sábado, 19 de março de 2016

Começou a "revolução" no toureio

Como aficionado ao toureio a pé, não posso ficar insensível ao que está a acontecer em Espanha. Durante os últimos anos as figuras cimeiras do toureio no país vizinho, só praticamente toureavam entre eles. Ou era Morante, Juli e Talavante ou, Perera, Manzanares e Morante. Aquilo que em gíria se designa por sota, cavalo e rei.
Mesmo com estas figuras que não abriam os cartéis aqueles que tinham valor para romper, as praças por vezes nas grandes feiras acabavam por não encher. Mas para as figuras nada disso importava para o futuro da Festa. Cada um olhava para a sua árvore e esqueciam-se da floresta que ia definhando.
Já Rafael Guerra "Guerrita", tinha como preocupação, sempre que aparecia um jovem matador a querer romper, era ele que pedia às empresas para o colocarem num cartel consigo. Dizia "Guerrita" que era para ver se tinha ou não estofo de figura. Isso aconteceu ao longo dos anos com as mais variadas figuras, até que se entrou no comodismo do monoencaste (Domecq) e sempre os mesmos.
Com os perigos que têm vindo a ameaçar a Festa dos Touros, quer em Espanha, como nos restantes países onde se lida o touro bravo, por parte dos antitaurinos (financiados pelas grandes multinacionais de alimentos para mascotes), houve como que um toque a rebate.
Saudamos como aficionado a criação da Fundação em defesa do touro, a manifestação pró-taurina de Valência que congregou mais de 40.000 aficionados mas, saudamos acima de tudo, a disposição das figuras em alternarem com aqueles que a "gritos" pedem oportunidades porque têm valor para se afirmarem.
Valência está a simbolizar essa "revolução" no toureio. Pela Porta Grande da Calle de Jativa, já saíram José Garrido, Juan Del Álamo, Roca Rey e Lopez Simón. Há ainda toda uma cantera de novos toureiros que podem ser os protagonistas de uma Festa renovada e que, leve novos aficionados a terem interesse pela Festa dos Touros.


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