quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Quem faz mais mal à Festa?

Paco Mora é um cronista taurino com participação semanal na revista Aplausos. Conhecido, respeitado, muitas vezes controverso, e não bem aceite por todos os profissionais. Uma das razões da sua não-aceitação, é que quando não se vai atrás da corrente populista/taurina de que todos triunfam, de que tudo correu às mil maravilhas, isso causa dissabores e por vezes mau estar entre as hostes dos apaniguados de certas figuras.
Num dos seus últimos artigos de opinião, Paco Mora questiona-se: Quem faz mais mal à Festas, os anti-taurinos ou os criadores da babosa (touro) a arrastar-se e descastado?
Pertinente esta questão que o cronista levanta e que nós muitas vezes temos alertado para que, o mal não está nos anti, porque só têm a importância que nós aficionados lhe quisermos atribuir. O mal está dentro da Festa, em cada uma das figuras, ou supostas figuras, só olhar para o seu “quintal”. Agora com a agravante das posições políticas na caça aos votos. Isto em especial em Espanha e na América do Sul.
Diz e estou absolutamente de acordo, que se “tiramos ao touro a emoção, perde-se a sua principal razão de ser”. Adianta no seu raciocínio que aos anti-taurinos os podemos vencer nos tribunais, os que infligem as leis que protegem os espanhóis, contra esta praga. Pergunta no entanto como podemos vencer os “que criam o novilho ou o touro descastado e com falta de forças. Na falta de casta, fortaleza, mobilidade e duração de uma elevada percentagem de novilhos e touros que se lidam nas feiras de Espanha, está o autêntico gérmen do declive da Festa”.
Acrescentamos nós, algumas das novas expressões que hoje são comum ouvirem-se durante a lide de um touro medrado de forças e sem raça: Há que cuidá-lo, levá-lo a meia altura para que não perca as mãos, isto é grave. Isto é em grande parte motivado pela selecção como dizia Fernando Quadri, que "ao procurar tanta nobreza, estamos no abismo da mansedumbre. Se o touro voltasse por uns anos ao seu habitat natural, sem a manipulação do homem, teríamos de novo o touro selvagem, o touro bravo, com pujança e fiereza".


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