domingo, 18 de setembro de 2016

Elvas – Marcos Bastinhas e ganadeiro Charrua fecham com volta à arena, corrida de êxito, em que brilharam também João Moura Jr. e os forcados Académicos de Elvas

É sempre um privilégio para mim, poder desfrutar de uma tourada ao lado do meu Amigo Simão Comenda e, esta noite, foi uma dessas. O seu conhecimento da arte de pegar touros e a forma como vê o espectáculo constitui sempre uma mais-valia.
Era a noite em que António Patrício se despedia como cabo dos Académicos de Elvas e passava o testemunho a Luís Machado, em que se fardou o cabo fundador Ivan Nabeiro.
Noite de emoções e de afirmação de uma grupo que mostra uma grande coesão e demonstração de que sabe o que está a fazer em praça. Aquela troca de terrenos ao 5º novilho/touro que ganhou crença à direita do palco do delegado Técnico Marco Gomes, foi prova disso. Apenas um senão: Não compreendemos porque o António Patrício se quis despedir com uma pega de cernelha algo atabalhoada, que teve que ser consumada depois de caras. Tirando este aspecto que por razão que desconhecemos nos passou ao lado, foi uma noite triunfal para o grupo elvense, com três pegas à 1ª e três à 2ª tentativa, com touros que não deram facilidades.
Com praça quase cheia, lidaram-se três novilhos/touros de António Charrua e três de Mata-o-Demo (que raio de nome para uma ganadaria). Os de António Charrua foi mansote o primeiro, mais entregue o segundo e a destacar-se o último lidado por Marco Bastinhas que cresceu ao castigo e proporcionou volta ao ganadeiro e cavaleiro. Dos de Mata-o-Demo cumpriram os primeiros dois e foi mais reservado o terceiro.
Das actuações digamos que do alto da sua veterania, Rui Salvador com duas actuações distintas, mas sempre por cima dos seus antagonistas, foi como que o“apadrinhou” das duas presenças de toureiros jovens que pedem passo como João Moura Jr., que depois do triste acidente de que foi vítima a sua quadrilha e quadra de cavalos recentemente em Espanha, chegou ao Coliseu de Elvas para triunfar. Está num grande momento da sua carreira. Encontrou o seu toureiro e colocou de lado parcialmente o conceito “mourista” de que forçosamente estava imbuído. Duas actuações redondas, dando vantagem aos touros, encontrando distâncias e prescindido das vulgarizadas batidas para entrar de frente e reuniões debaixo do braço. Por vezes abriu demasiado os quarteios e faltou algum ajuste... 
Marco Bastinhas não defrauda a sua legião de seguidores. Recebeu a porta-gaiola, parou os touros nos médios e deu vantagem aos seus oponentes. A emoção e verdade que coloca nas suas actuações são evidentes. Leva às bancadas aquilo que faz falta no toureio: A emoção. Transmitir que aquilo que se passa na arena não está ao alcance de qualquer um, que leva o perigo inerente à exposição do seu toureio, é o que Festa necessita. Aquele recorte por dentro, invertendo o galope e com os pitons do touro a escassos milímetros da garupa do cavalo, foram arrepiantes. Necessita e vai encontrar por certo esse repouso do toureio mais templado, mas tem tudo para se converter num toureiro de muito interesse, recordando tempos de Batista ou José João Zoio. Verdade por diante e emoção para levar gente às praças. A segunda lide com que se encerrou esta tourada do São Mateus em Elvas, ficou para recordar com um toureiro disposto, um touro a crescer ao castigo, uma pega rijíssima e a volta merecida e bem concedida por Marco Gomes, a cavaleiro, forcado e ganadeiro.

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 As fotos das pegas dos Académicos

















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