quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pablo Hermoso – A decepção inesperada

Pablo toureia a corrida 2.000    (Foto - Emílio Méndez)

Por vários motivos e razões, Pablo Hermoso de Mendonza é um personagem que me habituei a admirar. A sua luta desigual no meio do rojoneo espanhol, dominado por señoritos, cuja tradição ia passando de pais para filhos, não era fácil para um jovem navarro que tinha a paixão pelos cavalos abrir caminho.
Tive a felicidade de conhecer de perto a sua história de vida contada na primeira pessoa, quando estive na sua primeira finca em Estella, onde ali concedeu a sua grande primeira entrevista a uma publicação da especialidade portuguesa como é a N.B.. Com o seu irmão Juan, tive sempre uma maior proximidade. Foi através desse conhecimento que Pablo Hermoso veio pela primeira vez tourear ao Montijo. Triunfou e mais tarde receberia o troféu da Casa do Forcado.
Pablo Hermoso no programa México Bravo
Das muitas entrevistas, escritas, televisivas ou através da rádio a que tive acesso, Pablo sempre fez questão de realçar a importância que teve nos seus princípios a ligação a Portugal. O que bebeu de João Moura e o cavalo lusitano. Esse reconhecimento causou-me sempre uma grande simpatia pelo rojoneador navarro. É de bom-tom reconhecer aqueles que, de alguma forma, nos ajudam nas nossas vidas, quer a nível pessoal como profissional, como é o caso.
No dia em que Diego Ventura abria a Porta do Príncipe em Sevilha pela 8ª vez, Pablo Hermoso toureava no México a sua corrida 2.000.
Com o acesso às novas tecnologias vi o programa de touros “México Bravo” de uma cadeia de televisão mexicana, que dedicou o seu programa de cerca de meia hora a essa efeméride.
Com Pablo Hermoso em estúdio, os apresentadores fizeram um recorrido pela carreira do rojoneador que relatou passo-a-passo o seu percurso taurino. Pablo referiu-se a um pouco de tudo. Ao seu percurso em Espanha e no México... mas esqueceu-se de referir a importância que Portugal e o cavalo lusitano tiveram na sua profissão. Apenas se referiu a Cagancho, no abstracto e pouco mais. Há sempre uma ocasião nas nossas vidas para nos sentirmos decepcionados com ídolos que vamos criando no nosso imaginário de aficionados.

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