sábado, 1 de setembro de 2012

A tragédia bate à porta de mais um forcado


Ninguém pode ficar indiferente à notícia de que o jovem Nuno Carvalho vai ver a sua vida circunscrita a uma cadeira de rodas, em virtude da lesão provocada pelo touro que lhe foi dado para pegar na passada quinta-feira no Campo Pequeno. Era um touro mais dos muitos que pegou ao longo da actividade, que em consciência escolheu, para preencher uma parte da sua vida.
Uma escolha que para muitos pode parecer absurda mas, para quem como eu um dia envergou uma jaqueta e bateu as palmas a um touro, isso não se explica. São sentimentos vividos com uma grande intensidade, sentimentos que misturam o poder dominar os receios em cada tarde de touros, em cada tarde que é necessário apertar a cinta e estar às ordens do seu cabo para defender o prestígio do seu grupo.
Conheço o grupo do Aposento da Moita desde a sua fundação pelo José Manuel Pires da Costa,  sei a exemplo dos outros grupos o que é o companheirismo, a solidariedade que não vai faltar em torno do Nuno Carvalho.
A vida é feita destes imponderáveis mas que estão à espreita em qualquer momento, em qualquer actividade. Os exemplos aí estão nas mais diversas profissões ou desportos. Basta lembrarmo-nos que, ainda há pouco tempo, o forcado Zé Mário dos Amadores de Arronches, ficou “preso” a uma cadeira de rodas, não ao pegar um touro mas por lhe ter caído um fardo de palha em cima.
Tenho a certeza se amanhã se procurar ao Nuno Carvalho se voltaria a pegar touros se pudesse, que não vacilaria na resposta: voltaria a apertar a cinta e bater as palmas aos touros. Ânimo e coragem Nuno é o que todos aqueles que um dia se colocaram à frente de um touro te podem desejar neste momento, bem como todos os aficionados portugueses.(foto touro y Ouro)

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