O público acorreu em grande número para assistir à última corrida de Fernando Coelho como cabo dos Amadores de Portalegre, num espectáculo montado pela empresa Gestoiro, em que actuaram Joaquim Bastinhas , Rui Salvador, Luis Rouxinol, Sónia Matias, João Moura Caetano e João Maria Branco.
O curro anunciado de António Silva (novilhos/touros), como uma das atracções deste cartel, saiu manso na generalidade, com nobreza mas com grande falta de mobilidade, sobretudo o lidado por João Moura Caetano que foi de uma mansidão desesperante. Contudo permitiram mesmo assim, uma excelente actuação aos Forcados de Portalegre, que viram um pouco do brilhantismo ofuscado com a última pega ao terceiro intento. Houve outra pega à segunda, sendo as restantes à primeira, inclusive a da despedida de Fernando Coelho e a do novo Cabo Francisco Paralta.
Joaquim Bastinhas teve que sacar dos seus recursos, e são muitos, para dar a volta ao primeiro, mansote, parado e de pouco recorrido nas investidas para as montadas. O cavaleiro de Elvas tapou de alguma forma as condições de lide do seu oponente com ferros emotivos, pisando-lhe os terrenos para que as sortes resultassem. O público obrigou Joaquim Bastinhas a colocar o seu característico para de bandarilhas muito aplaudido.
O segundo que tocou a Rui Salvador, saiu andrín como se diz em gíria, sem se empregar e sempre a descentrar o cavaleiro por descair para tábuas, onde por vezes se refugiava.
Salvador aguentou imenso esperando pela investida desconcertante do touro para lhe deixar a ferragem com a entrega que sempre coloca nas suas actuações.
Luis Rouxinol vinha embalado do seu triunfo no dia anterior no Campo Pequeno. Brindou a lide ao seu amigo Professor Manuel da Mata Cáceres. Esteve sempre centrado, atacando o touro nos terrenos que este ostensivamente procurava. Os terrenos de dentro onde se sentia mais cómodo, de onde Rouxinol constantemente o retirava para deixar a ferragem com grande mérito.
Também o touro que Sónia Matias lidou não desmereceu da mansidão dos seus irmãos de camada. Este colocava por vezes a cara por cima e adiantava-se algo. Sónia andou ligada, citou de frente mas foi quando elegeu os terrenos de dentro para deixar um ferro em sorte de violino e um de palmo que com mais força chegou ao público.
O “gravanço negro” tocou a João Moura Caetano que se viu impotente para conseguir deixar os ferros num exemplar de mansidão desesperante, que mais parecia o boi manso de treinar os cavalos. Honesto, João recusou-se e muito bem, no final a dar a volta solicitado pelo forcado e pelo público. Á assim que os artistas devem proceder, sendo os seus primeiros críticos. Muito bem!
Promete este João Maria Branco que abriu a sua lide com um ferro em sorte de gaiola.
Esteve entregue, com predisposição, sentido de lide e, quando temple um pouco mais o seu toureio, poderá encontrar um lugar entre os de eleição.
Noite de temperatura amena e para recordar para o Grupo de Forcados de Portalegre na despedida do seu carismático cabo Fernando Coelho.
As imagens da corrida
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