sábado, 9 de julho de 2011

Fernando Coelho despede-se de Cabo dos Amadores de Portalegre após uma longa carreira como forcado

O público acorreu em grande número para assistir à última corrida de Fernando Coelho como cabo dos Amadores de Portalegre, num espectáculo montado pela empresa Gestoiro, em que actuaram Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Luis Rouxinol, Sónia Matias, João Moura Caetano e João Maria Branco.
O curro anunciado de António Silva (novilhos/touros), como uma das atracções deste cartel, saiu manso na generalidade, com nobreza mas com grande falta de mobilidade, sobretudo o lidado por João Moura Caetano que foi de uma mansidão desesperante. Contudo permitiram mesmo assim, uma excelente actuação aos Forcados de Portalegre, que viram um pouco do brilhantismo ofuscado com a última pega ao terceiro intento. Houve outra pega à segunda, sendo as restantes à primeira, inclusive a da despedida de Fernando Coelho e a do novo Cabo Francisco Paralta.
Joaquim Bastinhas teve que sacar dos seus recursos, e são muitos, para dar a volta ao primeiro, mansote, parado e de pouco recorrido nas investidas para as montadas. O cavaleiro de Elvas tapou de alguma forma as condições de lide do seu oponente com ferros emotivos, pisando-lhe os terrenos para que as sortes resultassem. O público obrigou Joaquim Bastinhas a colocar o seu característico para de bandarilhas muito aplaudido.
O segundo que tocou a Rui Salvador, saiu andrín como se diz em gíria, sem se empregar e sempre a descentrar o cavaleiro por descair para tábuas, onde por vezes se refugiava.
Salvador aguentou imenso esperando pela investida desconcertante do touro para lhe deixar a ferragem com a entrega que sempre coloca nas suas actuações.
Luis Rouxinol vinha embalado do seu triunfo no dia anterior no Campo Pequeno. Brindou a lide ao seu amigo Professor Manuel da Mata Cáceres. Esteve sempre centrado, atacando o touro nos terrenos que este ostensivamente procurava. Os terrenos de dentro onde se sentia mais cómodo, de onde Rouxinol constantemente o retirava para deixar a ferragem com grande mérito.
Também o touro que Sónia Matias lidou não desmereceu da mansidão dos seus irmãos de camada. Este colocava por vezes a cara por cima e adiantava-se algo. Sónia andou ligada, citou de frente mas foi quando elegeu os terrenos de dentro para deixar um ferro em sorte de violino e um de palmo que com mais força chegou ao público.
O “gravanço negro” tocou a João Moura Caetano que se viu impotente para conseguir deixar os ferros num exemplar de mansidão desesperante, que mais parecia o boi manso de treinar os cavalos. Honesto, João recusou-se e muito bem, no final a dar a volta solicitado pelo forcado e pelo público. Á assim que os artistas devem proceder, sendo os seus primeiros críticos. Muito bem!
Promete este João Maria Branco que abriu a sua lide com um ferro em sorte de gaiola.
Esteve entregue, com predisposição, sentido de lide e, quando temple um pouco mais o seu toureio, poderá encontrar um lugar entre os de eleição.
Noite de temperatura amena e para recordar para o Grupo de Forcados de Portalegre na despedida do seu carismático cabo Fernando Coelho.

As imagens da corrida

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