segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

As Tertúlias Tauromáquicas em Portugal (Parte II)

(...) Daí para cá muitas têm sido as Tertúlias, Clubes ou Grupos Tauromáquicos constituídos de Norte a Sul do País.
Será no entanto legitimo destacar algumas destas agremiações de carácter tauromáquico, pelo papel que desempenharam… e desempenham na actualidade ainda algumas delas.
O Grupo Tauromáquico Sector 1 que foi fundado a 1 de Maio de 1932 e teve como primeiro Presidente, Luís de Mello Breyner Gonzaga Ribeiro e continua desde a sua fundação na Rua 1º de Dezembro, 85 -2º Esq., em Lisboa, teve à época o condão de aglutinar em seu torno os aficionados mais esclarecidos, atrevo-me mesmo a dizer a elite dos aficionados, sobretudo ao toureio a pé, que se dividiam entre Diamantino Viseu e Manuel dos Santos. O seu papel foi e continua a ser fundamental, sobretudo fazendo honra ao seu lema: “Pró Toiros de Morte” na defesa deste ideal dos seus associados.
Muitas foram as iniciativas do Grupo Tauromáquico Sector 1, entre elas o ensino de jovens toureiros e o seu posterior acompanhamento através da Escola Luciano Moreira; o estreitar de relações com as suas congéneres quer nacionais como para além das nossas fronteiras; realização de debates, colóquios ou conferências, tendo sempre como oradores as mais distintas e conhecedoras personalidades do Mundo taurino, bem como a participação nas mesmas de grandes figuras do toureio mundial.
Outra das Tertúlias de grande projecção e baluarte dos aficionados alentejanos, foi sem dúvida a Tertúlia Tauromáquica Alentejana de Évora, que teve um papel preponderante na defesa do espectáculo dos toiros nesta região do Alentejo e na exploração da antiga Praça de Toiros de Évora, que lhe foi cedida pela anterior sociedade constituída por António Torres Vaz Freire, o grande proprietário alentejano, falecido em 1973.
Nesta tertúlia, Niño de La Palma, célebre matador de toiros e pai do não menos célebre António Ordoñez, chegou em determinada ocasião da sua vida, a dar aulas de toureio àqueles que se queriam iniciar nesta arte.
As Tertúlias Tauromáquicas, como em todos os sectores de actividade valem pela capacidade empreendedora e pelo dinamismo que os seus dirigentes são capazes de lhes imprimir. Por isso, na sua grande maioria, como em tudo na vida, passam por momentos de grande actividade e outros de alguma letargia. 

Gostava aqui de lembrar a Tertúlia Festa Brava, a velhinha tertúlia da Praça da Alegria, junto ao Hot Club em Lisboa com a qual enquanto dirigente da Tertúlia Tauromáquica do Montijo mantive contactos de grande cordialidade e, até de um boa amizade com o seu Presidente nessa altura, o Eng.º José Manuel da Palma Lory, e que vem reforçar aquilo que afirmei antes da capacidade dinamizadora dos seus dirigentes.
O Eng.º José Manuel da Palma Lory, foi, quanto a mim, um dos vultos mais importantes que passaram por aquela tertúlia, salvo o devido respeito que me merecem todos os outros.
À frente dos seus destinos, o Eng.º Lory colocou a Tertúlia Festa Brava na linha da frente de todas as iniciativas e combates em defesa da festa dos toiros.
Por sua iniciativa, trouxe no final dos anos setenta a Portugal um documentário simplesmente fabuloso, realizado pela NO-DO (Noticiais y Documentales de España), cujo Presidente na altura era D. Rogélio Diaz Alonso, sogro do ganadeiro José Pedrosa.
Este documentário que abarcava o início das imagens recolhidas em espectáculos de toiros, de uma forma transversal, dava-nos a história viva do toureio em todas as suas épocas. Depois de ter sido apresentado creio que no Teatro D. Luis em Lisboa, foi cedido à Tertúlia Tauromáquica do Montijo que o exibiu no Cine Teatro Joaquim de Almeida com lotação esgotada e a presença de D. Rogélio Diaz Alonso.
Foi sob a sua presidência que um grupo de aficionados e sócios não só da Tertúlia Festa Brava se deslocou ao México, para presenciar as corridas de toiros na importante Plaza da Calle de Insurgientes, bem como noutras praças dos vários estados mexicanos. (continua)

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