Muitas vezes empoleirado nas ameias das vetustas muralhas, aquele círculo que era a praça de touros, exercia sobre mim um certo fascínio por este espectáculo que me tem acompanhado ao longo dos anos.
A expectativa do regresso para ver a “nova” praça de touros de Estremoz, estava condicionada pelas nuvens negras e fortes aguaceiros que ao longo da tarde pairavam sobre esta região do Alentejo mas, que não foram dissuasoras, para que o público preenchesse três quartos da bonita e remoçada praça.
Tourada dirigida por Agostinho Borges |
Lidaram-se novilhos/touros de Francisco Romão Tenório de comportamento diverso. O primeiro por distraído e não se empregando, não deixou João Moura luzir o seu toureio, estando discreto na sua prestação por falta de colaboração do hastado. Já com o segundo a deixar-se levar na garupa das montadas e acudindo mais aos cites, vimos um João Moura na plenitude dos seus recursos e conhecimentos, sobretudo desta ganadaria. A maestria do “Califa de Monforte” sobrepôs-se à falta de empuje e emoção dos seus antagonistas.
A maestria de João Moura |
Embalado pelo recente êxito do Campo Pequeno, estavam centradas as expectativas do público nas actuações de João Moura Jr. e não defraudou. O momento porque passa, aliado à madurez que os anos na profissão trazem ao seu toureio, deliciou o público com duas lides bem estruturadas. Se bem que lhe tocou o melhor lote, João fez de cada momento das lides, uma demonstração cabal do conhecimento do touro, dos terrenos e, sobretudo, saber dar ao público aquilo que ele quer ver: ligação, ritmo e alardes de toureiria recreando-se nas sortes.
Madurez de João Moura Jr |
É frente às dificuldades que se vê a capacidade de superação dos toureiros. O primeiro do lote de Miguel Moura, vinha para colher os cavalos. Como se diz na gíria, estava “atrás da moita” esperando a oportunidade. Ao ser dominado pelo jovem cavaleiro com a sua irreverência, não se entregou, passou a tapar-se e esperar pelas reuniões. Miguel esteve feito um guerreiro e deu a volta ao touro debaixo dos aplausos e entrega do público.
Irreverência de Miguel Moura |
O segundo e último da tarde também necessitava de ter pela frente um toureiro com entrega e paixão pela profissão que escolheu. Sendo actualmente o último da dinastia Moura coube-lhe com a lide deste touro fechar com chave d’Ouro esta primeira passagem da “Dinastia Moura” pela praça estremocense. Miguel fez alarde de um reportório onde cabe o clássico e a escola que seu pai impôs no mundo do toureio a cavalo. Há muito a esperar da irreverência deste Miguel Moura.
Volta à arena para o ganadeiro |
Para ser coerente, tenho que defender a justificação das voltas à arena, que devem ser pedidas pelo público e não quase impostas pelos artistas. Sei porque conheço o ganadeiro, que ele é o primeiro crítico do comportamento dos seus touros. Não foi uma corrida brava, deixou-se lidar, teve um exemplar nobre e encastado e dois a pedirem as credenciais aos toureiros.
Para pegarem os exemplares do ganadeiro arronchense estavam os Amadores de Portalegre e Monforte. Pelo grupo da capital do Distrito, pegaram Ricardo Almeida (1ª), Alexandre Lopes (1ª) e Cláudio Neves (3ª). Pelos Amadores de Monforte foram solistas por decisão de Ricardo Carrilho (que rabejou), Vítor Carreiras (1ª), Fábio Derreado (3ª) e Dinis Pacheco (3ª). Os murubes de Romão Tenório colocaram algumas dificuldades aos forcados, mas houve um ou outro momento, em que a leitura das pegas (terrenos, recuar em demasia, por exemplo) não foi a melhor. Dirigiu Agostinho Borges que esteve muito bem ao suprimir o intervalo, por causa da ameaça do tempo, sendo assessorado pelo Dr. Guerra.
Para pegarem os exemplares do ganadeiro arronchense estavam os Amadores de Portalegre e Monforte. Pelo grupo da capital do Distrito, pegaram Ricardo Almeida (1ª), Alexandre Lopes (1ª) e Cláudio Neves (3ª). Pelos Amadores de Monforte foram solistas por decisão de Ricardo Carrilho (que rabejou), Vítor Carreiras (1ª), Fábio Derreado (3ª) e Dinis Pacheco (3ª). Os murubes de Romão Tenório colocaram algumas dificuldades aos forcados, mas houve um ou outro momento, em que a leitura das pegas (terrenos, recuar em demasia, por exemplo) não foi a melhor. Dirigiu Agostinho Borges que esteve muito bem ao suprimir o intervalo, por causa da ameaça do tempo, sendo assessorado pelo Dr. Guerra.
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