Moita – Das Feiras Taurinas de José Lino à triste realidade de hoje

"El Fandi" num derechazo com o novilho humilhado

Não é meu hábito falar daquilo que não vejo mas, perante os cartéis desta edição da Feira Taurina da Moita, e fazendo fé no escrito por companheiros que nos merecem todo o crédito, esta foi uma feira para José Lino “dar voltas na sua tumba”.
Ainda hoje o recordo numa conversa que mantivemos na Atalaia (poucos antes do seu falecimento), em que com as lágrimas nos olhos, nos falava da tristeza da forma como foi tratado na Moita no final da sua passagem pela Daniel do Nascimento. Mas vamos ao que interessa.

"Juanto" num toureiro recorte com o novilho com a cara por cima

Francisco Morgado na sua crónica no mundotoro.com dá destaque no que ao toureio a pé concerne, e que era sempre o grande atractivo desta feira a actuação de “El Fandi, profundo conhecedor das teclas do espectáculo, não defraudou”. Abro aqui um parêntesis para referir que não é a melhor forma de dar oportunidade a um novilheiro prometedor como “Juanito” ter que lidar os exemplares mais pesados da corrida (490 e 475 kg.), quando um matador de outra dimensão lida dois com 450kgs - pesos oficiais. Sabemos que não está no peso mas sim na bravura e qualidade para a lide, a possibilidade de triunfo. A nota é só por uma questão de sabermos que o matador escolhe o seu lote e podia ser mais coerente com o seu alternante.
Continua Morgado referindo na sua crónica o “temple e mando no seu capote, o poder e toureria nas bandarilhas” para com o segundo ter “capacidade para estar por cima do seu inimigo”.
De João Silva “Juanito” refere que “esteve em novilheiro, como lhe compete, mas mostrou progressos, princípios e sobretudo muitas ganas de querer ser gente importante neste mundo tão difícil”.
Quanto ao comportamento dos touros dá nota positiva aos de Paulo Caetano, apenas o último foi mansote e no segundo o ganadeiro das Esquilas deu volta à arena. (fotos-Pedro Batalha)