quinta-feira, 22 de junho de 2017

A despedida de António Alfacinha

Não é fácil tomar esta decisão para António Alfacinha, como para qualquer outra pessoa que um dia envergou uma jaqueta de forcado. É sempre um momento difícil porque vais deixar de fazer aquilo que mais gostas: Colocar o barrete e as mão na cintura, andando garbosamente direito ao touro desafiante. Bater as palmas e, muitas vezes, a boca seca não te deixar gritar: Touro... eh touro! De peito aberto citar, trazer o touro embebido no teu corpo na investida nem sempre templada e fechar-se num abraço ao amigo fiel. Aquele que não te engana, pois ou é manso ou bravo.
A bravura do touro com o instinto animal, que tem por obrigação de investir, colher quem o desafia e esse abraço de valentia, de galhardia, entre sorrisos e palmadas de amizade por parte dos companheiros quando tudo está bem. Mesmo nos momentos mais difíceis, ser forcado não se explica, sente-se de uma forma especial numa escola de virtudes, do respeito, solidariedade e camaradagem.
Não sei se vou poder estar presente, mas este pequeno texto é para ti, António Alfacinha.

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