segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Na Terrugem soou a sirene de alarme

Mais importante do que a análise ao próprio espectáculo, é necessário analisar as causas e consequências de uma tão pobre entrada de público nas bancadas da bonita praça da Terrugem. Com uma tarde de sol, temperatura amena e bilhetes de preço acessível a favor de uma causa solidária, o público não correspondeu.
A empresa “Toiros +” anunciou o festival a favor da Liga dos Bombeiros Portugueses, uma causa mais do que justa. Todos nós sabemos das dificuldades que os bombeiros portugueses atravessam com falta de meios; do verão quente com tanta intervenção dos “Soldados da Paz” com a perca de vidas. Porquê? Porque é que não houve uma resposta condicente...
Soubemos inclusive que um responsável pelos Bombeiros de Elvas, em declarações públicas se demarcou desta iniciativa. Será que a Liga dos Bombeiros Portugueses não fez bem o trabalho de casa. Consentiu que se realizasse um festival a seu favor e não soube envolver as corporações dos bombeiros pelo menos do distrito de Portalegre. Tudo isto merece uma explicação por quem de direito.
Já quanto ao festival propriamente dito, ele foi digno e interessante para os poucos mas bons que a ele assistiram. Os exemplares de Lampreia tinham a apresentação mais do que suficiente para um festival. Quanto ao comportamento há excepção do quarto que foi manso reservado, todos os outros se deixaram lidar, sendo que os castanhos (capirotes, meanos bragados) tiveram mais classe nas investidas do que os seus irmãos de camada.
A veterania de Rui Salvador e Francisco Cortes deram o toque de madurez ao espectáculo, com actuações não exuberantes mas conseguidas, aqui e ali com alguns equívocos de terrenos, em especial de Francisco Cortes.
Paulo Jorge Santos continua nessa mescla de toureio à portuguesa, com a influência do rejoneo pelas suas actuações em Espanha. Necessita de um toureio mais templado, porque pode ter um lugar em qualquer cartel. Rui Guerra estrelou-se com o manso quarto e pouco mais pôde fazer do que estar esforçado.
Com Rouxinol Jr. a música foi outra. Há ali muito trabalho e muita intuição para o toureio, O jovem Rouxinol fez-nos lembrar os princípios de seu pai, quando a sua classe como toureio e pela mão do saudoso Mário Freire, se via que podia vir a ser figura do toureio. Já valeu a pena ir à Terrugem para presenciar a sua actuação. Como o Luís dever andar satisfeito com o seu descendente que pode vir a ser gente no mundo do touro.
Foi a primeira vez que vi actuar o jovem Parreirita Cigano. Veio-me logo à memória o seu pai que, com António de Portugal formou a última parelha de novilheiros com interesse neste país. Levavam gente à praça. Arrastavam paixões com Vila Franca a apoiar António de Portugal e Coruche a defender Parreirita Cigano. Chegou mesmo Parreirita a desperta o interesse do mítico apoderado “El Pipo”, que apoderou José Fuentes e Manuel Benitez “El Cordobés”. O jovem Parreirita Cigano na versão de cavaleiro, mostrou carências de quem se inicia nestas andança mas, casta e vontade não lhe falta. A caída não foi culpa sua mas pelo cavalo ter escorregado.
Quando aos forcados foi bonito que os grupos do Ribatejo, São Mancos, Aposento da Chamusca, Arronches, Académicos de Elvas e Redondo estivessem presentes para com a sua disponibilidade ajudarem os Bombeiros Portugueses. Apenas o Aposento da Chamusca pegou à segunda, sendo que os restantes todos pegaram à primeira, até porque os “Lampreias” não colocaram grandes dificuldades.













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