O passe com a marca de Manuel dos Santos (Foto - D.R.) |
O dia 14 de Dezembro de 1947 ficou para a história do toureio português como o da alternativa no México daquele que foi grande figura do toureio e excelente empresário.
Manuel dos Santos ou “Dos Santos” como era conhecido por espanhóis e mexicanos, tomou a alternativa de matador de touros (2º da história do toureio português) na praça El Toreo da cidade do México. Alternativa que lhe foi concedida pela grande figura do toureio mexicano e mundial Fermín Espinosa “Armillita”, tendo como testemunha o seu grande amigo Carlos Arruza, frente a touros de Pastejé.
Foi a tarde que podia ter sido a glória e que se fez tragédia com a cornada.
O touro da alternativa de nome “Vanidoso” infligiu-lhe uma cornada prostrando-o na cama de um hospital e o matador não considerou tomada a alternativa. No ano seguinte, Manuel dos Santos viria então a tomar então a alternativa na Praça de Sevilha a 15 de Agosto e concedida por Manuel Jimenez “Chicuelo”, para confirmar em Madrid a 9 de Junho de 1949.
Manuel dos Santos foi sem dúvida a grande referência do toureio a pé em Portugal durante muitos anos. A sua vida foi um registo de episódios escritos por um Homem que amou e viveu com intensidade o toureio e o touro.
No ano de 1951 matou um touro na Praça do Campo Pequeno como forma de protesto por não poder exercer integralmente sua profissão no seu país, pelo que passou uma noite na cadeia. Levou como empresário as corridas de touros a outros continentes como à Indonésia, onde 100.000 espectadores assistiram num estádio pela primeira vez a este espectáculo.
Fez do Campo Pequeno com as fabulosas de Verão e a sua visão empresarial (ao levar as corridas de touros através da televisão a todos os lares dos portugueses), um local de referência dos espectáculos em Portugal.
Depois de tanta glória, dentro e fora das praças, Manuel dos Santos viria a falecer de forma trágica na estrada a 18 de Fevereiro de 1973.
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