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| - Despedida de Renato Dias na Praça do Montijo - foto Lucílio Figueiredo - |
Renato Dias foi o meu primeiro cabo quando ingressei no Grupo de Forcados dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo em 1966.
Renato Dias tinha pegado touros em Évora e foi ele o Cabo fundador do Grupo em 1959, à frente do qual se manteve até 1967.
Recordo-me como se fosse hoje, quando acompanhei o meu irmão Vitor ao primeiro treino do grupo que se estava a forma: os Académicos da Tertúlia Tauromáquica do Montijo. Sentado na bancada da praça do Montijo, o Renato dirigiu-se-me nestes termos: “Então tu não queres ser forcado”. Disse-lhe que não, pois a minha paixão era/é o toureio a pé. Era com o maestro dos bandarilheiros António Gregório, Francisco Plirú, António José Martins, Alberto Reimão e o saudoso Manolo Flores (o Espanhol) que manejava capotes e muletas com aqueles que mais tarde foram bandarilheiros.
Em jeito de provocação, o Renato disse-me: “Está bem isto não é para “maricas”. Tocou-me nos “machinhos” e disse-lhe: “vou aí para lhe provar que sou capaz de fazer o que os outros fazem”. Foi o princípio do fim. Vieram as vacas os novilhos e depois os touros durante seis anos (1966-1972).
Foi o Renato que me deu ainda nos Académicos a pegar o primeiro novilho em Setúbal; o primeiro touro já como forcado do grupo principal e, posteriormente, fardou-me a mim e ao meu irmão na corrida em que se despediu na Praça de Touros do Montijo em 1967 (foto da entrega da jaqueta a Joaquim Restolho), quando já tinha 47 anos e pegou o primeiro touro da corrida da Sociedade Agrícola de Rio Frio. Renato Dias foi ainda durante muitos anos toureiro cómico de inigualável arte e graça. Que em Paz descanse e as minhas condolências à família da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, a quem me ligam fortes laços, não só como forcado mas também nos órgãos sociais.
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| Forcados Académicos da Tertúlia T. do Montijo (1966) |
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| O meu primeiro touro no Montijo (Cabo Renato Dias) |
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