terça-feira, 6 de outubro de 2015

Novas tecnologias, imaginação ao serviço da Festa…e os perigos que nos espreitam

Longe vão os tempos dos simples cartazes de parede, de montra e de mão. Era tudo mais simples, até porque não proliferavam os espectáculos. As datas das touradas eram as de feira ou festas em cada uma das localidades com praça de touros. A oferta de lazer era menor. Íamos mais ao cinema, ao teatro e aos touros. Os empresários eram outros, mais taurinos e com uma capacidade diferente. Apareceu uns anos mais tarde a publicidade sonora, com as chamadas cornetas nos tejadilhos dos modelos de veículos daquela época, o que foi uma inovação.
Toureiros/Cavaleiros sempre os houve e continua a haver de grande interesse. A cumplicidade, ou outros valores mais altos que se levantam, levam a que a maioria dos cartéis sejam repetitivos.
Deixámos de ter os espectáculos de Carnaval com o toureio cómico, uma escola não só para muitos aspirantes a toureiros como uma escola de formação de novos aficionados (as crianças). Deixámos de ter as garraiadas de estudantes, as de fim de curso. Enfim, deixámos de ter muita coisa e chegámos onde chegámos.
Hoje ao olharmos para as bancadas de qualquer praça do Mundo, grande parte do público vai para se mostrar, pelo chamado social e mostrar o último modelo de smartphone, com o qual fazem as fotos e vídeos para mostrar aos amigos. Aficionados na verdadeira acepção da palavra, cada vez são menos.
No meio de toda esta amálgama que se vive na Festa, nem tudo é mau, porque há sempre algo ou alguém que se distingue, que faz a diferença. Esse alguém neste final de temporada tem para mim um nome: Paulo Pessoa de Carvalho. 
O Paulo para além do forcado que foi é, acima de tudo, um grande aficionado. Um Homem que se preocupa para lá do lugar que ocupa na associação da sua classe empresarial, com o futuro da Festa. Coloca desde sempre a sua imaginação ao serviço do espectáculo. Já antes nos cartazes da publicidade às suas touradas, se notava essa diferença. Hoje (a exemplo de outros, muito poucos) utiliza as novas tecnologias como ninguém. Exemplo disso os vídeos promocionais, as fotos dos touros, feitas na minha opinião, por um dos melhores fotógrafos taurinos neste campo (Francisco Lameiras). Os outdoors que apresentou em Abiúl ou Vila Franca de Xira, são o exemplo daquilo que acabo de escrever e está a mudar aos poucos a promoção do espectáculo. 

Sou amigo há muito tempo do Paulo, mas não lhe estou a fazer favor nenhum. Este não é um blogue de favores. Este é um blogue de um aficionado que nunca se coibiu de escrever ou exprimir por todos os meios que teve (e tem) ao seu alcance, para dizer o que pensa da nossa Festa, sabendo que não é dono da verdade absoluta e que a sua opinião vale o que vale.
Para terminar deixo um alerta para outra batalha para a qual, Paulo Pessoa de Carvalho terá que estar preparado como Presidente da APET. Nesta recente eleição o PAN elegeu um deputado. Se até aqui não tinha representação parlamentar, agora tem e vai valer-se dessa legitimidade para atacar a Festa dos Touros, como aliás o tem feito. 
Todos sabemos que há por detrás disto tudo, grandes interesses e uma grande hipocrisia. Tenho autoridade na matéria porque na minha casa, coabitam duas cadelas e dois gatos, que têm aquilo que lhes é devido como animais. No entanto, não assobio para o lado quando vejo um pobre a estender a mão para poder comer qualquer coisa, quando neste país se ganham milhões de euros com indústrias em torno dos chamados animais de estimação.

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