Ninguém pode ficar indiferente à notícia de que o jovem Nuno
Carvalho vai ver a sua vida circunscrita a uma cadeira de rodas, em virtude da
lesão provocada pelo touro que lhe foi dado para pegar na passada quinta-feira
no Campo Pequeno. Era um touro mais dos muitos que pegou ao longo da actividade,
que em consciência escolheu, para preencher uma parte da sua vida.
Uma escolha que para muitos pode parecer absurda mas, para
quem como eu um dia envergou uma jaqueta e bateu as palmas a um touro, isso não
se explica. São sentimentos vividos com uma grande intensidade, sentimentos que
misturam o poder dominar os receios em cada tarde de touros, em cada tarde que
é necessário apertar a cinta e estar às ordens do seu cabo para defender o
prestígio do seu grupo.
Conheço o grupo do Aposento da Moita desde a sua fundação
pelo José Manuel Pires da Costa, sei a
exemplo dos outros grupos o que é o companheirismo, a solidariedade que não vai
faltar em torno do Nuno Carvalho.
A vida é feita destes imponderáveis mas que estão à espreita
em qualquer momento, em qualquer actividade. Os exemplos aí estão nas mais diversas
profissões ou desportos. Basta lembrarmo-nos que, ainda há pouco tempo, o
forcado Zé Mário dos Amadores de Arronches, ficou “preso” a uma cadeira de
rodas, não ao pegar um touro mas por lhe ter caído um fardo de palha em cima.
Tenho a certeza se amanhã se procurar ao Nuno Carvalho se
voltaria a pegar touros se pudesse, que não vacilaria na resposta: voltaria a
apertar a cinta e bater as palmas aos touros. Ânimo e coragem Nuno é o que todos
aqueles que um dia se colocaram à frente de um touro te podem desejar neste
momento, bem como todos os aficionados portugueses.(foto touro y Ouro)
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