O exemplo do início de uma crise (Foto-D.R.) |
Ando a rever velhos textos escritos quer em jornais como na revista Novo Burladero. Este que abaixo vos deixo, foi escrito já em 2005 na NB e vejam a sua actualidade em alguns pontos... cinco anos depois. A história é uma sucessão de factos por vezes com grande similitude. Não acham ???
"O relatório “Constâncio” veio trazer para a ribalta aquilo que os portugueses há muito necessitavam ouvir. E nada melhor, que a frieza dos números para despertar em nós a consciência do grave problema que o país atravessa. Agora o país está mesmo de tanga!!!
Dizem os entendidos que o estado está gordo e necessita urgentemente de emagrecer.
Permitimo-nos aqui estabelecer um paralelismo com a crise que a Festa há muito atravessa, embora por vezes de uma forma encapotada.
Há excepção de menos que os dedos de uma mão, os toureiros em Portugal se fizerem um rigoroso balanço do seu estado de contas, ou seja, entre aquilo que cobram (em muitos casos "pagam") por tourear e as despesas que têm, o seu défice é superior aos alarmantes 6,83% do país.
Os empresários pagam somas incomportáveis pela exploração de praças, em que na maioria dos seus espectáculos grande parte do cimento das bancadas está à vista.
Como são empresários, e como em qualquer outro sector de actividade, têm por certo um contabilista que os deve alarmar para as suas contas. Não é difícil prever que o seu défice deve ser também assustador.
Perante estas divagações de um aficionado que não quer pintar um quadro muito cinzento, para não dizer preto, devem ser tomadas medidas estruturantes para salvar esta pobre Festa.
Sem ser economistas ou especialistas em análises macro-económicas, como está muito em uso dizer para definir situações como as dos deficits, para tentarem enganar os portugueses (estes sabem que quem paga é sempre o Zé-povinho) permito-me apontar alguns caminhos, senão vejamos:
As Misericórdias, que com base no património que lhes foi legado, como são as praças de toiros deste país, e que na sua maioria são sua pertença, tapam parte dos seus deficits com os milhares de euros provenientes do arrendamento destes imóveis. Logo, os empresários deveriam de começar por licitar por valores condizentes com o actual estado de coisas.
O número de espectáculos devia ser reduzido, limitando-se os espectáculos a serem inseridos nas feiras ou festas tradicionais e com subsídios das autarquias (à boa maneira espanhola), já que é usual pagarem elevados cachés a artistas, muitas vezes dos que, com todo o respeito, chamados “pimbas”. Então, também podem subvencionar um espectáculo tradicionalmente português.
Sendo assim, como os toureiros na maioria dos casos cobram pouco; os ganadeiros que cada vez exportam menos, vendem os toiros mais baratos, o preço das entradas, mesmo com o previsível aumento dos impostos, pode ser mais moderado. O que pressupõe mais público nas bancadas…
Agora digam lá se esta não poderá ser uma forma de baixar o défice de público nas nossas praças. Com isto…ainda me chamam para o governo!"
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