novilheiros. Isto por muito que lhe custe a ele, enquanto matador de touros, e a nós aficionados ao toureio a pé que gostaríamos de ver mais. Esta é a triste realidade: Aqui não  se picam os touros, não se cortam orelhas...logo estamos fora do baralho.
Prometeu da sua parte um maior empenho na promoção do toureio a pé no futuro, e deixou uma promessa velada de que algo pode estar para acontecer no apoio ao jovens que querem ser toureiros a nível do Campo Pequeno. Vamos esperar para ver, como vimos e gostámos desta sua intervenção na Televisão Espanhola.

Para ver o video:
http://www.rtve.es/mediateca/videos/20101030/tendido-cero-30-10-10/916229.shtml






Sem comentários:

Enviar um comentário